sexta-feira, 1 de março de 2013

Polícia sul-africana suspende oito agentes pela morte de moçambicano amarrado e arrastado por carro

O vídeo mostra como a polícia pega num homem e o amarra à parte de trás de uma carrinha, arrastando-o pela rua. Sabe-se que depois de ter sido detido, Mido Macia, um taxista moçambicano de 27 anos, a trabalhar em Joanesburgo, morreu. Tudo aconteceu na terça-feira, mas as imagens começaram a circular na quinta-feira, levando a um coro de indignação pela brutalidade rotineirada polícia. A autópsia ao corpo do taxista mostrou que ele terá morrido com ferimentos na cabeça e hemorragias internas. O Presidente Jacob Zuma reagiu ao incidente, dizendo que as imagens são “horríveis” e que “nenhum ser humano deve ser tratado assim”. Na declaração de Zuma, o incidente é descrito como “a morte trágica de um homem às mãos da polícia”. Testemunhas contaram que Macia tinha sido detido depois de estacionar ilegalmente, provocando um engarrafamento, e tinha resistido à detenção. Na África do Sul, 1200 detidos morrem, todos os anos, nas prisões. O incidente fez também lembrar recentes actuações violentas da polícia, como aquela em que morreram 34 mineiros, atingidos a tiro pela polícia, durante uma greve em Agosto. O Congresso Nacional Africano, que chegou ao poder após o fim do apartheid , tentou mudar a força policial, começando pelo nome, de “força” para “serviço” de polícia. Mas esta continua cheia de polícias mal pagos e não consegue combater a alta taxa de criminalidade do país.

Nampula quer medidas contra “venda” de nacionalidade moçambicana

Cidadãos da província de Nampula querem que o governo endureça os requisitos para os cidadãos estrangeiros adquirirem nacionalidade moçambicana, por entenderem que neste momento há uma vulnerabilidade nas conservatórias de Registo Civil. Os mesmos falavam durante o debate público de anteprojecto da revisão da Constituição da República, que desde início desta semana está a percorrer o país em busca de consensos sobre os pontos já propostos e aprofundamento de outras matérias. As cidades de Nampula, Nacala-Porto e a vila municipal de Ribáuè foram os locais escolhidos ao nível da província de Nampula para os debates públicos em torno do documento da lei-mãe. De um total de quinze pontos que serviram de contribuição, em particular, na cidade de Nampula, muitos são de opinião que se deve rever o número 1 do artigo 26 da actual Constituição da República, que estabelece que “adquire nacionalidade moçambicana o estrangeiro que tenham contraído casamento com uma mulher moçambicana há pelo menos cinco anos”.Para os residentes de Nampula, esse tempo é pouco.

Detidos supostos desinformadores sobre origem da cólera em Cabo Delgado

Em Cabo Delgado, cinquenta indivíduos estão a contas com a polícia, indiciados de envolvimento na onda de desinformação sobre a verdadeira origem da cólera, que está a afectar alguns distritos da província, incluindo a cidade de Pemba. Os supostos desinformadores da verdadeira origem da cólera, detidos pela polícia na cidade de Pemba e nos distritos de Mecúfi e Pemba-Metuge, poderão responder em tribunal. No distrito de Mecúfi, segundo escreve a AIM, mais concretamente na sede do posto administrativo de Murébwè, a onda de desinformação, que está a provocar espancamentos a líderes comunitários e destruição de suas residências, já está a acarretar outras consequências, afectando crianças e utentes de alguns serviços públicos. A escola, o centro de saúde e a secretaria do posto administrativo de Murébwè, por exemplo, estão encerradas há duas semanas, e vive-se um clima de medo, havendo pessoas que já abandonaram aquela sede do posto administrativo.

Professores ameaçam abandonar alunos por falta de salários

Doze professores das escolas secundárias de Ribáuè-sede, Lapala, Namigonha e Riane, em Nampula, ameaçam abandonar as salas de aulas a partir do mês em curso (Março), como forma de pressionar o sector de educação a pagar os seus salários referentes ao meses de Junho, Outubro, Novembro e Dezembro de 2012, bem como Janeiro e Fevereiro de 2013. Os mesmos foram contratados nos princípios de Junho de 2011, tendo trabalhado durante 12 meses sem qualquer remuneração. Em Junho do ano seguinte, de acordo com as nossas fontes, rubricaram um novo contrato de trabalho, com alguns meses sem salário. Em declarações ao “O País”, Jaimito José Momade, porta- voz do grupo, mostrou-se preocupado com a falta de esclarecimento por parte da Direcção dos Serviços de Educação, Juventude e Tecnologia ao nível daquele distrito. Segundo a fonte, várias exposições submetidas aos serviços de educação naquele ponto do país não tiveram devida resposta, facto que cria certa inquietação por parte dos professores em causa.

Chumbaram nos exames mas passaram na pauta

O que até aqui não se sabe é como e quem terá efectuado a alteração das reais notas dos alunos. Os professores que corrigiram os exames podem esclarecer esta situação... Os pais dos alunos que foram dados como aprovados na 10ª classe, na Escola Secundária Eduardo Mondlane, cidade de Maputo, não se conformam com a medida de mandar os filhos repetirem a 10ª classe, apesar dos esclarecimentos que estão a receber na direcção distrital de Educação de Kampfumo. Entretanto, já reconheceram que não há alternativa, senão convencer os filhos a voltar para a 10ª classe. É na verdade, desesperante para quem, durante um mês e meio, frequentou a 11ª classe e que de repente se vê obrigado a voltar para a classe anterior. Os pais e encarregados de educação, indignados, acorreram, ontem, à sede da Direcção Distrital de Educação de Kampfumo. No local, um a um, recebiam esclarecimentos sobre os motivos que levaram à reprovação dos seus educandos. Em todos os casos, os números não batem certo. As notas das provas não coincidem com as publicadas nas pautas da segunda época. Ou seja, os alunos reprovaram nos exames, mas transitaram na pauta! Foi difícil digerir a situação, tanto pelos pais como pelos próprios alunos, que ainda não sabiam o que estava realmente a acontecer. Uma das estudantes envolvidas nesta situação não conseguiu conter-se: pôs-se aos prantos, o que obrigou os técnicos da Direcção da Educação que prestavam esclarecimentos aos pais a paralisar, por alguns minutos, o trabalho. No final, a jovem adolescente disse à mãe que a acompanhava que única opção era desistir de estudar. O trauma psicológico instalou-se. A mãe, que acompanhou os pormenores da explicação dada pela Direcção de Educação, não se conformava. “Nunca estaria satisfeita com uma coisa destas. Não sabemos como isto pôde acontecer. A minha filha teve boas notas em quase todas as cadeiras, menos Matemática. Teve 6,2. Não posso fazer nada, senão tentar convencê-la a voltar para 10ª classe e concluir a secção de ciências”, disse Maria Amélia. Uma outra encarregada de educação, tal como a aluna adolescente, também não conseguiu controlar as suas emoções e... chorou! Nas mãos trazia a declaração de passagem do filho, assinada pelo director da Escola e a pela respectiva directora Distrital de Kampfumo, portanto, um documento autêntico.