terça-feira, 14 de maio de 2013

Mais de 65% dos autocarros dos TPM estão avariados

“Não existe um cálculo linear dos autocarros avariados. As condições em que se encontram algumas estradas concorrem para a redução da vida útil dos autocarros. Agora se há indicação de que as avarias estão relacionadas com as más apostas nas aquisições dos carros TATAS e Yutongs, nós não temos essa base. É uma percepção dessas pessoas e respeitamos as suas opiniões”, - Maria Yolanda Macamo, PCA da EMTPM






A Presidente do Conselho de Administração da Empresa de Transportes Públicos de Maputo (EMTPM), Maria Yolanda Macamo, desafiou que 2013 deve ser o ano de grande viragem nesta empresa vocacionada em transporte público, viagens de serviços e turismo. Entretanto a empresa tem uma frota de 353 autocarros, dos quais 223 estão avariados. Isto equivale a dizer que mais de 63 por cento dos carros desta empresa estão paralisados.  
A PCA, que falava ontem numa conferência de imprensa por si convocada, não quis entrar em detalhes numéricos, mas sabe-se que entre os carros avariados contam-se os da marca TATA, adquiridos na Índia, YUTONG, na China, e VW na África do Sul. A senhora Macamo disse que a empresa que dirige tem uma frota nominal de 353, em que entre 110 e 130 vão à rua todos os dias.
Segundo a líder máximo dos TPM, neste número dos autocarros em circulação, sete fazem carreiras executivas e de reservados e os restantes estão alocados ao transporte público.
“Não existe um cálculo linear dos autocarros avariados. As condições em que se encontram algumas estradas concorrem para a redução da vida útil dos autocarros. Agora se há indicação de que as avarias estão relacionadas com as más apostas nas aquisições dos TATAS e Yutongs, nós não temos essa base. É uma percepção dessas pessoas e respeitamos as opiniões”, disse.

Yutongs avariados em abate

Trinta e três autocarros de marca Yutong adquiridos na China em 2005, estão em abate por se encontrar em estado obsoleto, “hoje os autocarros estão obsoletos e o fornecedor confirmou-nos que não haverá continuidade de fabrico desta marca”, disse Yolanda Macamo.
Acrescentou que este ano, 43 autocarros serão recuperados com o recurso ao subsídio alocado pelo Estado e receitas da empresa

Grande viragem  

A PCA da Empresa Municipal de Transportes Públicos anunciou a grande viragem a ser operada a partir deste ano até finais de 2014 que passa pela remodelação do sector de manutenção que no seu entender é um dos sectores pilares para assegurar a manutenção dos autocarros.
“Queremos mudar a abordagem. Todas as pessoas devem fazer todas as tarefas. Queremos reduzir o tempo das avarias. Vamos reduzir o tempo de reparação do autocarro de 24 para 8 horas. Reduzir o tempo de socorro de uma hora para 30 minutos”, disse.

Causas das avarias

Uma das razões apontadas para as avarias dos transportes públicos é o próprio regime de operação que dura entre 20 e 22 horas de circulação por dia. Este factor aparece associado à superlotação nas horas de ponta e à degradação das estradas.
“São estes factores que fazem com que haja um registo frequente de avarias. Queremos mudar a abordagem, reduzindo as avarias e o tempo de reparação”, disse.

Medidas

Maria Macamo disse que desde o ano passado tem vindo a responsabilizar a cada um dos três engenheiros que representa as três marcas que a empresa utiliza. Eles foram responsabilizados para que cada um olhe na sua marca. (TATA, Yutong e VW)
Indicou que haverá a revisão do circuito de stocks que passará a durar 6 meses. Redefinição das inspecções de piquete e oficinas gerais. A partir das 23 até às 4 horas, altura da saída dos primeiros carros, os serviços de inspecção nocturna vão trabalhar no sentido de garantir que os carros circulem em boas condições mecânicas e técnicas.
“Vamos reorganizar e apetrechar as oficinas gerais para que as reparações sejam dentro dos planos da empresa. Melhorar o diálogo com os fornecedores e fabricantes dos autocarros usados pelos TPMs”, disse. 




Médicos anunciam retorno à greve no dia 20 de Maio


Conforme noticiou em destaque ontem o Canalmoz,  os médicos dizem-se enganados pelo Governo que não cumpriu nenhum dos três pontos acordados em Janeiro passado para pôr fim à greve que durava quase duas semanas. Por isso, os médicos, agora aliados a mais “profissionais de Saúde” já avisaram a diferentes instituições governamentais como o Ministério da Saúde, o Ministério da Função Pública, que pretendem entrar em greve no próximo dia 20 de Maio corrente.
Conforme ilustra a carta dos médicos, a greve deverá durar 5 dias, prorrogáveis, caso as reivindicações não sejam satisfeitas, com início às 7h30min na capital Maputo e 7 horas nas províncias, conforme o horário de funcionamento das unidades sanitárias, a greve deverá ocorrer à escala nacional, “sem violência a bens e pessoas”, informa a Associação Médica de Moçambique (AMM), entidade que liderou a greve de Janeiro passado e agora a ela juntou-se a Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos (PSU). Ambas organizações, esta última criada em Janeiro deste ano, subscrevem as cartas de pré-aviso de greve e caderno das reivindicações.

As reivindicações dos médicos

Segundo o caderno de reivindicações submetido ao Ministério da Saúde, os médicos exigem:
Aumento de 100% de salário base dos médicos (o Governo aumentou 15%); aumento de subsídio de risco de 10% de salário base para 35%; aumento do subsídio do valor pago nas urgências hospitalares de 450 actuais para 2000 meticais durante o período normal, de 750 meticais para 3500 nas noites do meio de semana e por fim aumento de 1.500 meticais para as noites de fins-de-semana e feriados.
Os médicos exigem ainda que o estatuto do médico seja aprovado na presente sessão da Assembleia da República e seja removido o artigo que obriga os médicos formados em universidades públicas a trabalharem para o Estado no mínimo um período igual ao que durou a formação. Esta exigência é feita exclusivamente aos médicos.
Exigem ainda os médicos a habitação conferida pelo Estado e que esta não seja partilhada com outros profissionais de saúde, alegando razões de “privacidade”.

Reivindicações dos profissionais de saúde

Dentre vários pontos, os profissionais de saúde reivindicam no seu caderno, o aumento de salário base de 100%, aumento de subsídio de risco dos actuais 10% para 35%; aprovação da proposta da Lei do Estatuto do Profissional de Saúde na Administração Pública que reconheça entretanto, a progressão de carreira da classe, que clarifique as atribuições dos profissionais de Saúde.

Pontos não cumpridos pelo Governo

No acordo assinado pelo presidente da AMM e o Ministro da Saúde a 15 de Janeiro passado, havia três pontos fundamentais que o Governo não cumpriu. São eles a não penalização dos médicos estagiários, o aumento de salário base em 100% e um diálogo constante entre as partes. Nenhum destes pontos se verificou.