quarta-feira, 3 de abril de 2013

Polícia toma delegação da Renamo em Nampula

A sede política do partido Renamo, ao nível da cidade de Nampula, transformou-se numa sub-unidade policial, um ano depois dos agentes das forças de protecção e intervenção rápida terem tomado de assalto as instalações, supostamente para dispersar os cerca de 400 ex-guerrilheiros que se encontravam aquartelados naquela delegação, sita na rua dos sem medo, no bairro de Muatala. A delegação política do maior partido da oposição em Moçambique tinha sido ocupada pelos seus ex-guerrilheiros que se haviam deslocado à cidade de Nampula, alegadamente para se prepararem para as manifestações convocadas pelo seu líder, Afonso Dhlakama, em protesto contra a alegada partidarização do Estado e exclusão dos seus militantes nas Forças de Defesa e Segurança. Em 8 de Março de 2012, o grupo foi escorraçado pela polícia, durante um confronto armado, no qual perdeu a vida um membro da Forca de Intervenção Rápida. Mas volvidos cerca de 13 meses, o reinício das actividades políticas naquelas instalações está condicionado à retirada da polícia. O local continua ocupado por uma sessão da polícia fortemente armada. Instado a comentar à volta do assunto, Inácio Dina, chefe das Relações Públicas no Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique em Nampula, disse que “se trata apenas de um trabalho rotineiro de patrulhamento em locais considerados susceptíveis a actos criminais”. O secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, disse que o seu partido não quer usar a força para retirar a polícia das suas instalações, alegadamente por ser um partido da paz. Enquanto a delegação política-sede continua sob controlo da polícia, alguns ex-guerrilheiros da Renamo continuam ainda aquartelados na delegação política provincial, no bairro dos poetas.

Azagaia grava tema polémico.

Azagaia intitulou o seu mais novo hit de “MIR”, ou seja, “música de intervenção rápida”, como forma de mostrar o seu desapontamento pela atitude da FIR, após esta polícia de elite espancar e impedir os antigos combatentes de se manifestarem. Na verdade, o seu maior protesto é relativo à reacção da ministra da Justiça, Benvinda Levi, sobre o caso. Azagaia afirma que a única arma do povo é a manifestação, por isso, o governo não tem o direito de impedir o cidadão de protestar pacificamente. Nas palavras do rapper, não faz sentido que cidadãos independentes há 38 anos não gozem efectivamente de liberdade. Na música MIR, Azagaia mostra algumas palavras inerentes aos direitos humanos “jazendo em campas”, num claro pronunciamento de que estas palavras estão mortas no seio da sociedade moçambicana. Edson da Luz, seu nome real, nasceu em Namaacha, província de Maputo, a 06 de Maio de 1984, filho de pai cabo-verdiano e mãe moçambicana. Iniciou a sua carreira musical no grupo de hip-hop Dinastia Bantu, onde também fazia parte o MC Escudo, com o qual gravou o álbum Siavuma. Mais tarde, entrou para a Cotonete Records e lançou o seu primeiro álbum a solo, “Babalaze”. A polémica de “Babalaze” surgiu depois que foi publicada a música “As mentiras da Verdade”, para a divulgação do álbum, trazendo uma crítica social que há muito não se ouvia. Azagaia foi motivo de debates em várias camadas sociais, alimentando posts em blogs e muito mais. É claro que a música foi censurada por alguns órgãos. No ano de 2010, lançou a música “Arri”, que retrata um escândalo de tráfico de drogas em Moçambique, bem como outros casos de fuga ao fisco e assassinatos. Este escândalo é referente ao empresário moçambicano Mohamed Bashir Sulemane, que foi incluído pelos EUA na lista de barões de droga. Ainda nesse ano, Azagaia participou em dois festivais de música na Dinamarca, o Fair Trade Festival e o RAW Festival, sendo que o primeiro tinha carácter beneficente, com a participação de músicos de vários quadrantes do mundo, e o segundo virado para a música electrónica e urbana.