quinta-feira, 4 de julho de 2013

Líder da Renamo assume ter ordenado ataques em Muxúnguè

Afonso Dhlakama assumiu, ontem, que foi ele que deu ordem aos seus guerrilheiros para atacarem viaturas no troço Rio Save-Muxúnguè, na semana antepassada. O objectivo, disse ele, não era atingir civis, mas militares do Governo, que se disfarçam em carros não militares a caminho de Gorongosa. No entanto, Dhlakama recusou garantir se as suas tropas haveriam de lançar novos ataques ou não naquele troço. Respondeu que isso era "com os comandantes". Ao mesmo tempo, disse que os ataques eram uma "forma de pressão" ao governo. Pelos vistos, para o forçar a um entendimento. Assegurou, contudo, que não haveria mais guerra em Moçambique.

Dhlakama recusa encontro com Guebuza em Maputo enquanto Gorongosa não for desmilitarizada

O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, convidou ontem a imprensa para a sua base aqui em Sadjundjira,no sopé na Serra da Gorongosa, e reafirmou que está disposto a encontrar-se com o presidente da República, Armando Guebuza, mas não em Maputo, por temer que na sua ausência possa haver distúrbio no seu reduto entre homens que lhe são leais e forças policiais e do exército nacional que o estão a cercar desde que em Outubro do ano passado foi estabelecer-se no local onde hoje se encontra com residência permanente. Dhlakama disse que está disposto a ir a Maputo se Guebuza ordenar a desmilitarização imediata da Gorongosa. Disse ainda que caso isso não suceda está disposto a encontrar-se com o presidente da República na Vila da Gorongosa ou noutro local qualquer nem que seja num espaço no meio de uma floresta. O líder da Renamo reafirmou o seu compromisso com a Paz e fez questão de aludir que o país não está em guerra. Dhlakama assegurou perentoriamente que se o Pacote Eleitoral for revisto nos termos que a Renamo deseja “os problema acabam hoje mesmo” e o resto dos pontos poderá ser discutido com mais calma. O presidente da Renamo assumiu que os ataques entre o Save e Muxúnguè foram feitos pela Renamo mas disse que a Renamo não ataca alvos civis se estes não estiverem misturados com forças policiais e militares. A conferência de imprensa ocorreu depois de Afonso Dhlakama se ter reunido com uma delegação do Observatório Eleitoral, presidido pelo Bispo metodista, Dinis Matsolo. Antes de ir a Sadjundjira o Observatório Eleitoral esteve reunido com o presidente da República em Maputo. A resposta de Dhlakama ao chefe de Estado Armando Guebuza irá ser-lhe transmitida pelo Observatório Eleitoral, mas Dhlakama fez questão de informar que tem estado a usar outros canais para se comunicar com o presidente da República.