sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Governo expulsa técnico português Diamantino Miranda

O executivo moçambicano ordena a saída do país ao treinador do Costa do Sol, Diamantino Miranda, por aquele técnico ter afirmado, no final de um jogo, que os moçambicanos são ladrões. Duas semanas depois de Diamantino Miranda ter afirmado que “todos aqui são ladrões”, o Ministério do Tra­balho emitiu um comunicado no qual intima o treinador português a abandonar o país nos termos le­galmente estabelecidos: 48 horas. A nota, assinada pela minis­tra do Trabalho, Helena Taipo, classifica o comportamento do famigerado técnico português de “reincidente de falta de respeito, civismo e consideração aos valores consagrados quer na Constituição da República, quer na legislação ordinária em vigor no nosso país”. Para esta decisão, a ministra do Trabalho socorre-se do uso das competências que lhe são conferidas pelo número quatro do artigo 31 da Lei do Trabalho, conjugado com o número 1 do artigo 14 do decreto número 55/2008 de 30 de Dezembro, para “revogar com efeitos imediatos a autorização im­plícita de trabalho de Diamantino Miranda”.

“Renamo vai convocar todas as capacidades físicas para defender a democracia”

Quando faltam cerca de 40 dias para a realização de eleições autárquicas, a Renamo convocou uma con­ferência de imprensa para dizer que está disposta a tudo para salvar a democracia em Moçambique. Estes pronunciamentos vêm dar voz ao seu comunicado divul­gado quarta-feira no Jornal Notícias, contendo ameaças de re­editar a guerra dos 16 anos para inviabilizar as eleições, caso a Fre­limo e o MDM tentem realizá-las. É que, na referida mensagem, o partido reiterou a sua intenção de inviabilizar as eleições por discordar da actual Lei Eleitoral, que abre espaço a alegadas manobras e roubos de votos pela Frelimo. “O partido Renamo deve con­vocar todas as suas capacidades físicas e intelectuais para defen­der a democracia e lutar pela conquista da paz que, neste momento, não obstante o calar das armas, ainda está a léguas da paz. A paz faz-se com actos concretos e palpáveis”, disse Fernando Mazanga, porta-voz da Renamo, acrescentando que “as armas que estão nas mãos dos seguranças da Renamo são para persuadir aqueles que acreditam no seu uso, mas que acabam por semear luto e dor nas nossas famílias”.

A propósito do candidato corrupto da Frelimo Manter candidatura de Carlos Portimão é “retrocesso civilizacional grave e indisfarçável”

O escândalo do candidato da Frelimo que foi flagrado e condenado por suborno à procuradora distrital de Moatize continua a criar indignação generalizada. E a onda de reacções tem vindo a aumentar desde que o partido Frelimo decidiu, através do seu porta-voz, Damião José, manifestar o apoio “incondicional”ao candidato corrupto e ter apelidado a corrupção de “acidente de percurso”. E quem se juntou ao coro de críticas à postura do partido Frelimo é o antigo bastonário da Ordem dos Advogados, Gilberto Correia, que diz, claramente, acreditar que “actos de corrupção para Carlos Portimão sejam meros acidentes do seu percurso profissional”. Gilberto Correia escreveu na sua página de Facebook que a decisão do partido Frelimo de manter um candidato corrupto confesso é um “retrocesso civilizacional”. “Não é aceitável que o Partido que nos governa, e que se propõe governar-nos por muitos anos, venha qualificar a corrupção activa, confessada e punida desta forma assustadoramente complacente e leviana”. Em tom de indignação o antigo bastonário questiona se “um corruptor confesso e condenado em definitivo pode ser governante de milhares de pessoas sem qualquer problema? E o Partido Frelimo vai apoiá-lo, fornecer meios, disponibilizar o aparelho partidário e fazer campanha para garantidamente isso acontecer?” questiona Correia, acrescentando estar “perplexo e, simultaneamente, muito assustado com o rumo que seguimos neste domínio”. Para Gilberto Correia, na política, como em qualquer outra área, deve haver limites éticos. “Sei que a política não é propriamente um paraíso ético, mas daí até o que está a acontecer em Moatize vai uma distância. Para mim, mais do que uma questão meramente política, a manutenção deste candidato configura um retrocesso civilizacional grave e indisfarçável”, finaliza o antigo bastonário.

“Ameaças da Renamo já não são novidade para ninguém”

O Presidente da República, Ar­mando Guebuza, já reagiu às amea­ças da Renamo de recorrer à guerra para inviabilizar as eleições e diz que os moçambicanos já estão acos­tumados com este tipo de compor­tamentos. “Não é novidade para todos os moçambicanos que a Renamo vai boicotar as eleições. É pena que eles tenham dito isso e todos os moçam­bicanos também lamentam que um partido político, que se diz demo­crático, queira boicotar as eleições, usando métodos nada democráti­cos, como eles próprios estão a di­zer”, disse Armando Guebuza.