segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Mais um com droga no estômago

UM indivíduo identificado por T. Tendiwa, de 37 anos de idade, de nacionalidade tanzaniana, foi detido ontem, no aeroporto internacional de Maputo após serem detectadas mais de 90 ampolas de cocaína nos intestinos. O jovem, que acabava de desembarcar num voo procedente do Brasil, foi levado para o Hospital Central de Maputo onde foi de imediato submetido ao processo de retirada do narcótico presente no estômago. Até ao final da manhã de hoje o indivíduo encontrava-se naquela unidade sanitária, segundo Orlando Mudumane, porta-voz da polícia no Comando da Cidade. Este é o segundo caso similar que se regista no espaço de uma semana. O primeiro envolveu um moçambicano que também vinha do Brasil com sessenta e cinco ampolas de cocaína no estômago.

Chefe do posto grita "viva Frelimo" na cerimónia do Estado

O chefe do Posto Administrativo de Chidenguele, no distrito de Mandjacaze, província de Gaza, Salvador Chale, partidarizou, na sexta-feira da semana finda, no povoado de Themanine, a cerimónia de lançamento da campanha nacional de pulverização contra mosquitos causadores da malária. A cerimónia teve lugar no último dia do Conselho Coordenador do Ministério da Saúde que decorreu em Chidenguele e foi dirigido pelo ministro do pelouro, Alexandre Manguele. Eis que usando da palavra, Salvador Chale gritou: “Frelimo hoyê, Frelimo hoyê. Viva Frelimo. Estamos aqui para lançarmos a campanha da malária. O nosso administrador não está aqui porque está a acompanhar a visita do camarada primeiro-ministro que está de visita à província de Gaza”, disse. Não houve repreensão ao dirigente local, mas também não houve resposta efusiva às palavras que no regime marxista-leninista eram de ordem e até há moçambicanos que foram mortos por não aceitarem pronunciá-las. Na comunidade Themanine, foram visitadas algumas famílias incluindo pessoas influentes na zona, para que passem a mensagem de sensibilização sobre a pulverização intra-domiciliária a outras pessoas.

Dhlakama recua e diz que não quer Guerra

O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, recebeu, este sábado, uma delegação do Observatório Eleitoral, no seu burgo em Santungira. A organização tentou refrear os ânimos do líder da Renamo e agendar o encontro com o Chefe do Estado, Armando Guebuza. O líder da Renamo esclareceu que não quer a guerra e que a mensagem da Renamo foi mal percebida. Disse ainda que as conversações com o presidente da República têm de ser realizadas a 20 Km de Santungira. Eis as principais linhas da conferência de imprensa de Afonso Dhlakama: A Renamo anunciou que está disponível para repetir a guerra de 16 anos, com o objectivo de salvar a democracia. É esse o caminho que o líder da Renamo quer? A Renamo está disponível para que tenhamos eleições condignas, transparentes, mas através de uma lei boa e não esta fantochada. É boato a ameaça de que a Renamo quer fazer a guerra. Quando iniciámos a guerra em 1977 ninguém sabia quem era André Matsangaissa nem quem era Afonso Dhlakama. Não se avisa uma guerra. O porta-voz da Renamo disse que o partido vai usar todas as forças físicas e intelectuais para salvar a democracia... O que estamos a dizer é que se a Frelimo continuar a atacar-nos, a escravizar-nos e a adiar a esperança do povo, não restem dúvidas que podemos aceitar o sacrifício mais longo que o dos 16 anos. Foi isso que falámos na nossa mensagem de 4 de Outubro e ninguém falou da guerra. Então, em nenhum momento a Renamo volta a pegar em armas? Tenho netos e filhos. Quero conduzir o meu carro com a família e escrever tudo o que fiz durante os 16 anos para trazer a democracia. Com 60 anos, com cabelo branco, não preciso de pegar mais numa espingarda para disparar. Mas uma coisa é certa: sou ser humano e tenho segurança, se alguém vier me atacar, vou responder, para não apanhar o tiro em primeiro lugar. Mas assim nasce a guerra. Isso não é fazer a guerra. É exactamente isso que estamos a advertir. Nunca falámos da guerra. Outra coisa que pusemos naquele documento - para ficar claro - é a seguinte: se a Frelimo ou o MDM como amigos irem às eleições para brincarem com o povo de Moçambique, as consequências são deles. Quais serão as consequências? Não vamos reconhecer os órgãos, porque isso até é um processo inconstitucional.

Vaga de calor causa prejuízos aos avicultores e congestionamento na marginal

A vaga de calor que se fez sentir no passado sábado causou prejuízos avultados a vários criadores de frango na cidade de Maputo. Uma avicultora, de nome Fátima Mussagy, há 20 anos no negócio de produção e venda do produto, perdeu 6 500 pintos e diz que uma conhecida sua teve baixa de 18 mil frangos. Tinha frango morto por todo o lado, ou seja, cerca de metade da sua produção, uma situação que emocionou a criadora. “São prejuízos enormes e difíceis de calcular. Há prejuízos em valores monetários e também um défice no mercado, tendo em conta que abastecemos os supermercados. Isto não aconteceu só comigo, tenho uma colega que perdeu 18 mil frangos que devia tirar hoje (ontem). É triste porque esta situação pode continuar devido a esta vaga de calor”, afirmou Mussagy. Fátima Mussagy critica, porém, a ausência da mão do Estado neste negócio que considera de risco, para além de afectar consideravelmente o mercado de consumo. “não temos nenhum incentivo para o avicultor. Se trabalha com o banco, deve pagar apesar de tudo e é muito difícil trabalhar nestas condições. É mais difícil porque ninguém aceita assegurar o negócio da avicultura no país”, disse. Apesar de reconhecer o risco, a avicultora diz que não há outra coisa senão continuar a produzir o frango, mesmo com estes prejuízos. É um drama que pode repetir-se, já que o verão só está no seu início.

Homens armados atacam posto policial perto do paiol de Savane

Homens armados supostamente da Renamo atacaram, na madrugada de sábado, o posto da polícia em Samacueza, no distrito de Muanza, província de Sofala. Há indicações de ter havido vítimas mortais e feridos por parte das forças governamentais, mas o Ministério da Defesa não confirma. Trata-se do segundo assalto a uma unidade de defesa e segurança, depois do paiol de Savane ter sido atacado em Junho deste ano. Este domingo, “O País” deslocou-se ao local dos acontecimentos, onde constatou que se vive um clima de medo, tendo muitas pessoas pernoitado nas matas. Samacueza está localizado há cerca de 80 quilómetros da cidade da Beira e menos de 40 do paiol de Savane, que se encontra a escassos metros da linha de Sena e da estrada que liga a cidade da Beira ao distrito de Caia. A linha de Sena é o principal eixo de transporte de carvão das mineradoras Vale e Rio Tinto. Alberto Zacarias, residente em Semacueza, conta que, cerca das 04h00, ele e os vizinhos foram despertados por tiros vindos da zona onde está a unidade da polícia. “Momentos depois, ouvimos gritos e vimos os agentes da polícia a correrem. Nós também começámos a fugir para as matas, sem entender o que se estava a passar. Cerca de uma hora depois é que soubemos que homens armados assaltaram o posto da polícia”.

“A Renamo é que atacou e quem procura sarna coça”

O ministro da Defesa, Filipe Nyusi, afirmou, no sábado, que o ataque ao posto policial de Samacueza, em Sofala, foi feito por homens da Renamo e prometeu dar o troco. O governante disse, ainda, que durante os ataques houve troca de tiros entre as forças governamentais e os alegados homens da Renamo, mas ninguém perdeu a vida do lado da polícia e das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). “Pela madrugada, ficámos a saber que numa posição das FADM e agentes policiais que protegem a linha-férrea de Samacueza houve ataques. Os homens que atacaram concentravam mais as suas atenções na pilhagem de alimentos. Não foi bom. É uma acção perpetrada pelos homens da Renamo e não resta mais nada, pois quem provoca sarna é para se coçar”, declarou o ministro aos jornalistas. Esta é a segunda vez que uma unidade de defesa e segurança é atacada por homens armados. Em Junho passado, o paiol de Savane, também em Sofala, foi assaltado, tendo desaparecido vários tipos de armamento. A Renamo distanciou-se da operação e disse tratar-se de uma manobra da Frelimo para desgastar a imagem do principal partido da oposição. O ministro da Defesa avançou que as pessoas que atacaram o posto policial serão perseguidas e responsabilizadas, sublinhando que quem ataca as FADM tem objectivos profundos. “As pessoas podem fazer tudo o que quiserem sem nenhum medo, mas quando alguém ataca outras pessoas, sobretudo as FADM, é porque querem fragilizar a segurança. Portanto, nessas condições é só procurar essas pessoas. Procurar até encontrar”, destacou o ministro da Defesa.

“Dhlakama quer eleições justas”

À terceira vez em Santungira, o Observatório Eleitoral tentou acalmar o homem forte da Renamo, depois das ameaças de guerra. O presidente da organização, Dom Dinis Matsolo, diz que saiu com garantias de que a paz não será perturbada. Numa declaração curta, Matsolo explicou que Dhlakama deixou tudo nas mãos do Chefe do Estado. “O líder da Renamo reitera o compromisso para com paz e disse estar comprometido para fazer de tudo para que não voltemos à guerra. Disse, também, que gostaria de entrar na corrida eleitoral num campo nivelado, em que todos se sintam em pé de igualdade em termos de condições para o jogo. É importante não esgotarmos propostas, agora, na comunicação social, porque precisamos de facto de preparar este encontro e não queremos que o nosso diálogo com Afonso Dhlakama seja esvaziado. É uma questão protocolar e de respeito. Vamos contactar o presidente da República com algumas propostas saídas deste encontro e acreditamos que a partir daí avançamos”.

Mil jovens concluem serviço militar em Maputo

Cerca de mil jovens recrutados à escala nacional encerraram, sábado, mais um curso de instrução básica militar na Escola Prática de Exército em Munguine, distrito de Manhiça, província de Maputo. Tratou-se de uma cerimónia caracterizada por exercícios típicos dos militares e carregada de muito simbolismo. Do rol das actividades, há que destacar ainda a parada militar e o juramento da bandeira. Durante o evento, Filipe Nyusi fez a revista de marcha, observando ao pormenor a prontidão individual dos militares. Só que, desta vez, não teve os habituais exercícios tácticos de demonstração de habilidades, que têm sido um dos momentos mais altos do evento. Descursando na ocasião, o ministro da Defesa explicou aos jovens que encerravam os treinamentos que as Forças Armadas de Defesa Nacional têm a obrigação de vigiar cada pedaço do espaço aéreo que cobre o país. “Tem ainda a obrigação de cuidar cada metro cúbico das águas do nosso mar e defender cada metro quadrado do nosso solo nacional”.