sexta-feira, 28 de junho de 2013

Partida de Mandela pode estar iminente

A entrada 551 Park Street, situada na Avenida da Arcadia, extremamen­te movimentada na cidade de Pretória, é provavelmente uma das mais guarnecidas dos últi­mos 20 dias na cidade política da África do Sul. A resposta é muito simples: é que num dos andares do majestoso Medi-Cli­nic Hospital Heart de Pretória encontra-se internado Nelson Mandela, que luta pela vida já lá vão 20 dias. Enquanto no interior da clí­nica vive-se de relativa calma e discrição, não se pode dizer o mesmo da parte exterior, onde as duas entradas movimentam centenas de jornalistas e popu­lares que chegam em grupos para rezar e entoar cânticos de louvor ao líder histórico sul­-africano. Na verdade, o estado de saúde desta figura permanece crítico. A situação é tão preocupante e o presidente sul-africano, Jacob Zuma, efectua visitas constantes ao ícone da luta contra a segre­gação racial. Na manhã de ontem, Jacob Zuma visitou Mandela e logo após a visita a presidência sul­-africana emitiu um comunica­do, no qual informa que Jacob Zuma já não vai a Maputo, onde deveria tomar parte da cerimó­nia inaugural da Conferência Internacional da SADC subor­dinada às infra-estruturas. A decisão de Zuma provocou mais inquietação aos 53 milhões de sul-africanos, na medida em que muitos começaram a espe­cular sobre a possibilidade de Mandela ter mesmo partido... Face às notícias contraditórias sobre o real estado de saúde de Mandela e depois de mais uma visita de Zuma ao hospital na tarde de ontem, a presidência sul-africana voltou a emitir um novo comunicado, onde sosse­gava os sul-africanos e destaca­va o trabalho da equipa médica. Mesmo assim, o comunicado deixava claro, no entanto, que o estado de saúde de Mandela continuava crítico.

STAE recenseou apenas 35 por cento dos potenciais eleitores em todo o país

O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) ainda está longe de atingir as metas do processo de recenseamento eleitoral. A cifra de registos ainda está muito abaixo dos 50 por cento. Dos três milhões, quatrocentos e noventa e cinco eleitores pre­vistos, o STAE recenseou apenas um milhão, duzentos e quarenta e quatro mil e quinhentos e vin­te nove, o que representa 35 por cento. Mesmo assim, falando duran­te uma conferência de imprensa para o balanço dos primeiros 30 dias do recenseamento, o director-geral do STAE, Felisberto Naife, disse estar a registar um crescimento assinalável do nú­mero de eleitores registados. “Estamos a notar uma grande afluência dos eleitores aos postos de recenseamento. Houve uma melhoria no processo, pois está a decorrer normalmente no que diz respeito à afluência dos muníci­pes”, explicou Naife. Contudo, há algumas provín­cias cujos índices de recensea­mento são mais preocupantes. Nampula e Zambézia registam as taxas mais baixas do proces­so: 25%. Por isso, o STAE pretende au­mentar a supervisão e o número de equipamentos em todas as brigadas, mesmo naquelas cuja adesão é satisfatória, como for­ma de tentar acelerar o proces­so e aumentar a cobertura.

“A paz e soberania do país não podem ser ameaçadas por um grupo”

Numa altura em que o país vive um clima de instabilidade, com os homens da Renamo a im­pedirem a transição de pessoas e bens ao longo da EN1, através de ataques a viaturas no troço rio Save – Muxúnguè, o Presidente da República, Armando Guebu­za, disse que a paz e a soberania do país não podem ser colocadas em questão por um grupo de pessoas que não pretende aderir à cultura do diálogo. Guebuza falava ontem, em Maputo, no acto de tomada de posse do novo chefe do Estado­-Maior General das Forças de Defesa de Moçambique, Gra­ça Chongo, em substituição de Paulino Macaringue, exonerado quarta-feira por despacho presi­dencial. Além das habituais marchas, um dos momentos marcantes da cerimónia foi a devolução de Paulino Macaringue, ao Chefe do Estado, do standard, um dos símbolos de poder nas Forças Armadas, e consequente entre­ga do mesmo ao novo chefe do Estado-Maior. Por seu turno, Graça Chongo diz estar pronta para os novos desafios.

Livro “Obrigado Madiba” da autoria de um moçambicano à venda em Lisboa

Nas últimas semanas co­meçou a ser vendido em Lisboa, a capital portuguesa, por ocasião de uma importante convenção de uma instituição benemérita, o livro “Obrigado Madiba”, da autoria do moçambicano Abílio Soeiro. Trata-se, segundo AIM, de um livro autobiográfico, onde as vivências de Nelson Mandela em Moçambique ocupam um lugar de destaque. Na realida­de, foi aqui que se forjou a ami­zade entre Madiba e o autor. Abílio Soeiro nasceu na então Lourenço Marques e passou a in­fância em Cabo Delgado, no norte do país, tendo depois regressado ao sul de Moçambique, onde desenvolveu a sua vida profissional e onde iniciou, há quase 25 anos, a sua actividade empresarial. “Causa-me algum pesar saber que o livro está a ser divulgado numa altura em que o estado de saúde de Madiba é crítico, mas ao mesmo tempo considero ser um dever meu levar a bom termo este projecto, uma vez que a vontade de Madiba sem­pre foi que este livro se tornasse uma realidade. No ano passado tive a satisfação de lhe entre­gar em mão a primeira cópia impressa”, revelou Abílio Soeiro. A cerimónia oficial de apresen­tação de “Obrigado Madiba”, em Maputo está prevista para o próximo dia 25 de Julho. Uma substancial percentagem das vendas do livro destina-se a apoiar projectos de beneficên­cia social, como o do Hospital para Crianças da Fundação Nel­son Mandela, e ainda terminar com a poliomielite, um projecto do Rotary Internacional com o apoio da Fundação Bill Gates.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Vamos dialogar apesar de tudo - Guebuza

O Presidente da República, Armando Guebuza, acredita que, apesar da incitação à violência protagonizada pela Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, o país continuará a viver em paz, porque o moçambicano de gema rejeita o retorno à guerra. Guebuza, que falava sábado em conferência de imprensa que marcou o término da sua visita à província do Niassa, no quadro da Presidência Aberta e Inclusiva, reiterou que o governo ama o seu povo, por isso continuará a privilegiar o diálogo até que se alcance o desejado entendimento. “Qualquer moçambicano de gema - somos mais de 20 milhões - não vai querer que haja incitação à violência”, disse Guebuza. O Estadista moçambicano explicou que se no passado pode ter havido uma distracção, que gerou o conflito armado de 16 anos, a situação de incitação de violência recente arrancou a vida a cidadãos inocentes e inspira o medo e instabilidade nas pessoas que querem viver mais tranquilas. “Acredito que, apesar das provocações perigosas da Renamo, Moçambique continuará a viver em paz e o governo vai continuar a participar no diálogo com a Renamo. Mesmo na segunda-feira, está previsto um diálogo e o governo vai sempre, de boa vontade, procurando resolver os problemas que o país enfrenta”. Guebuza recordou aos jornalistas que o acompanharam na sua presidência aberta que, em todos os locais por onde escalou, a população repudia todo o tipo de acções capaz de conduzir ao retorno à guerra, e isso é um indicador de que “os moçambicanos não querem a guerra” Por outro lado, disse ser inaceitável que a Renamo continue a provocar o povo, mas insiste que o diálogo continuará a ser caminho trilhado pelo governo. Fazendo um balanço da sua visita ao Niassa, Guebuza afirmou que a província registou uma evolução considerável na produção global e colecta de receitas. Por isso, disse o Presidente da República“ Niassa de hoje é claramente melhor que a do ano passado”. Também reconhece que ainda persistem muitos desafios, particularmente na gestão da Reserva do Niassa, onde se registam situações de mau relacionamento entre os gestores e as comunidades e até mesmo casos de falta de respeito para com as populações. Contudo, Guebuza acredita que as autoridades provinciais saberão ultrapassar este tipo de irregularidades. O Chefe de Estado moçambicano termina a sua visita ao Niassa depois de escalar, sucessivamente, a cidade de Lichinga e os distritos de Mecanhelas, Marrupa, Mecula e Lago. Antes de iniciar a Presidência Aberta, Guebuza orientou, dia 17 de Junho corrente, as comemorações dos 40 anos da morte do Herói Nacional, Francisco Magumbwa, acto que teve lugar no povoado de Bâbelo, localidade de Messumba, que dista cerca de nove quilómetros da vila sede do distrito do Lago, Metangula.

Delegado da Renamo ameaça de morte chefe do Posto Administrativo de Muxúnguè

A chefe do posto administrativo de Muxúnguè, no distrito de Chibabava, em Sofala, Páscoa Mambara, denunciou nas últimas horas ter sido ameaçada de sequestro e morte pelo delegado político da Renamo baseado naquela região, ora integrado no grupo de ex-guerrilheiros concentrados na sua base na zona de Mangomanhe, a 15 quilómetros da sede do referido posto administrativo. “O delegado político da Renamo ligou-me e disse que eu e o comandante do posto policial de Muxúnguè temos estado a dar informações ao Governo sobre a Renamo e sobretudo à Polícia para persegui-los, pelo que iriam perseguir-me até me sequestrar e me matar”, disse Mambara, citada pelo jornal Notícias na sua edição de hoje. Visivelmente transtornada pela ameaça, Páscoa Mambara esclareceu que depois da ocorrência do facto comunicou-lho às autoridades, mas continua a viver num clima de medo pois, segundo ela, as ameaças podem se concretizar a qualquer momento, tal como o fizeram com os ataques na EN1. Um dos agentes económicos baseado igualmente no posto administrativo de Muxúnguè, e que para além de uma pensão possui um restaurante-bar, juntou-se aos ex-guerrilheiros de Afonso Dhlakama, assegurando a logística da Renamo, segundo ainda o Notícias. Em algumas regiões de Chibabava, segundo aquele jornal, continuam a registar-se movimentos de alguns elementos que se supõe sejam da Renamo que, segundo fontes não confirmadas, estão a concentrar-se nas suas anteriores bases.

Ambulância avariou-se quando levava Mandela

A ambulância militar que, no passado dia 8, transportava Nelson Mandela da sua casa em Joanesburgo até ao hospital de Pretória teve um problema de motor e ficou imobilizada. Mandela, de 94 anos, teve de esperar 40 minutos por outro veículo. A situação, só ontem revelada pelos meios de comunicação sociais, está a provocar alguma celeuma na África do Sul e certo embaraço ao governo de Pretória. Os sul-africanos questionam-se se o tempo de espera terá, de alguma forma, agravado o estado de saúde do seu primeiro presidente negro e ícone mundial da luta anti-apartheid. "Entendo e aprecio a preocupação [da população]", disse Mac Maharaj, porta-voz da Presidência de Jacob Zuma, que adiantou: "Quero garantir ao povo, tal como foi garantido pelos médicos à Presidência, que todos os cuidados foram tomados para que o incidente não comprometesse o estado de saúde do ex-presidente Nelson Mandela". Maharaj disse ainda que Mandela estava acompanhado por médicos e enfermeiras, especializados em cuidados intensivos, e que ninguém podia prever que a ambulância ia ter um problema no motor. "Coisas destas acontecem", desabafou. A segunda ambulância, avançou o porta-voz da Presidência sul-africana, estava "completamente equipada, com especialistas e enfermeiras para os cuidados intensivos". Apesar de todas as garantias avançadas por Mac Maharaj, a verdade é que a notícia provocou em muitos sul-africanos o sabor amargo da desconfiança relativamente à "dignidade" com que foi tratado o seu ex-presidente e Prémio Nobel da Paz. De acordo com a cadeia de televisão americana, que cita fontes sul-africanas, Mandela teve de esperar 40 minutos para que chegasse a segunda ambulância. Segundo a mesma televisão, a transferência para a segunda ambulância ocorreu sob as temperaturas gélidas do Inverno sul-africano. Entretanto, o estado de saúde de Nelson Mandela "continua sério mas estável", disse Maharaj, confirmando que o paciente continua a receber visitas da família. Trata-se do terceiro internamento de Mandela este ano e sempre por problemas relacionados com os pulmões. Desta vez, trata-se de uma infeção pulmonar. Primeiro presidente negro da África do Sul, em1994, Mandela tem uma vida de luta contra o apartheid que lhe valeu o Nobel da Paz mas que, antes, o levara à cadeia. Preso durante 27anos, os problemas pulmonares terão começado quando trabalhava na pedreira da prisão. Depois, nos anos de 1980, contraiu tuberculose quando estava detido na ventosa Robben Island.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Polícia garante que está a patrulhar a EN 1

O Comando-Geral da Polícia garante que a circulação na 1 é segura, no dia de hoje, apesar das ameaças da Renamo. Pedro Cossa, porta-voz da polícia, confirmou à TVM, que há vários efectivos da Defesa e Segurança espalhados pela EN1, com particular enfoque no troço Rio Save-Muxúnguè, para garantir às pessoas que podem circular livremente e neutralizar quaisquer tentativas de colocar em causa a ordem pública.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Madiba pode estar mais grave do que se noticia

Começou a segunda semana de tratamento intensivo de Nelson Mandela, numa altura em que o seu estado de saúde continua grave, apesar de estar a recuperar-se lentamente da infecção respiratória. A infecção em causa é decorrente de uma tuberculose contraída durante os 27 anos em que Mandela permaneceu encarcerado pelo regime minoritário branco do “apartheid”, que imperou na África do Sul até 1992. Mandela, de 94 anos e que irá completar mais um ano no próximo dia 18 de Julho, deu entrada no hospital Medi-Clinic Hearth de Pretória, no passado dia 8 do mês em curso. De lá a esta parte, vários rumores correram o mundo em torno da sua saúde. A família de Mandela decidiu que apenas os familiares mais próximos podem visitá-lo no quarto do hospital. Este secretismo tem estado a alimentar especulações na imprensa sul-africana e no mundo, em torno do estado de saúde do líder. Na verdade, esta restrição tem estado a criar ruído na imprensa e dentro do ANC, aventando-se a possibilidade de a família estar a esconder o verdadeiro estado de saúde de Mandela, que pode ser muito mais grave do que se noticia.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Edil interino exonera e nomeia novos vereadores a cinco meses das eleições autárquicas

A cinco meses da realização de eleições municipais, António Matlava, que assume interinamente a presidência da Matola, decidiu fazer mexidas em várias direcções do município da Matola, com enfoque para os seguintes pelouros: Xadreque Lumbandali, vereador para área de Finanças e Património; Inês Gonçalo Chilundo, vereadora de Planeamento Territorial e Urbanização; Laitone Melo, vereador para Obras e Infra-estruturas; Amade Miquidade, vereador da Administração Municipal e Desenvolvimento Institucional; Jaime Langa é reconduzido, cerca de dois anos depois de ter sido afastado por Arão Nhancale, ao pelouro de Actividade Económicas e Serviços; Emelinda Berta José, vereadora dos Mercados, Feiras, Desenvolvimento Rural e Águas; e Helio Langa, vereador de Cultura, Juventude e Desportos. As exonerações abrangeram outros sectores do Município da Matola, como o Gabinete do Presidente, com enfoque para a saída de Emília Muchate, que anteriormente exercia a função de chefe do Gabinete. Esta medida surge 20 dias depois de António Matlava assumir, interinamente, os destinos da Matola. Para o edil da Matola, estas mexidas têm em vista a reestruturação do município no sentido de imprimir nova dinâmica: “O desenvolvimento da nossa autarquia e o pleno cumprimento dos planos em vista são considerados factores fundamentais para a criação de mecanismos de impacto aceitável e real das nossas pretensões. É importante que vejamos o processo de mobilização de quadros como um processo contínuo, na prossecução dos nossos objectivos e do compromisso. A nossa perspectiva é tornarmos a prestação de serviços célere e satisfatória, em todas as áreas, com enfoque para os pelouros de planeamento territorial, salubridade, vias e obras, transportes e finanças”, esclareceu o dirigente.

Fornecedores privados de água dizem que estão a ser “exterminados” pelo governo

“Caso o regulamento que o Governo está a preparar sobre os fornecedores privados de água seja aprovado tal como está, será o fim da nossa actividade” O Ministério das Obras Públicas e Habitação, MOPH, através da Direcção Nacional de Águas, está a preparar um regulamento do licenciamento da prestação de serviços de abastecimento de água por fornecedores privados. Ontem, em Maputo, organizou o primeiro encontro para a auscultação pública, com o objectivo de colher subsídios para o enriquecimento do documento. É um regulamento bastante contestado pelos operadores privados de água. A Associação dos Fornecedores de Água de Moçambique, Aforamo, diz que caso o mesmo seja aprovado assim como está, é o fim da actividade deles, sobretudo os que operaram de forma independente, nas zonas urbanas. É que o número 2 do artigo 5 do draft do regulamento em causa determina que já não se pode licenciar privados de classe I, II e III nos centros urbanos. Ou seja, “não podem ser licenciados fornecedores privados de água para as classes I, II e III dentro das áreas públicas de serviço e dentro das áreas de serviço delegado”, lê-se no documento em causa que o nosso jornal teve acesso. São de classe I os que estão nos centros urbanos e possuem 500 ou mais ligações e a operar de forma independente. São de classe II os que têm menos de 500 ligações nos centros urbanos, que também estão a trabalhar independentes. Refere-se a classe III aos investidores independentes que operam também nos centros urbanos sem referência do número das ligações que possuem. Para os operadores privados, este artigo representa um sinal claro de que o Governo pretende acabar com a sua actividade.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Governo pediu adiamento da 5.ª ronda de diálogo com Renamo

A 5.ª ronda de diálogo entre o Governo e a Renamo, que estava prevista para esta segunda-feira, ficou adiada à última hora para próximo dia 10 de Junho, a pedido do executivo moçambicano. O chefe da Delegação da Renamo, Saimone Macuiana, confirmou ao Canalmoz que o adiamento surgiu a pedido do Governo, porque o chefe da sua delegação, Jose Pacheco, encontra-se fora do País na companhia do presidente da República. O adiamento não foi comunicado à Imprensa e nenhum comunicado foi emitido, o que levou alguns jornalistas ao Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, local onde vem decorrendo os encontros. O encontro adiado tinha como “pano de fundo” discutir pela primeira vez questões relacionadas com o pacote eleitoral reivindicado pela Renamo. O adiamento poderá comprometer o período de 30 dias estabelecido pelas partes no acordo dos Termos de referência assinados na semana passada, como tempo máximo para o decurso do diálogo. No pacote eleitoral, a Renamo exige, entre outros aspectos, a criação dos tribunais eleitorais, a composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) na base do princípio da paridade, a revisão dos critérios da selecção dos brigadistas, entre outros aspectos, que poderão ser debatidos e incorporados no pacote eleitoral a ser discutido em Agosto próximo quando a Assembleia da República se reunir em sessão extraordinária para o efeito. Recorde-se que a União Europeia condicionao financiamento para as eleições de 2013 e 2014 ao alcance de entendimento entre o Governo e a Renamo. A chefe da missão do Parlamento Europeu encorajou o Governo e a Renamo a continuarem com o diálogo até encontrarem consensos, “pois defendemos a participação de todas as formações políticas com existência legal”. Por outro lado, o delegado da União Europeia em Moçambique, Paul Malin, defendeu também a via negocial entre as duas partes até chegarem ao consenso. “Recusamos a exclusão da Renamo ou o impedimento da realização das eleições por uma das partes”, advertiu o delegado da União Europeia em Moçambique. Entretanto, na quarta-feira da semana passada, a presidente da Assembleia da República voltou a reunir-se com a União Europeia, cuja comitiva era composta por 14 embaixadores acreditados em Moçambique e o tema do encontro centrou-se na procura da aproximação do Governo e Renamo no diálogo em curso e por um período de 30 dias. Um grupo de eurodeputados que se encontrava em Moçambique reuniu-se quinta-feira passada em Maputo, com as bancadas parlamentares da Frelimo e da Renamo, tendo advertido que as partes se entendam. A União Europeia já advertiu que não quer ouvir de eleições em Moçambique, com uma parte excluída e a falar de boicote.