terça-feira, 23 de abril de 2013

Xipamanine: o pior mercado de Maputo

É dos maiores mercados da capital e daqueles que mais receitas gera para o município, a avaliar pelo volume de negócios ali praticados, mas é o pior mercado da capital do País, dada a precariedade ou quase a inexistência de infra-estruturas de saneamento básico, o que resulta na imundice com que os vendedores e utentes do mercado convivem diariamente. O próprio município de Maputo, segundo António Tovele, vereador de mercado e feiras, disse que a situação do mercado de Xipamanine é deplorável e considera o mesmo “o pior de Maputo”. Entretanto, Tovele diz que está nos planos do município a requalificação do mercado, ainda com início este ano. Enquanto isso não chega, a realidade no terreno é desoladora. E tudo piora quando chove, como aconteceu nos últimos dias. A falta de condições mínimas de higiene, a superlotação nos sectores informal e formal, a falta de infra-estruturas, nomeadamente vias de acesso e parque para viaturas dos utentes, tornam aquele histórico mercado um dos piores lugares para se frequentar. “Nós estamos a cumprir a nossa parte porque todos os dias pagamos bilhete, uma vez que o espaço não é nosso, mas o problema é que eles já não conseguem pôr as coisas minimamente organizadas, porque nessas condições existem pessoas que podem não vir comprar produtos vendo a imundice e alguns até preferem ir a outros mercados”, diz Felismina Malevo, vendedeira no sector informal de Xipamanine, veiculando a opinião partilhada pela maioria. Costa Gemo, vendedor formal no mesmo mercado, disse que dentro do mercado há uma disputa entre os vendedores, os clientes têm dificuldade de circular e não há facilidade de controlar os ladrões,razão pela qual têm sofrido roubos diariamente e dificilmente conseguem encontrar os larápios, pois escondem-se entre os clientes e o espaço de circulação é menor para controlar essa situação.

Empresário raptado na cidade de Maputo

Depois de uma relativa calma, mais um sequestro voltou a abalar a cidade de Maputo. Na última quinta-feira, dia 18 de Abril corrente, cerca das 17h30min, na Avenida Mohamed Siad Barre, desta vez a vítima foi Iskander Noomahon, empresário e comerciante de origem asiática. O último caso de rapto registado na capital do País tinha sido de Rachid Takidir, quando saía da Mesquita da Baixa, onde estivera a participar de um culto, em Fevereiro passado. A Polícia não revelou a idade de Noomahon, a área da actividade que desenvolvia, nem as circunstâncias em que foi raptado, mas confirmou a ocorrência. Arnaldo Chefo, porta-voz da Polícia na cidade de Maputo, disse ontem à Imprensa que um grupo de indivíduos ainda a monte raptou um empresário de origem asiático para uma parte incerta. “Até hoje (ontem), Noomahon continua em cárcere privado. Tomámos conhecimentos e os nossos colegas da investigação criminal estão a trabalhar. A família está a colaborar”, disse Chefo. Entretanto, sabe-se que por detrás dos raptos sucessivos que estão a ocorrer há cerca de dois anos sem que até agora a Polícia esclareça devidamente um único caso, a opinião pública entre a comunidade afectada admite que esteja um grupo ou mais grupos apadrinhado pelo poder político. No ambiente próximo de famílias de cidadãos que já foram vítimas de rapto há inclusivamente comentários insistentes que indicam que altas individualidades do Estado estão a impedir que agentes da Polícia de Investigação Criminal (PIC) actuem.

Bandidos assaltam posto policial, assassinam agente da Polícia e roubam armas

Um grupo de cinco malfeitores fazendo-se transportar em duas viaturas, assaltou, na semana passada, o Posto Policial Volante 6, bairro Georg Dimitrov, arredores de Maputo, tendo alvejado mortalmente um agente e roubando quatro armas. A Polícia confirma apenas a morte do jovem agente, Leonardo João Mazul. Testemunhas no terreno falam de sumiço de quatro armas no magazine da corporação. Testemunhas ouvidas pelo Canalmoz contaram que os malfeitores, antes de assaltarem o posto policial, estiveram a sondar aquela zona. Os carros usados foram vistos duas horas antes da ocorrência. Acrescentam que em algum momento estiveram sentados numas barracas a beber e a arquitectar planos de assalto. Quando chegou a hora, os malfeitores simularam terem pegue um ladrão e que iam entregar à Polícia. O suposto ladrão estava entre dois bandidos. Os outros seguiam pelas traseiras. Segundos dados colhidos no local, chegados no posto, os malfeitores disseram ao oficial de serviço que tinham um caso de um ladrão apanhado em flagrante e que era urgente. “Quando o agente abriu a gaveta da secretária para tirar o livro de ocorrências e caneta para a elaboração do auto, encostaram-lhe uma arma no pescoço. Os malfeitores exigiram a chave do magazine. Ele recusou-se. Insistiram e arrancaram. Foram abrir e levaram armas. Alvejaram mortalmente o agente e puseram-se em fuga”, conta um jovem residente próximo do posto. Acrescentou que um dos colegas ao se aperceber do assalto, escondeu-se na cozinha, foi quem depois de se retirarem perseguiu as viaturas e disparou. “Eles renderam com mais de 10 tiros. Esta situação deixou-os na incerteza. Não sabíamos o que estava a acontecer, o mais preocupante é o facto deste local se supor ser seguro. No posto só havia dois agentes da Polícia, não sabemos onde é que os outros estavam ”, disse. Sobre este assunto, o porta-voz da Polícia na cidade de Maputo, Arnaldo Chefo, falou da introdução de bandidos no Posto Policial de Volante 6 e da detenção de quatro supostos indivíduos envolvidos neste crime. “Por volta das 22 horas do dia 15 de Abril corrente, um grupo de cinco indivíduos introduziu-se no Posto Policial Volante 6, e alvejou mortalmente um agente. Sobre este assunto, houve um trabalho que culminou com a detenção de 4 indivíduos por suspeita de terem participado no crime”, disse Chefo.