segunda-feira, 24 de junho de 2013

Vamos dialogar apesar de tudo - Guebuza

O Presidente da República, Armando Guebuza, acredita que, apesar da incitação à violência protagonizada pela Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, o país continuará a viver em paz, porque o moçambicano de gema rejeita o retorno à guerra. Guebuza, que falava sábado em conferência de imprensa que marcou o término da sua visita à província do Niassa, no quadro da Presidência Aberta e Inclusiva, reiterou que o governo ama o seu povo, por isso continuará a privilegiar o diálogo até que se alcance o desejado entendimento. “Qualquer moçambicano de gema - somos mais de 20 milhões - não vai querer que haja incitação à violência”, disse Guebuza. O Estadista moçambicano explicou que se no passado pode ter havido uma distracção, que gerou o conflito armado de 16 anos, a situação de incitação de violência recente arrancou a vida a cidadãos inocentes e inspira o medo e instabilidade nas pessoas que querem viver mais tranquilas. “Acredito que, apesar das provocações perigosas da Renamo, Moçambique continuará a viver em paz e o governo vai continuar a participar no diálogo com a Renamo. Mesmo na segunda-feira, está previsto um diálogo e o governo vai sempre, de boa vontade, procurando resolver os problemas que o país enfrenta”. Guebuza recordou aos jornalistas que o acompanharam na sua presidência aberta que, em todos os locais por onde escalou, a população repudia todo o tipo de acções capaz de conduzir ao retorno à guerra, e isso é um indicador de que “os moçambicanos não querem a guerra” Por outro lado, disse ser inaceitável que a Renamo continue a provocar o povo, mas insiste que o diálogo continuará a ser caminho trilhado pelo governo. Fazendo um balanço da sua visita ao Niassa, Guebuza afirmou que a província registou uma evolução considerável na produção global e colecta de receitas. Por isso, disse o Presidente da República“ Niassa de hoje é claramente melhor que a do ano passado”. Também reconhece que ainda persistem muitos desafios, particularmente na gestão da Reserva do Niassa, onde se registam situações de mau relacionamento entre os gestores e as comunidades e até mesmo casos de falta de respeito para com as populações. Contudo, Guebuza acredita que as autoridades provinciais saberão ultrapassar este tipo de irregularidades. O Chefe de Estado moçambicano termina a sua visita ao Niassa depois de escalar, sucessivamente, a cidade de Lichinga e os distritos de Mecanhelas, Marrupa, Mecula e Lago. Antes de iniciar a Presidência Aberta, Guebuza orientou, dia 17 de Junho corrente, as comemorações dos 40 anos da morte do Herói Nacional, Francisco Magumbwa, acto que teve lugar no povoado de Bâbelo, localidade de Messumba, que dista cerca de nove quilómetros da vila sede do distrito do Lago, Metangula.

Delegado da Renamo ameaça de morte chefe do Posto Administrativo de Muxúnguè

A chefe do posto administrativo de Muxúnguè, no distrito de Chibabava, em Sofala, Páscoa Mambara, denunciou nas últimas horas ter sido ameaçada de sequestro e morte pelo delegado político da Renamo baseado naquela região, ora integrado no grupo de ex-guerrilheiros concentrados na sua base na zona de Mangomanhe, a 15 quilómetros da sede do referido posto administrativo. “O delegado político da Renamo ligou-me e disse que eu e o comandante do posto policial de Muxúnguè temos estado a dar informações ao Governo sobre a Renamo e sobretudo à Polícia para persegui-los, pelo que iriam perseguir-me até me sequestrar e me matar”, disse Mambara, citada pelo jornal Notícias na sua edição de hoje. Visivelmente transtornada pela ameaça, Páscoa Mambara esclareceu que depois da ocorrência do facto comunicou-lho às autoridades, mas continua a viver num clima de medo pois, segundo ela, as ameaças podem se concretizar a qualquer momento, tal como o fizeram com os ataques na EN1. Um dos agentes económicos baseado igualmente no posto administrativo de Muxúnguè, e que para além de uma pensão possui um restaurante-bar, juntou-se aos ex-guerrilheiros de Afonso Dhlakama, assegurando a logística da Renamo, segundo ainda o Notícias. Em algumas regiões de Chibabava, segundo aquele jornal, continuam a registar-se movimentos de alguns elementos que se supõe sejam da Renamo que, segundo fontes não confirmadas, estão a concentrar-se nas suas anteriores bases.

Ambulância avariou-se quando levava Mandela

A ambulância militar que, no passado dia 8, transportava Nelson Mandela da sua casa em Joanesburgo até ao hospital de Pretória teve um problema de motor e ficou imobilizada. Mandela, de 94 anos, teve de esperar 40 minutos por outro veículo. A situação, só ontem revelada pelos meios de comunicação sociais, está a provocar alguma celeuma na África do Sul e certo embaraço ao governo de Pretória. Os sul-africanos questionam-se se o tempo de espera terá, de alguma forma, agravado o estado de saúde do seu primeiro presidente negro e ícone mundial da luta anti-apartheid. "Entendo e aprecio a preocupação [da população]", disse Mac Maharaj, porta-voz da Presidência de Jacob Zuma, que adiantou: "Quero garantir ao povo, tal como foi garantido pelos médicos à Presidência, que todos os cuidados foram tomados para que o incidente não comprometesse o estado de saúde do ex-presidente Nelson Mandela". Maharaj disse ainda que Mandela estava acompanhado por médicos e enfermeiras, especializados em cuidados intensivos, e que ninguém podia prever que a ambulância ia ter um problema no motor. "Coisas destas acontecem", desabafou. A segunda ambulância, avançou o porta-voz da Presidência sul-africana, estava "completamente equipada, com especialistas e enfermeiras para os cuidados intensivos". Apesar de todas as garantias avançadas por Mac Maharaj, a verdade é que a notícia provocou em muitos sul-africanos o sabor amargo da desconfiança relativamente à "dignidade" com que foi tratado o seu ex-presidente e Prémio Nobel da Paz. De acordo com a cadeia de televisão americana, que cita fontes sul-africanas, Mandela teve de esperar 40 minutos para que chegasse a segunda ambulância. Segundo a mesma televisão, a transferência para a segunda ambulância ocorreu sob as temperaturas gélidas do Inverno sul-africano. Entretanto, o estado de saúde de Nelson Mandela "continua sério mas estável", disse Maharaj, confirmando que o paciente continua a receber visitas da família. Trata-se do terceiro internamento de Mandela este ano e sempre por problemas relacionados com os pulmões. Desta vez, trata-se de uma infeção pulmonar. Primeiro presidente negro da África do Sul, em1994, Mandela tem uma vida de luta contra o apartheid que lhe valeu o Nobel da Paz mas que, antes, o levara à cadeia. Preso durante 27anos, os problemas pulmonares terão começado quando trabalhava na pedreira da prisão. Depois, nos anos de 1980, contraiu tuberculose quando estava detido na ventosa Robben Island.