sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A propósito do candidato corrupto da Frelimo Manter candidatura de Carlos Portimão é “retrocesso civilizacional grave e indisfarçável”

O escândalo do candidato da Frelimo que foi flagrado e condenado por suborno à procuradora distrital de Moatize continua a criar indignação generalizada. E a onda de reacções tem vindo a aumentar desde que o partido Frelimo decidiu, através do seu porta-voz, Damião José, manifestar o apoio “incondicional”ao candidato corrupto e ter apelidado a corrupção de “acidente de percurso”. E quem se juntou ao coro de críticas à postura do partido Frelimo é o antigo bastonário da Ordem dos Advogados, Gilberto Correia, que diz, claramente, acreditar que “actos de corrupção para Carlos Portimão sejam meros acidentes do seu percurso profissional”. Gilberto Correia escreveu na sua página de Facebook que a decisão do partido Frelimo de manter um candidato corrupto confesso é um “retrocesso civilizacional”. “Não é aceitável que o Partido que nos governa, e que se propõe governar-nos por muitos anos, venha qualificar a corrupção activa, confessada e punida desta forma assustadoramente complacente e leviana”. Em tom de indignação o antigo bastonário questiona se “um corruptor confesso e condenado em definitivo pode ser governante de milhares de pessoas sem qualquer problema? E o Partido Frelimo vai apoiá-lo, fornecer meios, disponibilizar o aparelho partidário e fazer campanha para garantidamente isso acontecer?” questiona Correia, acrescentando estar “perplexo e, simultaneamente, muito assustado com o rumo que seguimos neste domínio”. Para Gilberto Correia, na política, como em qualquer outra área, deve haver limites éticos. “Sei que a política não é propriamente um paraíso ético, mas daí até o que está a acontecer em Moatize vai uma distância. Para mim, mais do que uma questão meramente política, a manutenção deste candidato configura um retrocesso civilizacional grave e indisfarçável”, finaliza o antigo bastonário.

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