segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Reabertura da Ponte de Boane Fim do martírio

Apesar das obras de reabilitação do drift de Boane terem terminado há muito tempo, só esta segunda-feira a ponte sobre o rio Umbeluzi, que liga o distrito de Boane com a vila-sede de Bela Vista, distrito de Matutuíne, província de Maputo, será inaugurada pela governadora provincial, Maria Elias Jonas. A população já há muito esperava por esta infra-estrutura e acredita que seja o fim do martírio. Há dias o Canalmoz esteve em Massaca e testemunhou de facto que a obra estava pronta, mas os carros não podiam atravessar antes do corte da fita. O desabamento desta infra-estrutura veio deteriorar as condições de vida da população dos povoados de Massaca “2”, “3”, “4” e “5”, Bairro Novo, no distrito de Boane, província de Maputo. Com a queda da ponte, ou seja, até ontem, domingo, estas zonas distavam cerca de 22 quilómetros da vila sede de Boane devido à volta que os poucos carros que enfrentavam o drama da estrada via Mafuiane davam. Falta um pouco de tudo nestes bairros, até água potável. Para sobreviver, fazem longas caminhadas até à barragem dos Pequenos Libombos com riscos de serem devorados por crocodilos. O transporte é assegurado por camiões de transporte de tomate idos de Matutuíne, Bela Vista ou Salamanga que passam ocasionalmente. A falta de energia e de produtos de primeira necessidade são entre as preocupações levantadas por aqueles habitantes. Carlota Norberto, residente em Massaca “4”, disse que com a destruição da ponte pelas chuvas, a tubagem ficou danificada. Assim, caminha 4 quilómetros para alcançar um furo privado onde o bidão de 20 litros custa um metical. Mas como a energia na zona do furo oscila com frequência e não tem qualidade, é normal passar um mês sem a bomba funcionar. “Antes deste operador abrir o furo, tirávamos água no Umbeluzi. Neste momento, tiramos água na barragem. Desafiamos os crocodilos. A bomba pública está avariada”, disse. “Com a queda da ponte, para chegarmos a Boane pagamos 10 meticais, contra os anteriores 6 meticais. Somos obrigados a ir até à vila de Boane, para comprarmos produtos de primeira necessidade. Espero que, com a reabertura da ponte, haja mais transporte”, disse. Artemisa da Conceição disse que às vezes atrasam à escola devido a longa distância aliada à falta de transporte. “Somos um grupo de 14 alunos que vive na mesma zona. Esperamos, com a reabertura da ponte,que haja carros”, disse. Alberto Joaquim, residente em Massaca “3”, disse que devido a estes problemas, no ano passado houve um encontro orientado pelo então administrador em Boane, Zeferino Cavele, onde a população colocou os problemas de água, transporte e energia. “Queremos TPM e FEMATRO. Há pessoas que saem de Massaca para estudar em Boane a pé. Pedimos que se dê continuidade ao projecto de água dos chineses, já abandonado. Consumimos água suja”, disse.

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