quinta-feira, 25 de abril de 2013

Barclays penhora bens do grupo Maiaia em Nacala

O grupo Maiaia, descrito como um dos maiores grupos empresariais nacionais em Nacala, província de Nampula, viu na manhã da terça-feira todos os seus estabelecimentos, constituídos por uma fábrica de zinco, de bolachas, plásticos, armazéns, lojas, incluindo residências dos responsáveis, penhorados pelo Barclays, na sequência do incumprimento ao pagamento de uma dívida de cerca de cinco milhões de dólares contraída naquela instituição bancaria. Neste momento, o controlo dos referidos empreendimentos, incluindo a mercadoria, é feito, pela segurança do banco. Em contacto telefónico com Nurolamin Gulam, administrador daquele grupo empresarial, que se encontrava em Portugal, confirmou a penhora, tendo referido que estão a encetar negociações com o banco para reprogramação da dívida, sendo que, neste mesmo, pagariam dez por cento do valor total. Entretanto, até ontem, o banco havia rejeitado esta proposta, porque, segundo apurámos de uma fonte do banco, aquela instituição financeira dispõe de informações seguras de que os membros do Grupo Maiaia têm depositado no estrangeiro, em contas individuais, mais de cem milhões de dólares, o que é visto pelo banco como falta de interesse em pagar os cerca de cinco milhões em dívida. Esta informação foi refutada por Nurolamin Gulam, segundo o qual nenhum dos membros do Grupo Maiaia tem conta no estrangeiro. Nurolamin acredita ainda na solução ponderada, que passa pela reprogramação da dívida. A situação afecta mais de 800 trabalhadores entre efectivos e eventuais, que estão, neste momento, a viver na incerteza sobre o seu futuro laboral e não sabem se o grupo vai incluir nas contas do salário os dias em que as actividades estarão paralisadas. Para evitar este transtorno, a direcção do trabalho em Nacala aconselhou os trabalhadores que estavam afectos a diferentes sectores, no sentido de continuarem a frequentar os seus postos de trabalho, mesmo sabendo que estão encerrados e assinar o livro de ponto. Lucas Momade, director distrital de trabalhadores, disse que a direcção do grupo Maiaia não concordou com a proposta de o seu sector de trabalhadores continuar a frequentar a empresa e assinar o livro de ponto, mas garante salário até à data em que será encontrada a solução definitiva do diferendo. Refira-se que o grupo Maiaia é uma das empresas que empregam maior número de trabalhadores e tem interesses comerciais um pouco por todo o país.

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