quinta-feira, 7 de março de 2013

Morre chefe do esquadrão da morte do apartheid na África do Sul

O ex-comandante e um dos fundadores do temível "esquadrão da morte Vlakplaas" do regime sul-africano do 'apartheid', Dirk Coetzee, morreu na África do Sul por causa de uma insuficiência renal, informou nesta quinta-feira a emissora de rádio "Eye witness News". Coetzee, que tinha 67 anos e sofria de cancro, estava envolvido em várias atrocidades cometidas pelo governo racista da minoria branca, que dirigiu a África do Sul durante mais de quatro décadas e que teve fim em 1994. O ex-dirigente foi o primeiro alto funcionário da temida polícia secreta a confessar os assassinatos e abusos de que participou. Em 1997, foi amnistiado pela Comissão da Verdade e a Reconciliação, uma instituição dedicada a examinar e divulgar - sem espírito de revanchismo - os horrores cometidos na África do Sul racista entre 1960 e 1993. O ex-comandante morto é responsável pelas mortes em 1981 do activista e estudante negro Sizwe Khondile e do advogado Griffiths Mxenge, ambos assassinados pela polícia secreta. "O povo irá lembrar-se sempre da célebre descrição de Coetzee de como queimaram o corpo (de Khondile) enquanto faziam uma grelha de assar carne ao lado", disse citada pela "Eye witness News" a directora da secção de Pessoas Desaparecidas da Procuradoria sul-africana, Madeleine Fullard. A "Vlakplaas" actuava como um grupo paramilitar e realizava sequestros, torturas e assassinatos contra os oponentes do governo racista do Partido Nacional. A África do Sul aboliu o regime segregacionista do apartheid em 1994, quando todos os cidadãos do país, independentemente da sua cor, puderam votar juntos em eleições pela primeira vez. Reconhecida por unanimidade, a transição democrática sul-africana ofereceu o perdão a carrascos como Dirk Coetzee e permitiu a convivência pacífica de todas as etnias que hoje se vê no país.

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