sábado, 19 de outubro de 2013
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quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Malfeitores violam e assassinam mulher
A onda de criminalidade tende a recrudescer na cidade de Nampula, norte do país, e a face mais visível culmina com a violação sexual de mulheres e consecutivos assassinatos.
A Polícia da República de Moçambique reporta frequentemente à Imprensa, através do seu comando provincial de Nampula, casos de violação sexual de mulheres e menores.
Na semana passada, em briefing com a Imprensa, a PRM, através do seu porta-voz em Nampula, Miguel Bartolomeu, exibiu à Imprensa e colocou ao público um suposto curandeiro acusado de violar quatro menores no bairro de Muahivire Expansão, arredores da capital do norte.
No briefing desta semana, realizado na última terça-feira (15), a PRM em Nampula afirmou ter registado um estupro e assassinato de uma mulher de 33 anos de idade no bairro de Muatala.
A vítima respondia pelo nome de Júlia Francisco e, segundo Miguel Bartolomeu, porta-voz da PRM, foi encontrada sem vida na sua residência.
Os laudos médicos preliminares efectuados pela equipa da PIC no local apontam para um estupro e consequente assassinato por asfixia.
A PRM ainda não dispõe de pistas suficientes para esclarecer o caso, mas informações correntes indicam que o acto foi protagonizado por um guarda de uma residência vizinha, cuja identidade não nos foi avançada.
No mesmo briefing, Miguel Bartolomeu disse que mais onze supostos assaltantes terão roubado na residência de um comerciante um valor monetário estimado em um milhão de meticais. A identidade do comerciante não foi avançada, mas a PRM apela para que os “homens de dinheiro” possam usar os bancos para guardar o seu dinheiro.
Agentes de PRM enfrentam possibilidade de penas pesadas
Está em curso no Tribunal Distrital de Moatize, o julgamento do processo-crime n. 47/2013, cujos réus são dois agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), afectos ao Comando Distrital de Moatize. Os agentes, em princípios de Janeiro 2012, reprimiram com violência brutal os manifestantes da comunidade de Cateme, espancando os cidadãos que protestavam contra “más condições de vida na zona de reassentamento” criada pela mineradora Vale.
Os agentes Custódio Missasse e Agostinho Traquino foram constituídos arguidos num processo que a Liga dos Direitos Humanos (LDH) move não só contra eles mas também contra o Estado Moçambicano.
Ficou comprovado que os agentes em julgamentos espancaram os moradores de Cateme, no dia 11 de Janeiro de 2012, durante a manifestação. A LDH argumenta que houve uso desproporcional de força por parte dos agentes do Estado contra a população que se manifestava sem violência.
Os agentes são acusado pelos crimes de prisão ilegal e ofensas corporais qualificadas, visto que para além de agredir os manifestantes, também foram presas 9 pessoas, tidas como “cabecilhas” da manifestação. As detenções acorreram sem mandado de captura emitido por entidades competentes.
Depoimento comovente de um cego torturado pela Polícia
Esta quarta-feira, o dia foi reservado às alegações finais, a última oportunidade dada tanto aos réus agentes como às vítimas para se expressaram antes da produção da sentença.
Antes dos agentes da PRM falarem ao tribunal, a juíza do caso, Ivete Germano, deu palavra às vítimas das sevícias dos polícias. Um depoimento de Raul Manuel, deficiente visual que foi encontrado a dormir na sua casa em Cateme e espancado pela Polícia, deixou todos os presentes na sala de sessões comovidos.
“Recordo-me que naquele dia, eu estava em minha casa sozinho. Apenas ouvia pessoas a falarem de manifestações que estavam a acontecer. De repente senti chambocos e pontapés de polícias, que disseram que eu estava na manifestação. Quando lhes disse que eu sou cego, não via nada, não sabia de nada do que estava a passar e pedi para pararem de me bater, não ouviram. Até que um outro polícia disse, ‘vamos deixá-lo que este é cego mesmo’. Foi humilhante o que passei, levei muita porrada”, contou Raul Manuel ao Tribunal, numa explicação emocionante que gelou a sala de julgamento.
Amanhã o Canalmoz traz mais incidências do julgamento em que a LDH exige um milhão de meticais de indemnização para as vítimas.
MDM acusa STAE de querer dispersar votos na Gorongosa
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política, acusou o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) na Gorongosa, Sofala, centro de Moçambique, de transferência de uma mesa de voto, sob proposta do Governo, para “dispersar” eleitores.
Em declarações à Lusa, Daniel Massasse, do MDM, disse que o STAE “validou” uma proposta da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), através do governo local, para transferir as assembleias de voto da EPC 3 de Fevereiro para EPC 1.º de Maio, num “flagrante protagonismo político”.
“As pessoas foram se recensear na EPC 3 de Fevereiro e, chegada a altura de votação, devem procurar as suas assembleias de voto num outro lugar, porque alguém decidiu transferir a mesa. Isso vai baralhar os eleitores, e, claro, favorecer o proponente”, disse à Lusa Daniel Massasse, também candidato do MDM à autarquia de Gorongosa.
Dhlakama fala hoje ao país
O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, fala hoje ao país, a partir de Santungira, no âmbito da celebração do seu primeiro aniversário desde que ali se instalou.
Com efeito, um grupo de jornalistas dos principais órgãos de informação nacionais chegou, ontem, ao quartel-general da Renamo para, na primeira pessoa, ouvir de Afonso Dhlakama o balanço da sua estadia em Santungira.
Os jornalistas esperam igualmente que Dhlakama clarifique o seu posicionamento relativamente ao diálogo em curso, em Maputo, entre delegações do Governo e da Renamo; que diga se está ou não disponível a encontrar-se com o presidente Guebuza para acabar com o actual clima de tensão político-militar, que se vive no país, sobretudo depois das declarações do partido, de que está disponível para repetir a guerra de 16 anos.
Polícia prende delegado político e candidatos à Assembleia Municipal do MDM
A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Gaza deteve na noite da última quarta-feira o delegado político e outros três membros do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), no município da Macia. Três dos quatro detidos são candidatos à Assembleia Municipal local.
Os presos são acusados de terem agredido três membros do partido Frelimo em retaliação à invasão protagonizada por aqueles à sede da Delegação Política do seu partido, naquele município.
Entretanto, A PRM na Macia já transferiu, da esquadra policial para a cadeia, os presos.
O MDM considera as detenções de ilegais, argumentando que os candidatos à Assembleia Municipal “gozam de imunidade e as detenções foram feitas de noite sem mandado judicial”.
"Queremos que a justiça seja feita e que os culpados sejam julgados pela forma como as detenções foram feitas e pelo abuso do poder", referiu o MDM em nota de Imprensa enviada ao Canalmoz.
As detenções ou diligências foram feitas ontem à noite. Contudo, a lei estabelece que as buscas e detenções devem ser efectuadas à luz do dia e não à noite, salvo em flagrante delito.
O comandante da PRM em Bilene, Isaías Parruque, em contacto telefónico com o Canalmoz confirmou as detenções dos quatro membros do MDM, argumentando que os mesmos "agrediram quatro jovens que neste momento estão hospitalizados no município da Macia".
O comandante Parruque negou que os detidos tivessem sido presos à noite da quarta-feira, dizendo que os mesmos foram deditos na manhã do mesmo dia.
"Por lei nós não temos mandato para fazer detenções à noite. O que fizemos foi esperar que amanhecesse para irmos fazer as detenções", disse Isaías Parruque, acrescentando que "na Polícia não há celas, por isso todos os presos são levados à cadeia".
Há 15 dias uma delegação de quadros do MDM reuniu-se com o Comando Geral da PRM para denunciar a má actuação da Polícia aos membros do MDM em quase todas as províncias e em particular em Gaza.
Na ocasião, a Polícia comprometeu-se a agir com isenção em defesa da lei para repor a legalidade.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Polícia identificou suspeitos de raptos de crianças
O ministro do Interior revelou, ontem, que a polícia identificou suspeitos de raptos de crianças, sublinhando que a sua detenção “é uma questão de tempo”.
Alberto Mondlane disse ainda que a polícia sempre esteve atenta à onda de raptos e que continuará a perseguir os malfeitores até levá-los a responder em tribunal.
Falando em Inhambane, onde avaliava o trabalho da polícia, o responsável pela ordem e tranquilidade públicas defendeu que o combate aos raptos depende da colaboração de toda a sociedade.
Nas últimas quatro semanas, duas crianças de nove anos de idade foram raptadas nas cidades de Maputo e Matola.
O rapto de crianças terá iniciado no passado dia 24 de Setembro, quando o filho de um proeminente quadro da empresa de petróleos, e empresário, foi sequestrado na avenida Marginal, também a caminho da escola.
O menor seguia numa viatura particular que foi abalroada pelos sequestradores que, aproveitando-se da surpresa causada ao motorista e ao irmão adolescente que estava na viatura, e empunhando armas de fogo levaram o menor indefeso. Mais tarde os sequestradores, por via telefónica, contactaram o progenitor da vítima e apresentaram o seu pedido de resgate. Não há informação do resgate ter sido pago, contudo, a menor regressou ao convívio familiar...
“Chapas cem” voltam a paralisar actividade
Os transportadores que operam na rota Xiquelene/Baixa, na cidade de Maputo, paralisaram, ontem, as suas actividades, em protesto contra a alegada má actuação da Polícia Municipal da capital do país.
Trata-se da segunda paralisação dos transportadores privados na cidade de Maputo em menos de um mês. Há duas semanas, foram os operadores da rota Missão Roque/Xipamanine que estacionaram os carros a protestarem contra a polícia camarária.
Os problemas levantados são os mesmos: alegam má actuação das autoridades municipais, que têm que ver com cobranças ilícitas.
“Nós, como chapeiros, estamos a reclamar a atitude da Polícia Camarária. Sempre procuram maneiras de nos extorquir. Aplicam-nos multas avultadas, parqueiam nossos carros sem motivos. Uma das formas encontradas agora para nos roubarem dinheiro é parqueando os carros. Sabem que diariamente o carro marca mil meticais”, disse Orlando Munguambe, um dos transportadores.
“A Polícia Municipal não sabe trabalhar. Fazem-nos chantagens que não existem. Cobram- nos dinheiro toda a hora. Veja só na mesma rota param em cinco pontos. Em cada posto, temos que passar e deixar dinheiro”, desabafa Celso, também transportador.
Renamo cumpre ameaça e não negoceia sem facilitadores
A Renamo “cumpriu” a sua promessa e, ontem, não aceitou prosseguir com as negociações sem a presença dos facilitadores, tal como ameaçara na semana passada.
É que, para este partido, o tempo que já se levou no diálogo sem qualquer consenso mostra que um terceiro interveniente é que pode ajudar a aproximar as posições sobre a tensão política no país.
As duas delegações reuniram esta segunda-feira durante 30 minutos no Centro de Conferências Joaquim Chissano, mas sem resultados.
Entretanto, nesta nova tentativa de resolução do impasse político que já se arrastou para a 24ª ronda, o Executivo não cedeu às exigências da Renamo de incluir facilitadores no diálogo.
Estupefacto, o governo acusa a Renamo de ter abandonado a sala de negociações.
Aliás, José Pacheco diz que não conhece as razões que levaram a delegação da “perdiz” a deixar a sala de negociações. “Quando parecia estar a decorrer normalmente, a dada altura, a Renamo abandonou a sala sem uma justificação plausível. Reiteramos a nossa disponibilidade para nos encontrarmos com a Renamo e, pelos canais próprios, faremos chegar essa vontade”, disse José Pacheco, adiantando que a delegação do Governo está pronta para mais uma sessão negocial na próxima segunda-feira.
Povo vive nas matas após assalto
A população da localidade de Samacueza, distrito de Muanza, Sofala, local onde homens armados, supostamente da Renamo, assaltaram um posto das Forças de Intervenção Rápida, vive um clima de medo e a maioria pernoitou nas matas nos últimos dois dias.
Samacueza fica a cerca de 80 quilómetros da cidade da Beira e menos de 40 do paiol assaltado há cerca de quatro meses, por homens armados.
Alberto Zacarias, residente em Samacueza, contou que, por volta das 04h00, ele e os vizinhos foram despertados com vários tiros oriundos da unidade da FIR. “Momentos depois, ouvimos gritos e vimos os agentes da FIR a correr. Nós também começamos a fugir para as matas sem entender o que se estava a passar. Cerca de uma hora depois, é que soubemos que homens armados assaltaram o posto da FIR”.
João Andrade, também residente em Semacueza, acrescentou que, depois do assalto, que culminou “com o roubo de armas, vestuários e bens alimentares de agentes da FIR, os assaltantes puseram-se em fuga sem deixar rastos. O medo e terror tomaram conta de nós. Muitos dos meus vizinhos fugiram para a cidade da Beira e outros para Dondo.
Liberto menor raptado na Matola
Regressou na noite de ontem ao convívio familiar a criança de dez anos de idade que na semana passada tinha sido raptada na cidade de Matola por quatro indivíduos ainda desconhecidos pouco depois de ser recolhido pela carrinha que diariamente o levava à escola.
A informação foi dada pelo porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique, Pedro Cossa, que afirmou que em conexão com este caso foi detido um indivíduo que se suspeita esteja envolvido no rapto.
Cossa não deu detalhes sobre as circunstâncias que ditaram a libertação do menor, não se sabendo se teria sido mediante o pagamento de resgate ou se a Polícia teria conseguido localizar os raptores e libertar a criança.
O regresso do menor à casa foi igualmente confirmada pela direcção da Escola que a criança frequenta.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Mais um com droga no estômago
UM indivíduo identificado por T. Tendiwa, de 37 anos de idade, de nacionalidade tanzaniana, foi detido ontem, no aeroporto internacional de Maputo após serem detectadas mais de 90 ampolas de cocaína nos intestinos.
O jovem, que acabava de desembarcar num voo procedente do Brasil, foi levado para o Hospital Central de Maputo onde foi de imediato submetido ao processo de retirada do narcótico presente no estômago.
Até ao final da manhã de hoje o indivíduo encontrava-se naquela unidade sanitária, segundo Orlando Mudumane, porta-voz da polícia no Comando da Cidade.
Este é o segundo caso similar que se regista no espaço de uma semana. O primeiro envolveu um moçambicano que também vinha do Brasil com sessenta e cinco ampolas de cocaína no estômago.
Chefe do posto grita "viva Frelimo" na cerimónia do Estado
O chefe do Posto Administrativo de Chidenguele, no distrito de Mandjacaze, província de Gaza, Salvador Chale, partidarizou, na sexta-feira da semana finda, no povoado de Themanine, a cerimónia de lançamento da campanha nacional de pulverização contra mosquitos causadores da malária.
A cerimónia teve lugar no último dia do Conselho Coordenador do Ministério da Saúde que decorreu em Chidenguele e foi dirigido pelo ministro do pelouro, Alexandre Manguele. Eis que usando da palavra, Salvador Chale gritou:
“Frelimo hoyê, Frelimo hoyê. Viva Frelimo. Estamos aqui para lançarmos a campanha da malária. O nosso administrador não está aqui porque está a acompanhar a visita do camarada primeiro-ministro que está de visita à província de Gaza”, disse.
Não houve repreensão ao dirigente local, mas também não houve resposta efusiva às palavras que no regime marxista-leninista eram de ordem e até há moçambicanos que foram mortos por não aceitarem pronunciá-las.
Na comunidade Themanine, foram visitadas algumas famílias incluindo pessoas influentes na zona, para que passem a mensagem de sensibilização sobre a pulverização intra-domiciliária a outras pessoas.
Dhlakama recua e diz que não quer Guerra
O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, recebeu, este sábado, uma delegação do Observatório Eleitoral, no seu burgo em Santungira. A organização tentou refrear os ânimos do líder da Renamo e agendar o encontro com o Chefe do Estado, Armando Guebuza.
O líder da Renamo esclareceu que não quer a guerra e que a mensagem da Renamo foi mal percebida. Disse ainda que as conversações com o presidente da República têm de ser realizadas a 20 Km de Santungira. Eis as principais linhas da conferência de imprensa de Afonso Dhlakama:
A Renamo anunciou que está disponível para repetir a guerra de 16 anos, com o objectivo de salvar a democracia. É esse o caminho que o líder da Renamo quer?
A Renamo está disponível para que tenhamos eleições condignas, transparentes, mas através de uma lei boa e não esta fantochada. É boato a ameaça de que a Renamo quer fazer a guerra. Quando iniciámos a guerra em 1977 ninguém sabia quem era André Matsangaissa nem quem era Afonso Dhlakama. Não se avisa uma guerra.
O porta-voz da Renamo disse que o partido vai usar todas as forças físicas e intelectuais para salvar a democracia...
O que estamos a dizer é que se a Frelimo continuar a atacar-nos, a escravizar-nos e a adiar a esperança do povo, não restem dúvidas que podemos aceitar o sacrifício mais longo que o dos 16 anos. Foi isso que falámos na nossa mensagem de 4 de Outubro e ninguém falou da guerra.
Então, em nenhum momento a Renamo volta a pegar em armas?
Tenho netos e filhos. Quero conduzir o meu carro com a família e escrever tudo o que fiz durante os 16 anos para trazer a democracia. Com 60 anos, com cabelo branco, não preciso de pegar mais numa espingarda para disparar. Mas uma coisa é certa: sou ser humano e tenho segurança, se alguém vier me atacar, vou responder, para não apanhar o tiro em primeiro lugar.
Mas assim nasce a guerra.
Isso não é fazer a guerra. É exactamente isso que estamos a advertir. Nunca falámos da guerra. Outra coisa que pusemos naquele documento - para ficar claro - é a seguinte: se a Frelimo ou o MDM como amigos irem às eleições para brincarem com o povo de Moçambique, as consequências são deles.
Quais serão as consequências?
Não vamos reconhecer os órgãos, porque isso até é um processo inconstitucional.
Vaga de calor causa prejuízos aos avicultores e congestionamento na marginal
A vaga de calor que se fez sentir no passado sábado causou prejuízos avultados a vários criadores de frango na cidade de Maputo. Uma avicultora, de nome Fátima Mussagy, há 20 anos no negócio de produção e venda do produto, perdeu 6 500 pintos e diz que uma conhecida sua teve baixa de 18 mil frangos.
Tinha frango morto por todo o lado, ou seja, cerca de metade da sua produção, uma situação que emocionou a criadora.
“São prejuízos enormes e difíceis de calcular. Há prejuízos em valores monetários e também um défice no mercado, tendo em conta que abastecemos os supermercados. Isto não aconteceu só comigo, tenho uma colega que perdeu 18 mil frangos que devia tirar hoje (ontem). É triste porque esta situação pode continuar devido a esta vaga de calor”, afirmou Mussagy.
Fátima Mussagy critica, porém, a ausência da mão do Estado neste negócio que considera de risco, para além de afectar consideravelmente o mercado de consumo.
“não temos nenhum incentivo para o avicultor. Se trabalha com o banco, deve pagar apesar de tudo e é muito difícil trabalhar nestas condições. É mais difícil porque ninguém aceita assegurar o negócio da avicultura no país”, disse.
Apesar de reconhecer o risco, a avicultora diz que não há outra coisa senão continuar a produzir o frango, mesmo com estes prejuízos.
É um drama que pode repetir-se, já que o verão só está no seu início.
Homens armados atacam posto policial perto do paiol de Savane
Homens armados supostamente da Renamo atacaram, na madrugada de sábado, o posto da polícia em Samacueza, no distrito de Muanza, província de Sofala. Há indicações de ter havido vítimas mortais e feridos por parte das forças governamentais, mas o Ministério da Defesa não confirma.
Trata-se do segundo assalto a uma unidade de defesa e segurança, depois do paiol de Savane ter sido atacado em Junho deste ano.
Este domingo, “O País” deslocou-se ao local dos acontecimentos, onde constatou que se vive um clima de medo, tendo muitas pessoas pernoitado nas matas.
Samacueza está localizado há cerca de 80 quilómetros da cidade da Beira e menos de 40 do paiol de Savane, que se encontra a escassos metros da linha de Sena e da estrada que liga a cidade da Beira ao distrito de Caia.
A linha de Sena é o principal eixo de transporte de carvão das mineradoras Vale e Rio Tinto.
Alberto Zacarias, residente em Semacueza, conta que, cerca das 04h00, ele e os vizinhos foram despertados por tiros vindos da zona onde está a unidade da polícia. “Momentos depois, ouvimos gritos e vimos os agentes da polícia a correrem. Nós também começámos a fugir para as matas, sem entender o que se estava a passar. Cerca de uma hora depois é que soubemos que homens armados assaltaram o posto da polícia”.
“A Renamo é que atacou e quem procura sarna coça”
O ministro da Defesa, Filipe Nyusi, afirmou, no sábado, que o ataque ao posto policial de Samacueza, em Sofala, foi feito por homens da Renamo e prometeu dar o troco.
O governante disse, ainda, que durante os ataques houve troca de tiros entre as forças governamentais e os alegados homens da Renamo, mas ninguém perdeu a vida do lado da polícia e das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
“Pela madrugada, ficámos a saber que numa posição das FADM e agentes policiais que protegem a linha-férrea de Samacueza houve ataques. Os homens que atacaram concentravam mais as suas atenções na pilhagem de alimentos. Não foi bom. É uma acção perpetrada pelos homens da Renamo e não resta mais nada, pois quem provoca sarna é para se coçar”, declarou o ministro aos jornalistas.
Esta é a segunda vez que uma unidade de defesa e segurança é atacada por homens armados. Em Junho passado, o paiol de Savane, também em Sofala, foi assaltado, tendo desaparecido vários tipos de armamento. A Renamo distanciou-se da operação e disse tratar-se de uma manobra da Frelimo para desgastar a imagem do principal partido da oposição.
O ministro da Defesa avançou que as pessoas que atacaram o posto policial serão perseguidas e responsabilizadas, sublinhando que quem ataca as FADM tem objectivos profundos.
“As pessoas podem fazer tudo o que quiserem sem nenhum medo, mas quando alguém ataca outras pessoas, sobretudo as FADM, é porque querem fragilizar a segurança. Portanto, nessas condições é só procurar essas pessoas. Procurar até encontrar”, destacou o ministro da Defesa.
“Dhlakama quer eleições justas”
À terceira vez em Santungira, o Observatório Eleitoral tentou acalmar o homem forte da Renamo, depois das ameaças de guerra. O presidente da organização, Dom Dinis Matsolo, diz que saiu com garantias de que a paz não será perturbada. Numa declaração curta, Matsolo explicou que Dhlakama deixou tudo nas mãos do Chefe do Estado. “O líder da Renamo reitera o compromisso para com paz e disse estar comprometido para fazer de tudo para que não voltemos à guerra. Disse, também, que gostaria de entrar na corrida eleitoral num campo nivelado, em que todos se sintam em pé de igualdade em termos de condições para o jogo. É importante não esgotarmos propostas, agora, na comunicação social, porque precisamos de facto de preparar este encontro e não queremos que o nosso diálogo com Afonso Dhlakama seja esvaziado. É uma questão protocolar e de respeito. Vamos contactar o presidente da República com algumas propostas saídas deste encontro e acreditamos que a partir daí avançamos”.
Mil jovens concluem serviço militar em Maputo
Cerca de mil jovens recrutados à escala nacional encerraram, sábado, mais um curso de instrução básica militar na Escola Prática de Exército em Munguine, distrito de Manhiça, província de Maputo.
Tratou-se de uma cerimónia caracterizada por exercícios típicos dos militares e carregada de muito simbolismo. Do rol das actividades, há que destacar ainda a parada militar e o juramento da bandeira.
Durante o evento, Filipe Nyusi fez a revista de marcha, observando ao pormenor a prontidão individual dos militares. Só que, desta vez, não teve os habituais exercícios tácticos de demonstração de habilidades, que têm sido um dos momentos mais altos do evento.
Descursando na ocasião, o ministro da Defesa explicou aos jovens que encerravam os treinamentos que as Forças Armadas de Defesa Nacional têm a obrigação de vigiar cada pedaço do espaço aéreo que cobre o país. “Tem ainda a obrigação de cuidar cada metro cúbico das águas do nosso mar e defender cada metro quadrado do nosso solo nacional”.
sábado, 12 de outubro de 2013
Governo de Maputo “extorque” empresários para visita da primeira-dama
A primeira-dama vai visitar nos dias 25 e 26 de Outubro corrente a província de Maputo e o Governo local está a exigir que os empresários da província contribuam para a logística que só de alimentação está orçada em mais de 126 mil meticais. Indignados com a situação, alguns empresários contactaram o Canalmoz para denunciar o que consideram “sufoco e extorsão” para o sector privado, uma vez que tanto o Governo como o próprio Gabinete da primeira-dama têm orçamentos próprios pago pelos contribuintes incluindo os empresários que são agora solicitados para pagar a logística da visita.
Em carta assinada pelo secretário do Governo provincial de Maputo, Ali Chaucale, a que o Canalmoz teve acesso, lê-se que a província “sentir-se-ia bastante honrada” com a contribuição dos empresários para receber a primeira-dama.
“O secretariado da povoação de Djuba sentir-se-ia bastante honrado com a contribuição de V. Excia em apoiar na preparação do evento contribuindo com bens e valores monetários em conformidade com a lista de produtos necessários em anexo”, lê na carta enviada aos empresários.
Na lista que está em anexo aparecem produtos como cabeças de gado, frangos, arroz, farinha de milho, refrescos, caldos até papel higiénico, que os empresários devem comprar para a recepção da Primeira-Dama.
“Isto pode parecer um pedido, mas sabemos que é uma ordem e quem não contribuir estará lixado” desabafam os empresários.
De facto não é a primeira vez que o Governo de Maputo vai ao bolso dos empresários para suportar as visitas do casal da Ponta Vermelha. Recentemente, um outro grupo de empresários baseados em Magude, contactou o Canalmoz para denunciar o Governo local estava a pedir apoio em bens e dinheiro para a apoiar visita de presidência aberta de Aramando Guebuza.
Um outro mecanismo usado pelo Gabinete da Primeira Dama, para extorquir empresários e empresas do Estado é a chamada “Revista Chama”, que é editada pelo próprio Gabinete da primeira-dama. É que os empresários recebem cartas da Revista a “solicitar” anúncios publicitários. E num País onde a esposa do Chefe de Estado também tem controlo sobre os circuitos do poder e da distribuição de cargos, nenhum empresário ousa em indeferir o pedido de inserção de publicidade na revista da primeira-dama.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Governo expulsa técnico português Diamantino Miranda
O executivo moçambicano ordena a saída do país ao treinador do Costa do Sol, Diamantino Miranda, por aquele técnico ter afirmado, no final de um jogo, que os moçambicanos são ladrões.
Duas semanas depois de Diamantino Miranda ter afirmado que “todos aqui são ladrões”, o Ministério do Trabalho emitiu um comunicado no qual intima o treinador português a abandonar o país nos termos legalmente estabelecidos: 48 horas.
A nota, assinada pela ministra do Trabalho, Helena Taipo, classifica o comportamento do famigerado técnico português de “reincidente de falta de respeito, civismo e consideração aos valores consagrados quer na Constituição da República, quer na legislação ordinária em vigor no nosso país”.
Para esta decisão, a ministra do Trabalho socorre-se do uso das competências que lhe são conferidas pelo número quatro do artigo 31 da Lei do Trabalho, conjugado com o número 1 do artigo 14 do decreto número 55/2008 de 30 de Dezembro, para “revogar com efeitos imediatos a autorização implícita de trabalho de Diamantino Miranda”.
“Renamo vai convocar todas as capacidades físicas para defender a democracia”
Quando faltam cerca de 40 dias para a realização de eleições autárquicas, a Renamo convocou uma conferência de imprensa para dizer que está disposta a tudo para salvar a democracia em Moçambique.
Estes pronunciamentos vêm dar voz ao seu comunicado divulgado quarta-feira no Jornal Notícias, contendo ameaças de reeditar a guerra dos 16 anos para inviabilizar as eleições, caso a Frelimo e o MDM tentem realizá-las.
É que, na referida mensagem, o partido reiterou a sua intenção de inviabilizar as eleições por discordar da actual Lei Eleitoral, que abre espaço a alegadas manobras e roubos de votos pela Frelimo.
“O partido Renamo deve convocar todas as suas capacidades físicas e intelectuais para defender a democracia e lutar pela conquista da paz que, neste momento, não obstante o calar das armas, ainda está a léguas da paz. A paz faz-se com actos concretos e palpáveis”, disse Fernando Mazanga, porta-voz da Renamo, acrescentando que “as armas que estão nas mãos dos seguranças da Renamo são para persuadir aqueles que acreditam no seu uso, mas que acabam por semear luto e dor nas nossas famílias”.
A propósito do candidato corrupto da Frelimo Manter candidatura de Carlos Portimão é “retrocesso civilizacional grave e indisfarçável”
O escândalo do candidato da Frelimo que foi flagrado e condenado por suborno à procuradora distrital de Moatize continua a criar indignação generalizada. E a onda de reacções tem vindo a aumentar desde que o partido Frelimo decidiu, através do seu porta-voz, Damião José, manifestar o apoio “incondicional”ao candidato corrupto e ter apelidado a corrupção de “acidente de percurso”.
E quem se juntou ao coro de críticas à postura do partido Frelimo é o antigo bastonário da Ordem dos Advogados, Gilberto Correia, que diz, claramente, acreditar que “actos de corrupção para Carlos Portimão sejam meros acidentes do seu percurso profissional”.
Gilberto Correia escreveu na sua página de Facebook que a decisão do partido Frelimo de manter um candidato corrupto confesso é um “retrocesso civilizacional”. “Não é aceitável que o Partido que nos governa, e que se propõe governar-nos por muitos anos, venha qualificar a corrupção activa, confessada e punida desta forma assustadoramente complacente e leviana”.
Em tom de indignação o antigo bastonário questiona se “um corruptor confesso e condenado em definitivo pode ser governante de milhares de pessoas sem qualquer problema? E o Partido Frelimo vai apoiá-lo, fornecer meios, disponibilizar o aparelho partidário e fazer campanha para garantidamente isso acontecer?” questiona Correia, acrescentando estar “perplexo e, simultaneamente, muito assustado com o rumo que seguimos neste domínio”.
Para Gilberto Correia, na política, como em qualquer outra área, deve haver limites éticos. “Sei que a política não é propriamente um paraíso ético, mas daí até o que está a acontecer em Moatize vai uma distância. Para mim, mais do que uma questão meramente política, a manutenção deste candidato configura um retrocesso civilizacional grave e indisfarçável”, finaliza o antigo bastonário.
“Ameaças da Renamo já não são novidade para ninguém”
O Presidente da República, Armando Guebuza, já reagiu às ameaças da Renamo de recorrer à guerra para inviabilizar as eleições e diz que os moçambicanos já estão acostumados com este tipo de comportamentos.
“Não é novidade para todos os moçambicanos que a Renamo vai boicotar as eleições. É pena que eles tenham dito isso e todos os moçambicanos também lamentam que um partido político, que se diz democrático, queira boicotar as eleições, usando métodos nada democráticos, como eles próprios estão a dizer”, disse Armando Guebuza.
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
No Hospital Geral José Macamo Enfermeiros trocam recém-nascido por nado morto
Como tem sido praxe nas várias maternidades do País, mais um caso de desaparecimentode recém-nascido aconteceu no Hospital Geral José Macamo, na cidade de Maputo, onde, numa situação inexplicável, roubaram uma criança depois da paciente dar à luz um bebé com vida.
Em contacto telefónico com a nossa Reportagem, Raquel Bernardo, mãe do bebé desaparecido, mostrou-se indignado com a situação e empurra a culpa aos enfermeiros.
“Eu não tenho muito por dizer agora, mas os enfermeiros que estiveram em serviço é que são culpados”, disse Raquel Bernardo, para em seguida questionar: “eles não viram a fita que eu já tinha colocado no braço com o nome do meu filho? Vi o nome do bebé que me entregaram já morto. Não era do meu filho”, disse, comovida, Raquel Bernardo.
Referência do caso
Por volta das 14 horas de ontem, quarta-feira, os pais da criança receberam, com desagrado, a informação sobre a morte da criança sem nenhuma explicação dos enfermeiros daquela unidade sanitária, mas quando foram convidados a assinar o laudo os pais da criança supostamente trocada constataram, primeiro, que não era um menino, mas, sim, uma menina e com outro nome, acto que criou muita agitação no hospital.
O assessor de comunicação no Hospital Geral José Macamo, em contacto com o repórter do Canalmoz, na cidade de Maputo, negou dar qualquer informação sobre o assunto alegando que a direcção daquela unidade sanitria, irá emitir um comunicado em torno deste caso.
“A direcção do hospital irá enviar um comunicado a todos os órgãos de comunicação social a explicar o assunto em torno deste caso”, disse o assessor de comunicação do Hospital Geral José Macamo.
Assembleia Municipal de Quelimane critica Manuel de Araújo
O presidente da Assembleia Municipal de Quelimane, Afonso João, acusa o edil Manuel de Araújo de falta de vontade para pagar os retroactivos do ano 2008 e décimos terceiros salários dos anos 2011 e 2012, valores que a edilidade deve aos membros daquele órgão.
Afonso João explica que quando esteve na gestão interina do município, depois da renuncia de Pio Matos, mandou pagar parte da dívida em causa a alguns membros, daí que não há motivações para o não prosseguimento do pagamento aos restantes.
É que a Inspecção-Geral das Finanças (IGF) trabalhou no município de Quelimane para averiguar as contas da edilidade depois da gestão de Pio Matos, a pedido do edil Manuel de Araújo. Na ocasião, a referida inspecção constatou uma dívida de pouco mais de quatro milhões de meticais.
Antigos operacionais do SISE amotinam-se no ministério dos combatentes
Antigos agentes dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) amotinaram-se, esta quarta-feira, defronte do Ministério dos Combatentes para exigir compensações justas. Os mesmos avisam que se não houver entendimento vão marchar até ao gabinete do Chefe de Estado, Armando Guebuza.
Depois do gabinete do primeiro-ministro, os desmobilizados dos Serviços de Segurança decidiram, esta quarta-feira, manifestar-se defronte do Ministério dos Combatentes, para pressionar o Governo a pagá-los uma compensação justa. É que nos princípios deste ano disponibilizou-se um valor por parte do Governo para pagar os antigos desmobilizados de segurança do Estado, mas o mesmo não chegou a ser pago na totalidade.
Os mesmos defendem que o que combinaram com o Governo não é o que está a ser pago e prometem lutar até ao fim.
“Nós somos desmobilizados da segurança do estado... fomos chamados para ser compensados pelos préstimos que demos na nossa juventude. Só que depois do chamamento para cá houve muitas ondulações na resolução do problema. O ministério dos combatentes não está a ser honesto e sincero nos pagamentos. Estamos agastados. Nove anos aquartelados e com a idade que temos não dá para estarmos no quartel. Há muita manobra e manipulação à volta deste processo. Por sabermos que há quem nos pode atender, viemos até aqui para apresentar esta preocupação”, lamentou o porta-voz dos antigos homens das “secretas”.
Outra questão levantada no encontro tem a ver com os sucessivos descontos feitos às viúvas, que os consideram “arbitrários”. “Não sabemos de onde veio essa orientação. Os documentos que assinámos com o Governo eram para todos, para os combatentes e órfãos receberem valor igual. Todavia, sem nenhuma explicação, as viúvas estão a receber valores descontados. Quando perguntámos disseram que existe um documento oficial no ministério das finanças que preconiza que as viúvas, de acordo com a data da morte do marido, fossem descontadas. Nós queremos ter acesso a esse documento”, desabafou.
Prisidênca acusa Renamo de se recusar a agendar encontro
O conselheiro e porta-voz do Presidente da República acusa a delegação da Renamo de se recusar ao debate da preparação do encontro entre o Chefe de Estado, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
É que no âmbito da presidência aberta, Guebuza visita as províncias de Manica e Sofala a partir do dia 20 deste mês, mas o seu conselheiro afasta a possibilidade de se encontrar com Afonso Dhlakama.
Porém, questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade deste diálogo ao mais alto nível, Macuácua disse que tudo depende da delegação da Renamo, que deve preparar as condições para o efeito.
“O encontro continua a ser aguardado com muita expectativa. A delegação do Governo nas negociações, encabeçada pelo ministro José Pacheco, tem estado a insistir para as duas partes prepararem o encontro entre o chefe de Estado e o líder da Renamo, mas a Renamo furta-se, recusa-se, nega, não quer debater a preparação deste encontro”, afirmou Macuácua.
O conselheiro do Chefe de Estado diz igualmente que os tais encontros preparatórios iriam conferir a dimensão e os resultados desejados.
Obras iniciaram no troço Moamba–Malhampsene
A Trans African Concession, empresa concessionária da estrada Maputo-Witbank, ou simplesmente EN4, anunciou, ontem, em Maputo, a reabilitação daquela infra-estrutura.
Na verdade, os trabalhos, tal como fez saber Fenias Mazive, director-geral da TRAC em Moçambique, iniciaram na segunda-feira passada, mas os trabalhos estão a ser feitos apenas no troço que liga o distrito da Moamba ao bairro de Mahlampsene, no município da Matola.
Este é o troço que se apresenta em estado mais avançado de degradação, quando comparado com o resto da estrada.
Fenias Mazive diz que o problema deve-se ao facto de muitos carros que se fazem àquele local estarem sobrecarregados.
No geral, são várias as causas que contribuem para o desgaste da estrada, desde o envelhecimento natural do pavimento da EN4, tendo em conta que foi reabilitado em 2006, à exposição ao clima, drenagem deficiente, excesso de carga, entre outras.
Mas a TRAC acredita que o excesso de carga é a principal causa do desgaste daquele troço.
Renamo publica comunicado violento onde ameaça repetir guerra dos 16 anos
A Renamo publicou, ontem um comunicado violento, onde diz que está disposta a qualquer sacrifício, incluindo a guerra, para salvar a democracia em Moçambique.
Aliás, desta vez o partido extremou a sua posição e ameaças, e diz estar pronto para mais um conflito como o dos 16 anos, caso a Frelimo e o MDM tentem realizar as autárquicas a 20 de Novembro. “Não podemos esconder que se a Frelimo realizar sozinha as eleições, com o MDM como combinaram, as consequências serão da própria Frelimo(...). Daqui para frente, chega! A nossa luta pela democracia vai continuar, mesmo que seja necessário mais um sacrifício do que aquele de 16 anos, estamos dispostos e somos voluntários até que o povo consiga a verdadeira democracia”, diz um comunicado do partido.
Numa mensagem divulgada no Jornal Notícias, no âmbito da celebração dos 21 anos da Paz, a Renamo reitera as suas ameaças de inviabilizar as eleições autárquicas, alegadamente por a actual Lei Eleitoral beneficiar apenas o partido Frelimo. “Nós, a Renamo, estamos aqui para informar a toda a população de Moçambique que nunca aceitaremos participar em eleições que sabemos de antemão que a Frelimo vai ganhar com roubo, porque esta lei só favorece a Frelimo”, lê-se no comunicado. Aliás, a Renamo diz que só aceitará as eleições se houver uma lei razoável que garanta que ninguém vai manipular o processo através da Lei Eleitoral.
“A Frelimo quer que os partidos políticos participem com essa lei anti-democrática, que só permite manobras do partido no poder”, escreve o partido.
Esta formação política vai mais longe e diz que se as eleições autárquicas se realizarem, o ambiente de tensão irá prevalecer.
Guebuza condecorado no Uganda
Trata-se da mais alta distinção atribuída aos chefes de Estado do Uganda. Na ocasião, Yeweri Museveni, estadista ugandês, justificou a distinção como resultado do contributo político de Armando Guebuza no continente africano.
Perante milhares de cidadãos ugandeses, diplomatas acreditados em Kampala, membros dos órgãos de soberania e do governo de Yeweri Museveni, Armando Guebuza viu o seu contributo político no continente africano reconhecido pelo executivo do Uganda, no dia que aquele país celebrava 51 anos de independência nacional.
Mas não foi somente o Presidente da República que foi condecorado na tarde de ontem em pleno Rukungiri District Stadium. Mais de meia centena de personalidades ugandesas, de diversas áreas, nomeadamente, educação, saúde, cultura e política viram também o seu contributo para o desenvolvimento do seu pais destacado. Todavia, o momento mais alto destas distinções coube ao convidado de honra do dia da independência do Uganda, Armando Guebuza. Aliás, foi o primeiro a ser convidado ao pódio, pelo seu homólogo ugandês, Yeweri Museveni, numa acção antecedida pela apresentação da biografia de Guebuza.
A medalha, denominada Ordem Excelente da Pérola de África, é, na verdade, a mais alta distinção atribuída aos chefes de Estado no Uganda.
Para o efeito, Yeweri Museveni, no poder desde 1986, justificou a condecoração como reconhecimento do papel ímpar desempenhado pelo estadista moçambicano na política do continente africano, fortalecido durante a sua presidência no bloco regional da Comunidade dos Países da África Austral (SADC) e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Moçambicano detido com 65 cápsulas de cocaína no estômago
A Policia da República de Moçambique (PRM) deteve na semana passada no Aeroporto Internacional de Maputo, um cidadão moçambicano que transportava 65 cápsulas de cocaína no estômago.
De acordo com o porta-voz do Comando da Policia, Pedro Cossa, falando esta terça-feira, o referido cidadão, apenas identificado por Nelson, de 30 anos de idade, foi detido após desembarcar em Maputo oriundo de um voo de Brasil, portando no seu estômago 65 cápsulas de cocaína.
Segundo a mesma fonte, “moçambicanos estão a ser usados para transportarem drogas de Brasil e da América Latina”, pelo que apelou aos pais, irmãos, encarregados e familiares para que desencorajam jovens a aceitarem ofertas obscuras de viagens a Brasil e outros pontos.
Indivíduos sequestram menor na Matola
Um grupo de quatro indivíduos desconhecidos, que fazia-se transportar numa viatura de marca Toyota, sequestrou na manhã desta terça-feira, uma menor no bairro de Fomento, na cidade da Matola.
Segundo o porta-voz do Comando Geral da Polícia, Pedro Cossa, o sequestro deu-se por volta das sete horas, desta terça-feira, quando um grupo de indivíduos desconhecidos que fazia-se transportar numa viatura de marca Toyota, cuja matrícula não foi identificada, bloqueou uma viatura de transportes escolar de alunos e obrigou os ocupantes a descerem da viatura, tendo de seguida, raptado uma das menores.
A mesma fonte, explicou ainda que na semana passada, foi detido no bairro 25 de Junho, um indivíduo, identificado por Carlitos, de 46 anos de idade, acusado de pertencer ao grupo de meliantes que sequestrou há semanas uma menor no bairro de Triunfo, na cidade de Maputo.
Diálogo termina sem entendimento e Renamo ameaça desistir
O Governo e a Renamo voltaram a sair, nesta segunda-feira em Maputo, na XXIII ronda de diálogo, sem nenhum acordo político em torno da legislação eleitoral, mormente os princípios de paridade nos órgãos eleitorais a todos os níveis.
Tal como aconteceu na semana passada, o impasse voltou a prevalecer no final de mais uma ronda. Todas as partes à saída do encontro mostravam-se cabisbaixas e a falarem de fracassos.
Face ao persistente impasse, a Renamo, através do chefe da sua delegação, Saimone Macuiana, ameaçou à saída do encontro romper o diálogo com o executivo, caso o Governo não aceite a presença dos facilitadores nacionais e internacionais nas conversações em curso.
Por sua vez, o Governo, através do ministro da Agricultura, José Pacheco, subestima as ameaças da Renamo, argumentando, como vem fazendo, que não é preciso a presença de facilitadores e mediadores nacionais e internacionais ao diálogo "porque acreditamos que nós como moçambicanos temos capacidades para resolver os nossos problemas sem a interferência de outros".
Desmobilizados ameaçam inviabilizar eleições
O Fórum dos Desmobilizados de Guerra ameaça impedir a realização das eleições autárquicas de 20 de novembro caso o chefe de Estado não se reúna com o grupo para ouvir as suas reivindicações.
O Fórum dos Desmobilizados de Guerra, que diz representar milhares de antigos combatentes do exército governamental e da guerrilha da Renamo, mantém com o executivo um diferendo já antigo, devido ao valor da pensão que deve ser pago.
No fim-de-semana, a associação distribuiu um comunicado em que ameaça inviabilizar a realização das eleições autárquicas agendadas para 20 de novembro, caso o chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, não receba o grupo para uma auscultação sobre as suas exigências.
O presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra, Hermínio dos Santos, disse que o grupo vai impedir a realização do escrutínio nos 53 municípios do país.
“Os desmobilizados de guerra trouxeram a democracia e a paz e não faz sentido haver essas eleições enquanto eles passam fome e são humilhados. Para haver eleições, o Presidente da República terá de nos receber”, disse Hermínio dos Santos, que já foi várias vezes detido e libertado em conexão com a sua actividade de presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra.
Moçambique realiza primeira feira internacional de turismo
Moçambique acolhe do dia 10 a 13 deste mês a 1a Feira Internacional do Turismo, Organizada pelo Instituto Nacional de Turismo (INATUR) em parceria com a ONEMEDIA. O anúncio oficial da feira foi feito na noite de ontem, na cidade de Maputo, pelo PCA do Instituto Nacional do Turismo (INATUR), José Augusto Pisco.
Na ocasião, Pisco disse que o projecto ora lançado vem para ficar e pretende-se que o mesmo seja o mais alto ponto de promoção das potencialidades turísticas nacionais. “Queremos com esta feira divulgar as nossas potencialidades e tornar Moçambique num destino preferencial do turismo, quer para moçambicanos assim como para estrangeiros", referiu.
O Canalmoz quis saber dos valores envolvidos na organização deste evento, Cassamo Nuvunga, do ONEMEDIA, falando em representação dos parceiros, não quis revelar o montante que será gasto para organizar a feira por ainda estar a serem feitos contactos juntos de outros parceiros de modo a se conseguir mais fundos para a realização do evento.
Esta primeira edição da Feira Internacional de Turismo tem como lema “Descubra Moçambique”, vai decorrer no espaço da FACIM, em Ricatla e 77 expositores nacionais e internacionais já confirmaram presença e espera-se que a mesma desperte interesse de 10 mil visitantes.
“Semi-colectivos” paralisam actividades
Alguns transportadores semi-colectivos de passageiros, que operam na rota Missão Roque/Xipamanine na cidade de Maputo, paralisaram, ontem, as suas actividades, em protesto contra a alegada má actuação da polícia municipal.
Os transportadores, que se concentraram no terminal de autocarros do Xipamanine, acusam a Polícia Municipal de fazer cobranças ilícitas durante a realização das suas actividades.
Os mesmos mostram-se ainda agastados pelo facto das suas viaturas serem sistematicamente parqueadas e, por via disso, receberem multas avultadas que variam dos dois a três mil meticais.
Estes acusam, por outro lado, a Polícia Municipal de não ter um mecanismo claro de actuação, uma situação que prejudica não só os transportadores semi-colectivos de passageiros como também os utentes.
os motoristas visados pela medida da Polícia Municipal dizem que se esta situação prevalecer não se vão fazer à estrada.
Apreendidos cornos em Magude
DOIS supostos caçadores furtivos foram detidos ontem pela Polícia no distrito de Magude, província de Maputo, na posse de dois cornos de rinocerontes. Bento Massango, 36 anos de idade, e José Manhique, 41 anos, foram detidos quando regressavam do Kruger Park, na vizinha África do Sul, onde abateram um rinoceronte de onde retiraram os cornos supostamente a mando de um indivíduo que não o identificaram na vila-sede de Magude.
Alegações finais do caso de raptos
O JUIZ Adérito Malhope será tentado hoje, em acto de apresentação de alegações finais pela representante do Ministério Público, Ana Marregula, a condenar os oito réus acusados de rapto, enquanto que os advogados vão pedir clemência para os seus clientes.
A procuradora Ana Marregula será a primeira a apresentar argumentos que possam tentar convencer o Tribunal a condenar os réus Pendene Chissano “Angolano”, Hélder Naene, Joaquim Chitsotso, Dominique Mendes, Arsénio Chitsotso, Luís Chitsotso, Albino Primeiro e Luís Carlos da Silva, por prática de crimes de rapto, associação criminosa e uso de armas proibidas.
O Ministério Público vai contar apenas com a prova constante dos autos e mais algumas confissões que os réus foram fazendo ao longo das sessões, porque não conseguiu ter nenhuma das vítimas em sede do julgamento para explicar e dar outros elementos sobre as circunstâncias em que terão sido sequestrados.
Os raptados evitaram o Tribunal, alegando estarem doentes ou de viagem para o estrangeiro para tratamento médico, justificação considerada pelo juiz e pela procuradora como tendo dificultado a melhor produção de provas.
Por seu turno, os advogados dos réus nomeadamente Vasco Matsinhe, Salvador Nkamate, Horácio Jussa, Celso Tsungo, Amílcar Andela, Juvêncio Ventura, Estêvão Mate e Jeremias Mondlane terão que convencer o Tribunal a não condenar os réus.
A haver condenação sobretudo para o caso do réu Angolano, Joaquim, Arsénio, Luís e Albino que confessaram o crime, os advogados vão pedir atenuantes pelo facto destes terem colaborado com o Tribunal. Os restantes réus não aceitaram o seu envolvimento em nenhum caso de sequestro.
Dos réus constam três membros da Polícia da República de Moçambique, nomeadamente Arsénio, Luís e Albino.
Hospital Privado sancionado
A INSPECÇÃO do Trabalho da Cidade de Maputo acaba de sancionar o Hospital Privado de Maputo devido a graves irregularidades cometidas pelos respectivos gestores, em conivência com um quadro estrangeiro integrante da direcção.
A intervenção da Inspecção do Trabalho surge depois de denúncias de trabalhadores daquela unidade hospitalar que acusavam o gestor financeiro Gavin Tatenda Samaneka, de nacionalidade zimbabweana, de violar as leis em vigor no país, incluindo o pagamento de salários quando desejasse para além de hostilizar os colegas.
Adirecção do Hospital Privado de Maputo, numa clara intenção de ludibriar as autoridades laborais do país, deu indicação de que já tinha resolvido o problema ao comunicar a Direcção do Trabalho da Cidade de Maputo, em Setembro passado, de que já tinha rescindido o contrato com o trabalhador estrangeiro em referência.
Na verdade, segundo uma nota do Ministério do Trabalho, o visado ainda continuava em pleno exercício, facto que viola os termos da Lei do Trabalho em vigor.
Primeira Dama visita Gorongosa
Maria da Luz Guebuza trabalha desde esta manhã no distrito de Gorongosa no âmbito da visita que vem efectuando desde domingo à provincia central de Sofala.
À sua chegada, Da Luz foi recebida pelo administrador local, Paulo Majacunene e esposa, pelo edil Moreze Cauzande e esposa, e pelo 1º secretário distrital do partido Frelimo, Lucas Quembo, membros do Governo distrital e pela populaçao local.
Durante a sua estada, a esposa do PR vai esta manhã visitar uma esposição e realizar um encontro popular na sede distrital. No período da tarde vai inteirar-se do processo de Alfabetização e Educação de Adultos no centro de Nhambondo, para depois fazer a entrega, no bairro do Aeródromo, de uma residência a um idoso e, depois, reunir-se com as organizações sociais, líderes comunitários, religiosos e personalidades influentes.
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Zimbabwe: Mãe está grávida do próprio filho
De acordo com o Zimbabwe Mail, uma mulher está a manter um relacionamento de três anos com o seu próprio filho e está grávida dele.
O jornal revela ainda que Betty pediu ao líder da vila onde mora, Mbereko Mabingo, para permitir o casamento alegando que está extremamente apaixonada.
A mulher começou a relação incestuosa com o seu filho, Farai Mbereko, quando ele tinha 20 anos. Betty explica que investiu fortemente na educação dos seus filhos e que é direito dele escolher a mulher com quem quer ficar.
Numa frase polémica, ela disse: “Deixem-me apreciar o resultado do meu próprio suor”, aos chefes da aldeia, justificando o casamento.
Os líderes entendem que tal união pode representar má sorte para os outros moradores e exigiram que a mãe termine com esse relacionamento ou ela será expulsa da aldeia.
Algumas universidades pesquisam o comportamento incestuoso. De acordo com a teoria de psicólogos especialistas na área, a relação entre familiares com laços tão próximos pode ser caracterizada como um grave problema comportamental que precisa ser melhor estudado.
Reabertura da Ponte de Boane Fim do martírio
Apesar das obras de reabilitação do drift de Boane terem terminado há muito tempo, só esta segunda-feira a ponte sobre o rio Umbeluzi, que liga o distrito de Boane com a vila-sede de Bela Vista, distrito de Matutuíne, província de Maputo, será inaugurada pela governadora provincial, Maria Elias Jonas. A população já há muito esperava por esta infra-estrutura e acredita que seja o fim do martírio.
Há dias o Canalmoz esteve em Massaca e testemunhou de facto que a obra estava pronta, mas os carros não podiam atravessar antes do corte da fita.
O desabamento desta infra-estrutura veio deteriorar as condições de vida da população dos povoados de Massaca “2”, “3”, “4” e “5”, Bairro Novo, no distrito de Boane, província de Maputo. Com a queda da ponte, ou seja, até ontem, domingo, estas zonas distavam cerca de 22 quilómetros da vila sede de Boane devido à volta que os poucos carros que enfrentavam o drama da estrada via Mafuiane davam.
Falta um pouco de tudo nestes bairros, até água potável. Para sobreviver, fazem longas caminhadas até à barragem dos Pequenos Libombos com riscos de serem devorados por crocodilos. O transporte é assegurado por camiões de transporte de tomate idos de Matutuíne, Bela Vista ou Salamanga que passam ocasionalmente. A falta de energia e de produtos de primeira necessidade são entre as preocupações levantadas por aqueles habitantes.
Carlota Norberto, residente em Massaca “4”, disse que com a destruição da ponte pelas chuvas, a tubagem ficou danificada. Assim, caminha 4 quilómetros para alcançar um furo privado onde o bidão de 20 litros custa um metical. Mas como a energia na zona do furo oscila com frequência e não tem qualidade, é normal passar um mês sem a bomba funcionar.
“Antes deste operador abrir o furo, tirávamos água no Umbeluzi. Neste momento, tiramos água na barragem. Desafiamos os crocodilos. A bomba pública está avariada”, disse.
“Com a queda da ponte, para chegarmos a Boane pagamos 10 meticais, contra os anteriores 6 meticais. Somos obrigados a ir até à vila de Boane, para comprarmos produtos de primeira necessidade. Espero que, com a reabertura da ponte, haja mais transporte”, disse.
Artemisa da Conceição disse que às vezes atrasam à escola devido a longa distância aliada à falta de transporte. “Somos um grupo de 14 alunos que vive na mesma zona. Esperamos, com a reabertura da ponte,que haja carros”, disse.
Alberto Joaquim, residente em Massaca “3”, disse que devido a estes problemas, no ano passado houve um encontro orientado pelo então administrador em Boane, Zeferino Cavele, onde a população colocou os problemas de água, transporte e energia.
“Queremos TPM e FEMATRO. Há pessoas que saem de Massaca para estudar em Boane a pé. Pedimos que se dê continuidade ao projecto de água dos chineses, já abandonado. Consumimos água suja”, disse.
Distrito de Massinga Fundo de Infra-estruturas Distritais usado na construção da sede do partido Frelimo
Aconteceu no distrito de Massinga, na localidade de Lihonzuane. O valor do Fundo de Infra-estruturas Distritais alocado para as obras do Estado foi desviado para construir a sede do partido Frelimo, nesta localidade. A informação consta do Relatório do Rastreio da Despesa Pública da autoria do Centro de Integridade Pública (CIP) que foi tornado público este domingo.
“Um facto preocupante é que uma das salas de sessões construídas em Lihonzoane serve para a realização de encontros do partido Frelimo, para além de que parte do fundo alocado para infra-estruturas distritais serviu para reabilitar a sede do partido Frelimo na mesma localidade”, lê-se no relatório.
O mesmo relatório refere ainda sobre desvios de aplicação do fundo de infra-estruturas distritais para fazer obras de última hora nas vésperas da visita presidencial.
Segundo o relatório do CIP, das sete obras executadas em 2012 no distrito de Massinga, apenas três, nomeadamente a reabilitação e ampliação do edifício do Serviço Distrital da Saúde, da Mulher e Acção Social, a reabilitação da residência oficial do administrador e a reabilitação de 4 residências para funcionários na localidade de Rovene é que constavam do PESOD (Plano Económico e Social Distrital). “As restantes actividades não constavam, mas foram realizadas aquando da visita presidencial”, denuncia o trabalho da instituição.
Flagrado a subornar procuradora Partido Frelimo sai em defesa do seu candidato em Moatize
O escândalo do candidato da Frelimo em Moatize, Carlos Portimão, que foi apanhado em flagrante delito a subornar a procuradora local, Ivânia Mussagy, está a causar enorme preocupação e interpretação de vária ordem sobre o comportamento do agora candidato. Mas a nível do partido Frelimo, o caso está, estranhamente, a ser encarado com a maior naturalidade do mundo, e já tem, até, um nome simpático: “acidente de percurso”.
Em entrevista ao Canalmoz, o porta-voz do partido Frelimo, Damião José, disse que o que aconteceu em Moatize é um “acidente de percurso” e não vai de maneira alguma colocar em causa a reputação do candidato da Frelimo, Carlos Portimão.
Damião José, que é também secretário para a Mobilização e Propaganda do partido Frelimo, confirma a tentativa de suborno à procuradora por parte do candidato da Frelimo e diz que a Imprensa reportou o caso de forma deturpada e colocou o candidato da Frelimo numa situação de vilão.
O porta-voz do partido Frelimo diz que o candidato Carlos Portimão de facto tentou “oferecer dinheiro” à procuradora, mas não com a intenção de suborná-la, mas para agradecer pelo facto de o “irmão” ter sido colocado a aguardar pelo julgamento em liberdade. “Foi um momento de emoção e ele queria agradecer e não subornar”, disse Damião José, sem tecer mais comentários sobre agradecimento monetário a magistrados em caso de liberdade condicional. “Mas é uma questão já ultrapassada e os munícipes de Moatize já perceberam que foi um mal-entendido”,disse.
Os factos
O candidato do partido Frelimo à presidência do município de Moatize, Carlos Portimão, foi detido no dia 26 de Setembro pelas 11 horas ao tentar subornar a procuradora distrital, Ivânia Mussagy, pelo valor de cinco mil meticais. Foi detido em flagrante delito. Habituados a uma magistratura servil, o partido Frelimo foi encontrado em contra pé com a detenção do seu candidato e teve de agir ao mais alto nível. Segundo ficou a saber o Canalmoz, houve até a intervenção do próprio procurador-geral da República, Augusto Paulino, e do secretário do Comité Central para Verificação de Mandatos, José Pacheco, que também é ministro da Agricultura, para que Carlos Portimão fosse solto, porque à partida já não podia concorrer.
Carlos Portimão foi julgado, sumariamente, e condenado a três meses de prisão convertidos em multa que pagou imediatamente, tendo sido solto e voltou a ser candidato.
Contrariamente ao que diz Damião José, o próprio visado concedeu uma entrevista ao Canal de Moçambique onde confirma que tentou oferecer dinheiro à procuradora para alegadamente a magistrada “parar de incomodar” o seu “irmão” que está a aguardar o julgamento. O “irmão” – na verdade: primo – do candidato da Frelimo está envolvido num contencioso judicial que tem como pomo um acidente de viação.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Detidos cidadãos indianos envolvidos em tentativa de sequestro
Dois indivíduos de origem indiana estão detidos,desde a passada sexta-feira, na cidade da Beira, devido ao envolvimento dos mesmo num sequestro,frustrado, de uma criança de sete anos de idade, filho do empresário Momad Akkbar, mais conhecido por Papu, presidente do Clube Têxtil do Púnguè. Os raptores arrendam uma das lojas do empresário.
Este é o segundo sequestro registado na Beira este ano. O primeiro foi em finais de fevereiro e a vítima é primo da criança que escapou ao rapto na última sexta-feira.
Os bandidos (quatro no total) emboscaram a vítima na escola Primária Privada Prince Cinderela, localizada na cidade da Beira, e tentaram, mas sem sucesso, arrancar a criança das mãos da sua mãe e introduzi-la na viatura em que se faziam transportar. Os supostos raptores traziam consigo uma pistola e outras duas de brinquedo, máscaras e facas.
Faizal Faruco, uma das testemunhas, contou que, quando a viatura em que o menino se fazia transportar, acompanhado da sua mãe, parou em frente da escola em alusão, dois dos bandidos saltaram da sua viatura e começarama arrastar o menor para o interior da sua viatura.
“Mas eles encontraram uma mãe corajosa que, apesar da ameaça das armas, enfrentou os raptores. As pessoas próximas ajudaram a mãe do menor a defendê-lo dos homens armados”.
Quando os bandidos se sentiram com intenções frustradas, retornaram para a sua viatura e arrancaram desapareceram do local velozmente. Os parentes do menor informaram, imediatamente, a polícia e iniciaram, de seguida, uma perseguição que culminou na praça 11 de Novembro, onde os bandidos, pressionados pelos perseguidores, acabaram embatendo violentamente num dos semáforos, numa altura em que tentavam sair da cidade.
Após o embate, um dos ocupantes da viatura, homem de raça negra, apontado como moçambicano, desceu da viatura de marca Toyata Hillux e fugiu, em alta grande velocidade, antes de a polícia que se encontrava no local, em patrulha, se aperceber do que estava a acontecer. Os outros dois ocupantes, de nacionalidade indiana, também tentaram fugir, mas foram lentos e caíram nas mãos dos que os seguiam, que trataram imediatamente de chamar a polícia e acabaram sendo detidos.
No interior da viatura, a polícia encontrou três pares de algemas, máscaras, facas e outros objectos contundentes.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Do empreiteiro das obras do município de Quelimane Polícia recupera quantidades elevadas de combustível roubado
Duzentos litros de gasóleo (diesel) roubados da CETA Construções – empresa responsável pelas obras em curso no município de Quelimane, foram recuperados pela Polícia da República de Moçambique (PRM), na Zambézia.
O combustível foi desviado por uma quadrilha composta por seis indivíduos, entre os quais funcionários do empreiteiro. A Polícia deteve apenas um dos integrantes da quadrilha. Os restantes cinco escaparam.
A CETA Construções é o empreiteiro responsável pela execução das obras de reabilitação e ampliação do sistema de drenagem em curso na cidade de Quelimane.
O combustível roubado faz parte de uma enorme quantidade adquirida pela empresa para dissolver o alcatrão e efectuar outras aplicações atinentes às obras em curso na cidade.
A reportagem do Canalmoz tentou, sem sucesso, ouvir a empresa lesada. O único indiciado de roubo que está detido, nega seu envolvimento no crime e considera que a PRM está equivocada. “Eu não roubei nada, sou revendedor de combustível, a Polícia algemou-me quando eu ia vender meu produto no distrito de Namacurra”, refutou.
MITRAB desmantela rede de chineses ilegais que trabalhavam em Nampula
Mais de duas dezenas de trabalhadores ilegais de nacionalidade chinesa foram descobertos em Nampula a trabalharem ilegalmente em três empresas de capitais chineses.
“Na empresa Synohedro, que se dedica à construção civil na Cidade de Nampula, foram suspensos 8 cidadãos chineses, nomeadamente Weng Yanjun, Dong Yanloe, Liu Feng, Wang Zhong Liang, Qiu Song Xia, Huagen Zhang, Zhong Bao Xu e Liu Peiwen. Na mpresa Sen Yu, Lda, da indústria transformadora de madeira, foram suspensos os expatriados Cong Wei Ran, Yutong Ge, Zhau Ongwei, Zhao Zhi Chang, Quiao Fang Ge, Wang Pei, Shanzong Ge, Win Qiu, Chen Zao Gen, Shao Chong Zhang, Gexiang Tiang e Wangxue Xin. A terceira empresa que empregava trabalhadores chineses, ilegalmente, é a Yidzhouno, igualmente dedicada à indústria transformadora de madeira. Nesta empresa foram detectados Junxin Chen, Jian Jun Ling e Huatrong Hui”, informou o Ministério do Trabalho (MITRAB).
O desmantelamento aconteceu na passada terça-feira, como resultado de trabalho rotineiro da Inspecção do Trabalho na Província de Nampula. Todas as empresas infractoras foram multadas.
Mau ensaio da pré-campanha David Simango vaiado no concerto dos UB-40
O presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo e candidato à sua própria sucessão nas eleições de 20 de Novembro próximo, pelo partido Frelimo, acabou humilhado quando tentava aparecer em jeito de pré-campanha eleitoral, em pleno espectáculo da banda britânica UB-40, que teve lugar nesta terça-feira na capital do País, Maputo.
O Gabinete de propaganda de David Simango quis usar o espectáculo e moldura humana ali presente para fazer uma espécie de apresentação de David Simango. O acto consistiria em David Simango subir ao palco para anunciar entrada dos UB-40. Só que quando David Simango subiu ao palco os espectadores simplesmente apuparam-no
Sabe-se que David Simango é amplamente contestado, quer pelos munícipes assim como dentro da própria Frelimo, muito pela forma como tem dirigido o município.
Desde que tomou poder, em substituição de Eneias Comiche a cidade e Maputo tornou-se num caos. O lixo e buracos simplesmente tomaram conta da cidade e incapacidade da actual gestão para lidar com o problema é visível. Porém, Simango goza de forte simpatia junto da ala pró Guebuza que neste momento “comanda as operações”.
Na noite desta terça-feira e em pleno concerto dos Ub-40, na praça da Paz, David Simango foi humilhado. O seu actual assessor de imprensa, Narciso Faduco que também é o director do gabinete eleitoral de David Simango, foi quem anunciou a subida do edil ao palco. Daí seguiram-se momentos de apupos que deixaram o actual mayor de Maputo quase que desnorteado e arrependido de lá ter estado.
Mais grave: para além dos apupos as pessoas chamavam pelo nome de Venâncio Mondlane, também candidato às eleições de Novembro próximo, pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Ministro das Finanças demarca Governo no negócio dos navios
O ministro das Finanças, Manuel Chang, disse ontem que a compra dos 30 navios a uma empresa francesa está a ser feita por uma companhia de direito privado, com capitais do Estado, e não pelo governo moçambicano. Trata-se da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM), que se deverá dedicar à pesca do atum e protecção da costa marítima, de acordo com o responsável.
Manuel Chang explicou ainda que o Governo entrou no negócio como avalista, por considerar que o projecto é importante para o país, num contexto em que já não existe a captura do atum e em que a protecção marítima é feita por empresas estrangeiras.
“Quem está a importar os barcos é uma empresa, tanto é que tem nome. Agora, não há dúvidas que nós, como Governo, achamos que o projecto é bom e damos todo o apoio que é necessário. A aquisição desses barcos não tem nada a ver com o Orçamento do Estado. Não entramos com nenhum valor, mas avalizamos a operação, significando que temos que fazer tudo por tudo para que a empresa tenha sucesso e o Estado não tenha que entrar”, disse o responsável das Finanças.
Explicou também que a captura do atum visa atacar o mercado internacional. “Em relação à captura do atum, uma vez que há empresas que deixaram de praticar essa actividade, alguém tem de fazer... Não devemos deixar que esse nosso bem seja apropriado por estrangeiros”.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
PRM reforma meios circulantes nos distritos
A Polícia da República de Moçambique (PRM), na província de Manica, reforçou, recentemente, os meios de circulação nos distritos, com a atribuição de motorizadas e respectivas malas de expedientes. Os referidos meios não abrangem os serviços operativos policiais.
Segundo o comandante provincial da PRM em Manica, Francisco Almeida, os meios foram alocados a todos os serviços distritais de identificação civil, aos departamentos de Informação Interna e de Instrução. Francisco Almeida acredita que, com estes meios, esteja já garantida à partida, a celeridade de tramitações dos processos de identificação civil ao ponto mais distante de uma localidade.
Os meios foram providenciados pelo próprio Ministério do Interior com vista a assegurar o bom funcionamento destes serviços, que constituíam uma das grandes preocupações para os cidadãos residentes nas zonas rurais.
Natália Maconhere, a chefe dos Serviços Provinciais de Identificação Civil de Manica, explicou que a instituição que dirige recebe muitos casos de pedidos de documentos de identidade, mas os respectivos proprietários, muitas vezes, nunca aparecem para proceder ao levantamento.
“Assim, com estes meios, já podemos levar as identidades dos cidadãos às suas zonas e trabalharmos estritamente mais ligados aos serviços distritais, de modo a que não só se espere que a população rural procure adquirir uma identidade, mas também, em colaboração com os líderes comunitários, organizarmos campanhas de trabalhos que nos levem ao encontro da população. Tratar-se-á de um exercício cujo propósito será identificar quem não tem documentos e, por conseguinte, permitir-lhe trata-los nas suas localidades”, disse Natália Maconhere.
Paulo Zucula assume que cometeu “alguns erros” na sua gestão
O ministro cessante dos Transportes e Comunicações assume que cometeu vários erros durante o período em que esteve à frente daquele sector.
Falando momentos após o empossamento do seu sucessor (Gabriel Muthisse), cinco anos depois de ascender àquele cargo, Zucula não especificou as fragilidades que teve durante o seu “reinado”, respondendo de forma breve e objectiva.
Entretanto, apesar de tais erros, Zucula diz que sai de cabeça erguida e com orgulho do que fez. “Andei ao ritmo que podia andar, dei a minha contribuição e estou orgulhoso de todas as coisas que conseguimos fazer. Cometemos alguns erros no processo e são alguns desses erros que devem ser corrigidos”, afirmou o ministro recém-exonerado, acrescentando que “as realizações e as fragilidades quem deve dizer é o Presidente da República e, aliás, ele falou no seu discurso”.
Sobre as reais razões do seu afastamento daquele pelouro, Paulo Zucula disse apenas tratar-se de um processo normal de mudança de quadros no Aparelho do Estado. “Entrar e sair é normal. Eu já entrei e sai três ou quatro vezes e o próprio Presidente disse que é um processo normal de rotação de quadros”, disse.
Sobre os desafios do sector, Zucula disse: “Há que acelerar a questão da intermodalidade dos transportes, os transportes públicos urbanos, e continuar a acelerar a implementação dos projectos de infra-estruturas ferro-portuárias em curso”.
Neutralizados 48 estrangeiros ilegais na Zambézia
A Polícia da República de Moçambique (PRM) neutralizou, ontem, no distrito de Nicoadala, província da Zambézia, 48 cidadãos estrangeiros imigrantes ilegais que se faziam transportar num autocarro de marca Yutong Bus pertencente à companhia Sekelane.
Os referidos imigrantes ilegais saíam da província de Nampula com destino à cidade de Maputo, onde iam à procura de melhores condições de vida.
Dos detidos destacam-se cidadãos de nacionalidades somali, congolesa e Etíope. A maioria apresenta-se bastante debilitada devido à falta de alimentação e água.
A neutralização daqueles imigrantes aconteceu por volta das 09h00 desta terça-feira, depois de os mesmos terem atravessado diversos controlos da polícia, desde Nampula, mais precisamente no distrito de Murrupula, zona fronteiriça com o distrito do Gilé, província da Zambézia.
Já na província da Zambézia, o autocarro atravessou o controlo de Mocuba, local onde, neste momento, a polícia está a desencadear campanha, na via pública, de revista de viaturas, uma actividade que visa neutralizar cidadãos estrangeiros em situação ilegal, bem como cadastrados.
Se o autocarro conseguiu passar por esses controlos todos, o mesmo já não aconteceu no posto de Nicoadala, onde foi neutralizado e enviado à Direcção Provincial da Migração da Zambézia.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Refila Boy em entrevista exclusiva ao Canal de Moçambique: “Já fui preso e torturado”
Refila Boy é um músico moçambicano polémico pelas letras das suas músicas de intervenção social, principalmente pelas críticas aos governantes e em particular ao presidente da República, Armando Emílio Guebuza. A sua mais recente música chama-se “Armandinho”. Em primeira mão ele explicou ao Canal de Moçambique a razão desta denominação. Já foi preso várias vezes por cantar o que o Governo não gosta de ouvir. Já foi torturado e ferido por cantar.
Refila Boy diz que se inspira nos acontecimentos marcantes da sociedade para escrever as suas letras, já tem cinco álbuns no mercado e uma carreira marcada por detenções e solturas que terminam tal como começam: sem nenhuma explicação plausível.
“Comecei a cantar há 10 anos e surjo como músico por estar cansado de ouvir músicas que não têm a ver com a nossa sociedade”.
O jovem músico de Chókwè, que está a ganhar projecção por ser um músico irreverente, da linha de Azagaia, falou ao Canal de Moçambique da sua carreira, da sua província, Gaza, e da governação do seu País: Moçambique. Siga a entrevista que o Canalmoz aqui replica.
Canal de Moçambique (Canal): - Fale-nos um pouco de si. Quem é Refila Boy?
Refila Boy - Eu sou um jovem normal como os outros, nasci e cresci na cidade de Chókwè, onde vivo até hoje. Comecei a cantar há 10 anos e surjo como músico por estar cansado de ouvir músicas que não têm a ver com a nossa sociedade.
Canal - Porquê não faz músicas, como muitos jovens seus contemporâneos, a falar de carros, mulheres e discotecas?
Refila Boy – Porque isto não tem nada a ver com a nossa realidade. Eu faço músicas com letras diferentes porque para mim isto é que é música de verdade, que tem conteúdo e as pessoas aprendem algo sobre a vida social. Penso que fazia falta este tipo de artista.
Canal - Como é recebida a sua música em Gaza, província tida como bastião do partido Frelimo, no poder?
Refila Boy - A minha música sempre foi bem recebida, o povo nunca a rejeitou. O povo pode ser apoiante do partido no poder, mas não está a favor de atitudes de alguns dirigentes.
Na verdade, quem não gosta das minhas músicas são os dirigentes. Estes, sim, tudo fazem para que as minhas músicas não sejam ouvidas.
“Fui preso em pleno espectáculo, a cantar”
“Prendem-me e soltam-me quando entendem”
Canal - É verdade que já foi preso?
Refila Boy - Sim. É verdade que já fui preso por causa das músicas que canto, alegando que falo mal dos governantes.
Canal - Quantas vezes foi preso?
Refila Boy – Foram várias vezes. Mas as mais marcantes foram três.
Canal - Porquê essas três vezes o marcaram?
Refila Boy - Nunca havia sido preso e em 2008 fui detido pela primeira vez e passei seis meses na cadeia; Há o caso de Chibuto, que teve repercussão pelo País. Fui preso em pleno espectáculo, a cantar.
A outra foi marcante porque o povo uniu-se para exigir a minha libertação. Mas todas as detenções foram humilhantes. Eu era algemado e escorraçado como se fosse um criminoso.
Canal - Nestas detenções já sofreu algum tipo de agressão por parte da Polícia?
Refila Boy - Sim, em Chibuto. Não sei contar muito bem o que se passou, mas lembro-me que fui torturado e tive ferimentos.
Canal - Como é que foi libertado em todas as vezes que foi detido?
Refila Boy -Temos um Governo muito estranho, difícil de saber como funciona. Muitas vezes entre os governantes entendiam-se, chegavam a um consenso e libertavam-me. Do nada tiravam-me da cadeia.
Canal - Então nunca chegou a contratar um advogado para lhe defender?
Refila Boy - Nunca. Por exemplo, na última vez que fiquei preso, durante 2 meses, como eu já havia dito, o povo teve que intervir. Estávamos em tempo de eleições e as pessoas saíram à rua, foram até à esquadra exigir a minha libertação e ameaçavam não ir votar. O secretário distrital do partido no poder falou com o comandante para libertar-me. Posso dizer que o meu advogado é o povo.
Canal – Acha que estas detenções ajudaram-no a ter popularidade?
Refila Boy - Não me ajudaram. Os que fizeram aquilo tinham como interesse intimidar-me e denegrir a minha imagem.
“Somos forçados a gostar dum Governo que não gosta do povo”
Canal - Com tudo o que lhe acontece, não pensa em mudar a linha das letras das suas músicas?
Refila Boy – Não!!! O meu objectivo é ver o povo livre, a viver a realidade e a democracia. Somos forçados a gostar dum Governo que não gosta do povo. Principalmente em Gaza as pessoas não sabem por que razão vão votar e muito menos a importância do seu voto. Eu vou continuar a despertar as pessoas.
Canal - Tem apoio da sua família?
Refila Boy – Sim, tenho! Eles apoiam-me, mas ficam com medo que me aconteça alguma coisa. Eles entendem o que eu faço.
Canal - Donde vem a inspiração para escrever as suas músicas?
Refila Boy - Tenho cinco álbuns e todos são inspirados em acontecimentos marcantes do País, o quotidiano dos moçambicanos. Diria que não sou diferente de jornalista. Um acontecimento marcante, eles escrevem e eu canto.
“Actualmente não temos pai, mas, sim, um padrasto”
Canal – Uma sua música mais recente é intitulada “Armandinho”. Quem é “Armandinho”? Quer nos falar um pouco desta música?
Refila Boy - Isto eu deixo para a consciência de cada um, qualquer pessoa pode decidir quem pode ser “Armandinho”. Acredito que as pessoas sabem de quem estou a falar naquela música.
Canal - Qual é a mensagem da música “Armandinho”?
Refila Boy - A música fala da morte do jovem Mido Macie na África do Sul e a passividade do nosso Governo em relação ao caso. Se fosse um sul-africano a ser morto daquele jeito em Moçambique eu não sei onde estaríamos. Um País antes de respeitar o estrangeiro deve respeitar o seu povo. É assim que acontece noutras partes do mundo. Era assim no tempo em que tínhamos um pai, o saudoso Samora Machel. Actualmente não temos pai, mas, sim, um padrasto.
“Quero que o povo acorde para a realidade do País”
Canal - Acha que a mensagem das suas músicas consegue chegar ao povo?
Refila Boy - Penso que sim! O que me interessa é que a mensagem chegue ao povo e isto está a acontecer. Pode até não chegar aos dirigentes do topo, mas para a camada que eu quero atingir as mensagens estão a chegar.
Canal - Porquê tantas críticas ao Governo do dia?
Refila Boy - Eu quero que os dirigentes reconheçam o povo como seus próprios filhos. Os nossos dirigentes não respeitam o povo, só sabem usá-lo como “minhocas” para pescar o voto. Quando estamos em tempo de eleições é que nos respeitam. Só quero que o povo acorde para a realidade do País.
O povo e muitos dos dirigentes só sabem agradecer e elogiar ao “chefe”. Passam a vida a “lamber as botas” do presidente como se tudo estivesse bem.
Canal - Acha que o povo não tem liberdade para se expressar?
Refila Boy - Actualmente não! Este é o único Governo que eu já vi em Moçambique em que o povo não fala. Nas presidências abertas, por exemplo, as pessoas que são dadas a palavra são escolhidas antes para falar das coisas boas, e as coisas más não são conhecidas. Como é que um presidente pode governar assim? Não é possível!
Canal - A sua música toca nas rádios?
Refila Boy - Em algumas rádios não passa, mas em outras toca. Isto não é problema porque o povo tem comprado os discos e a minha música chega longe. A prova disso é que tenho feito muitos espectáculos dentro e fora do País.
Canal – Sabemos que agora conta com assistência e apoio da Dra. Alice Mabota e da Liga dos Direitos Humanos. O que podemos esperar desta relação?
Refila Boy - É claro que algumas coisas vão mudar para melhor. Ter este apoio faz-me sentir num ninho, com uma mãe ao lado. Será uma mais-valia para a minha carreira.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Idoso coloca garfo no interior do pénis à procura de prazer e acaba operado
Tem 70 anos e pretendia prazer sexual. A solução foi um garfo. O homem introduziu o utensílio no pénis e acabou internado num hospital de Camberra, na Austrália. O caso mereceu destaque no International Journal of Surgery Case Reports.
Um australiano de 70 anos de idade pretendia obter prazer sexual e recorreu a um método inusitado: introduzir um garfo na uretra. O prazer que tanto procurou acabou transformado em sofrimento. E numa intervenção cirúrgica de urgência, realizada numa unidade de saúde de Camberra.
Segundo o jornal britânico The Independent, na sua edição desta segunda-feira, a história mereceu honras de publicação no International Journal of Surgery Case Reports, que conta, num artigo médico com data de 5 de agosto, que o homem recorreu a este método inexplicável.
Com dores insuportáveis, o septuagenário não resistiu e teve mesmo de recorrer ao hospital, onde realizou diversos raios-X que permitiram aos médicos perceber que não estavam perante uma brincadeira de mau gosto.
Feito o diagnóstico – um dos mais estranhos de que há memória no hospital de Camberra – os clínicos realizaram uma intervenção cirúrgica, para remoção do garfo do pénis, com recurso a fórceps e a uma lubrificação intensa, sendo que o paciente esteve anestesiado durante a operação.
A operação cirúrgica correu bem e o ato tresloucado não provocou lesões incuráveis no órgão sexual. Mas continua por esclarecer de que forma imaginou o idoso obter prazer com um utensílio de cozinha dentro do próprio pénis.
"O estímulo sexual através da inserção de objetos no próprio corpo existe desde tempos antigos e tem suscitado uma série de casos pouco comuns, mas muito bem conhecidos pela comunidade médica", realça o artigo do International Journal of Surgery Case Reports. Mas confirma-se que nunca um homem tivera esta ideia insólita.
A Austrália tem no seu histórico de 'registos insólitos de objetos retirados do corpo humano' uma série de instrumentos e animais, que passam por canetas, alfinetes, pedras, lâmpadas, cobras e sanguessugas, entre outros. E todos eles presos ao pénis...
sábado, 24 de agosto de 2013
Mugabe investido para 7º mandato consecutivo
O antigo professor de inglês na cidade central moçambicana de Quelimane foi esta quinta-feira investido para o sétimo mandato consecutivo na liderança do Zimbabwe. Robert Gabriel Mugabe, acompanhado pela esposa Grace Mugabe, chegou ao National Sport Stadium de Harare num jeep militar descapotável.
Para além de vários chefes de Estado e de governo, antigos estadistas, cerca de 60 mil espectadores, que superlotavam o estádio construído pela China em 1985, receberam no meio de aplausos um dos mais antigos estadistas africano no poder.
Apesar do intenso calor que se fazia sentir, o estadista zimbabweano ainda teve tempo de dar uma volta pela pista do Estádio na boleia do jeep militar que o transportou para o interior do estádio.
Nesta cerimónia de investidura, o vencedor das eleições de 31 de Julho disse, num dos momentos mais solenes do acto: “ Eu, Robert Mugabe, juro fidelidade e lealdade ao Zimbabwe e observar as leis do Zimbabwe, que Deus me ajude”, afirmou o estadista durante o juramento de posse. “Juro obedecer, manter e defender a constituição e todas as outras leis do Zimbabwe. Juro que promoverei tudo o que signifique um avanço e me oporei a qualquer prejuízo ao Zimbabwe.”
Centenas de camponeses erguem enxadas e catanas contra chineses
Mais de 400 camponeses do Baixo Limpopo, nomeadamente das comunidades de Marien Ngouabi, Ndlangane e Chibonhanine, estas duas últimas trabalhavam na área de Chibonhanine, distrito de Xai-Xai, província de Gaza, revoltaram-se e ergueram enxadas e catanas contra a acção chinesa de usurpação de terra. A ocorrência deu-se no passado 16 de Agosto corrente, na região de Matijelene.
De acordo com a informação do Fórum das Organizações Não Governamentais de Gaza (FONGA), os camponeses culpam o governo de não auscultar as comunidades, antes do concessionar a terra a investidores chineses. “Os chineses estão a devastar extensas áreas, colocando a população fora do perímetro de irrigação sem qualquer satisfação”, revela a denúncia do FONGA, acrescentando que “à medida que a ocupação dos chineses vai se estendendo, instala-se o desconforto entre os populares, que ameaçam semear nas áreas já lavradas pelos chineses”.
No passado dia 17 de Agosto, uma equipa do FONGA deslocou-se ao local do incidente, onde dialogou com algumas pessoas da comunidade, que confirmaram o facto. As mesmas disseram que “neste momento não têm onde fazer agricultura, apascentar seu gado, portanto, a sua sobrevivência está ameaçada.”
Os camponeses garantem que vão impedir a continuação da expansão dos interesses dos chineses, sendo que para o dia 19 do mês em curso haviam combinado semear nas áreas lavradas pelos chineses. Entretanto, tal não aconteceu porque foram informados que não o deviam fazer antes da resposta de que estavam à espera por parte das autoridades governamentais.
SACUDIDOS PELA POLÍCIA
Segundo Boavida Madonda, líder comunitário local e um dos afectados, os camponeses não foram semear no dia 19. Só que uma equipa de trabalhadores chineses iniciou, no mesmo dia, a lavragem de uma outra zona dos camponeses. “Impedimos o tractorista de lavrar e informámo-lo que não o devia fazer antes que haja uma resposta do governo em relação às preocupações que uma equipa nossa foi apresentar”, disse Madonda.
Para o espanto dos camponeses, no passado dia 21 de Agosto, o governo provincial de Gaza enviou um contingente do polícia para dispersar os camponeses, que impediam os chineses de lavrar a terra. “A polícia chegou, dispersou as pessoas e ordenou que os tractores dos chineses continuassem a trabalhar”, lamentou Madonda, assegurando que neste momento os chineses estão a trabalhar.
“Nós apenas estamos a assistir à devastação das nossas machambas e no nosso pasto. Mais do que a nossa sobrevivência, o problema é a sobrevivência do nosso gado. Agora, estão já a lavrar os nossos campos de pastagem de gado”.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
“A Renamo tem medo de perder eleições”
O secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde, disse que a Renamo perdeu a oportunidade de resolver uma das suas preocupações ao não depositar o projecto de revisão da lei eleitoral na Assembleia da República.
Filipe Paúnde fez esta declaração durante a visita que efectuou, na passada sexta-feira, ao município da Matola, para se inteirar do grau de preparação das eleições internas, além de fazer o acompanhamento do cumprimento das decisões tomadas pelo Presidente da República, Armando Guebuza, a quando da última visita àquele ponto do país.
A Renamo condicionou a apresentação da proposta de revisão da Lei Eleitoral à assinatura de um acordo com o Governo que garantisse que as suas preocupações seriam viabilizadas pela Assembleia da República.
O Governo não concordou com a proposta da Renamo, argumentando que o Parlamento é independente do poder executivo.
O secretário-geral da Frelimo acusa a Renamo de pretender governar o país por vias anti-democráticas e de ter medo de perder as eleições. “O Governo já cedeu a muitas exigências da Renamo, mostrou-se aberto ao diálogo, mas a Renamo não aceitou. Nós sabemos que a Renamo tem medo de perder as eleições. Aquele partido quer ter poder por vias anti-democráticas”, avançou para, depois, acrescentar que “quem constitui problema é a Renamo”.
Inspecção detecta 26 variedades de produtos fora do prazo no Shoprite
A Inspecção Nacional das Actividades Económicas, um organismo do Ministério da Indústria e Comércio, detectou 26 variedades de produtos fora de prazo (de validade) e diversos alimentos comercializados e expostos para o consumo com rótulo irregular.
Em comunicado, a Inspecção Nacional das Actividades Económicas diz que constatou a “reincidência nas infracções cometidas pelo Shoprite e os procedimentos com vista a aplicação de sanções encontram-se em curso”.
A Inspecção Nacional das Actividades Económicas diz ter-se deslocado para as instalações do Shoprite para actividades inspectivas, na sequência das denúncias da imprensa sobre a existência de produtos fora do prazo na quele supermercado. Trata-se de denúncias que se referiam à confecção de refeições com produtos fora do prazo nos supermercados da Praça de Touros, Super Marés, da Matola e de Boane.
“As brigadas visitaram as instalações do Shoprite indicadas, tendo a sua acção tido enfoque para ossectores de manuseamento de alimentos, prateleiras, armazéns e câmaras frigoríficas. Procedeu-se, igualmente, à colheita de amostras de produtos confeccionados para análises laboratoriais”, refere o comunicado da Inspecção Nacional das Actividades Económicas.
Matola prepara abertura da empresa de transportes
A Empresa Municipal de Transporte Público da Matola deverá entrar em actividades no presente trimestre, quando terminar o processo de transferências de recursos da extinta empresa Transportes Públicos de Maputo (TPM) para aquela autarquia.
O Governo decidiu descentralizar a gestão do sistema de transportes públicos urbanos para os municípios no ano passado, tendo culminado com a criação e entrada em funcionamento da empresa municipal de transportes de Maputo.
No caso da Matola, o processo está a levar mais tempo porque aquela autarquia ainda não possuía infra-estruturas em condições para o efeito.
Contudo, o presidente interino do Município da Matola, António Matlhava, fez saber que o processo é irreversível e, por isso, a direcção daquele município está a preparar-se para instalar a empresa.
A sede da transportadora da Matola vai funcionarem instalações herdadas dos TPM, constituídas por um bloco administrativo e um hangar com oficinas para trabalhos de manutenção.
Falando por ocasião duma visita de trabalho efectuada à quelas instalações, acompanhado de técnicos da extinta TPM, Matlhava disse que decorre, actualmente, a fase conclusiva de reabilitação daquela infra-estrutura.
“O primeiro passo era colocar as instalações da empresa de transportes em condições e constatámos que os avanços na obra são significativos”, apontou o actual edil da Matola.
Matlhava revelou que os técnicos das áreas de administração, tráfego e manutenção já foram indicados, decorrendo, actualmente, um estudo das rotas por explorar nos bairros da Matola.
Em princípio, a Matola vai iniciar as operações de transporte de passageiros com um total de 50 autocarros, devendo manter as rotas de ligação com a cidade de Maputo e o distrito de Boane.
Jovem “esmagado” por camiões na noite do sábado
Um jovem de 31 anos de idade foi atropelado, mortalmente, na noite do último sábado, no bairro Mulotana, município da Matola. Populares dizem que o finado foi atropelado por camiões que transportam materiais para a construção da estrada circular, devido a excesso de velocidade.
A vítima terá sido esmagada por dois camiões e, à chegada da nossa equipa de reportagem ao local, por volta das 11h30 deste domingo, alguns populares e a Polícia removiam partes do corpo, cuja metade terá sido removida no passado sábado. Testemunhas dizem que o local é propenso à ocorrência de acidentes, porque os camionistas passam por aquele local à alta velocidade.
“Ele foi atropelado ontem (passado sábado) por volta das 23h00 e, instantes depois, vieram buscar parte do respectivo corpo. É que, neste local, os camiões circulam à alta velocidade de forma que, após o atropelamento, o corpo da vítima ficou esmagado. Só hoje (este domingo), é que conseguimos retirar partes do corpo que não foram removidas ontem (sábado)”, contou uma testemunha ocular.
PIC investiga quatro jogadores estrangeiros com documentos falsos
O Ministério do Trabalho (MITRAB) levou quatro jogadores estrangeiros da equipa de futebol Vilankulo FC, da província meridional moçambicana de Inhambane, à Polícia de Investigação Criminal (PIC) para averiguações, por possuírem processos de contratação falsos. Segundo a Inspecção-Geral do Trabalho, os jogadores são indiciados de terem entrado para trabalhar no país com falsos documentos de permissão laboral.
Entre os atletas está Ernesto da Conceição Soares,de nacionalidade portuguesa, Mathew Tendai Nyamadzawo, zimbabweano, Kadri Ali e Sulemane Abu, ambos do Gana, escreve o sítio da Rádio Moçambique. Um comunicado do MITRAB refere que uma alegada empresa de prestação de serviços, que a Inspecção do Trabalho não conseguiu até ao momento localizar, terá sido a intermediária no processo.
O Ministério do Trabalho está a trabalhar com os outros clubes em relação ao caso de trabalhadores estrangeiros ilegais, no âmbito do recente entendimento entre as partes.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Forças Armadas e homens da Renamo voltam a trocar tiros em Muxúnguè
Uma patrulha mista – composta pelos membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e das Forças de Intervenção Rápida – confrontou-se, na manhã do último sábado, com os homens armados da Renamo, em Pandja, posto administrativo de Muxúnguè, no distrito de Chibabava, em Sofala.
Durante o confronto, um sargento das Forças Armadas da Defesa de Moçambique foi atingido mortalmente, no local, e três elementos da Força de Intervenção Rápida contraíram ferimentos, dois dos quais com gravidade.
Segundo apurámos de fontes ligadas às forças armadas estacionadas em Muxúnguè, o militar morto, assim como os três polícias feridos, foram transportados para o Hospital Provincial de Chimoio, supostamente, para evitar o aparato mediático na Beira.
Um dos dois feridos graves morreu na tarde de ontem, no mesmo hospital. Neste momento, encontram-se internados dois agentes da Força da Intervenção Rápida.
As mesmas fontes contam que os confrontos ocorreram muito próximo do local onde, recentemente, a brigada mista das Forças Armadas e da Intervenção Rápida destruíram, no princípio do mês passado, as cabanas onde se acomodavam os homens armados da Renamo.
Tsvangirai contesta vitória de Mugabe em tribunal
Morgan Tsvangirai, candidato vencido nas eleições no Zimbabwe
O primeiro-ministro do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, intentou uma acção judicial no Tribunal Constitucional para a anulação das eleições presidenciais de quarta-feira passada, ganhas pelo presidente Robert Mugabe.
Tsvangirai, do Movimento para a Mudança Democrática (MDC-T), apresentou, sexta-feira última, ao tribunal, documentos que atestam alegadas irregularidades nos cadernos eleitorais, bem como fraudes cometidas pela ZANU-PF do presidente Mugabe.
Segundo a “Panapress”, o principal líder da oposição alega que o presidente Mugabe subornou eleitores com alimentos e equipamentos domésticos, o que é uma violação das leis eleitorais, de acordo com relatos da imprensa local.
Patrulhamento ‘popular’ resulta na morte de seis inocentes na Matola e Boane
Seis pessoas morreram de quarta-feira à madrugada de ontem por causa das patrulhas desorientadas dos residentes da periferia de Matola e Boane, em Maputo, em resposta à suposta circulação de um grupo de malfeitores que, para além de roubar, viola sexualmente e engoma a ferro as suas vítimas.
Segundo reporta esta segunda-feira o matutino Notícias, das pessoas mortas, três foram linchadas pela população, que acreditou se tratar de membros da quadrilha designada Grupo-20 (G-20), por integrar 20 homens. O caso mais recente de linchamento ocorreu na madrugada de ontem, defronte do posto policial da zona do Quilómetro-16, posto administrativo da Matola-Rio, em Boane, província de Maputo.
Segundo ainda aquele jornal, no Km-16, o malogrado, um jovem, fazia parte de um quarteto encontrado pelos moradores à calada da noite nas barracas junto à Estrada Nacional Número Dois (EN2), a escassos metros da unidade policial local. Após interrogatório e agitação, os residentes da zona descobriram que o grupo levava numa pasta um cassetete, uma catana e um ferro de engomar, instrumentos julgados suficientes para se acreditar tratar-se de elementos do G-20. Face à tortura, os supostos bandidos deram entrada nas celas do posto policial local.
Insatisfeita, a população invadiu a unidade policial e continuou a torturar os visados até que um dos integrantes do grupo morreu após cair de um camião que, estacionado junto à Polícia, teve de ser afastado de um pneu em chamas. Na sequência da morte, o camionista Pascoal Nhamuneque encontrava-se detido até ao fecho desta edição.
Entretanto, Jeremias Machaieie, Comandante da PRM a nível da província de Maputo, disse ontem ao jornal Notícias, que o quarteto do Km-16 não foi encontrado com um ferro de engomar, mas com uma peça de carro, cujo formato terá sido confundido com aquele utensílio doméstico.
O responsável máximo da Polícia disse que os quatro indivíduos foram interpelados por cerca de 80 pessoas que se viram diante de supostos elementos do grupo que engoma pessoas, mas que, na verdade, confundiu uma peça de carro que traziam com um ferro de passar roupa.
O comandante disse ainda que outros dois jovens foram linchados nos bairros de Intaka e Khongolote, município da Matola, nos dias 7 e 10 deste mês, respectivamente.
As restantes três pessoas pereceram num acidente de viação registado cerca das 23.00 horas de sábado na EN2, na mesma zona em que ocorreu o linchamento.
Segundo Jeremias Machaieie, indivíduos munidos de varapaus, catanas, varões de ferro e outros instrumentos imobilizaram bruscamente uma viatura na via. O cenário fez com que uma outra fosse embater-se violentamente na primeira e, consequentemente, despistar-se, acabando por atropelar nove pessoas. Das vítimas, três morreram e as restantes sofreram ferimentos, três das quais graves.
Nesse sentido, o Comando Provincial da PRM exorta a população para manter-se calma e organizar-se nas vigilâncias, abdicando do uso de instrumentos contundentes, barricadas nas estradas e queima de pneus. Os apelos são ainda no sentido de se identificar os promotores da instabilidade através de cartazes anunciando iminentes incursões do G-20.
As autoridades garantem que vão controlar a situação brevemente, sendo que uma das vias é o reforço dos conselhos comunitários de segurança, órgãos de base melhor preparados para vigilância nos bairros.
Acusados de notícias falsas: Polícia do Zimbabwe procura Jornalistas do The Times
A polícia do Zimbabwe procura dois correspondentes do jornal britânico The Times que escreveram um artigo segundo o qual Harare teria secretamente prometido vender urânio ao Irão, em violação das sanções internacionais, noticiou a imprensa oficial.
Segundo o semanário governamental zimbabweano Sunday Mail, a polícia procura os jornalistas do The Times Jan Raath e Jerome Starkey, que acusa de "difundirem notícias falsas".
O The Times citava no sábado o vice-ministro cessante das minas do Zimbabwe, Gift Chimanikire, segundo o qual o país teria assinado um protocolo com o Irão para vender urânio necessário para a construção de armamento nuclear.
O acordo terá sido assinado no ano passado, quando os EUA e a União Europeia impuseram sanções ao Irão devido ao seu polémico programa nuclear.
A comunidade internacional suspeita que o Irão quer construir a bomba atómica a coberto de um programa nuclear civil, algo que Teerão nega veementemente.
O Zimbabwe está também sob sanções internacionais que visam uma dezena de personalidades, entre as quais o presidente Robert Mugabe, que foi reeleito a 31 de julho para um novo mandato de cinco anos.
Gift Chimanikire, que faz parte da oposição com quem Mugabe coabitava há quatro anos, não pôde ser contactado pela AFP, mas o Sunday Mail escreve hoje que o político considerou que o artigo do The Times estava enviesado.
"Nenhuma licença (de exploração mineira) foi emitida. Nunca disse uma coisa tão estúpida. (...) Nós estamos a fazer prospecção, não estamos a fazer exploração (de urânio no Zimbabwe). Ele (jornalista do Times) pensou vender o seu jornal escrevendo essas mentiras e é uma história especulativa e perigosa", terá dito o responsável, citado pelo jornal oficial zimbabweano.
A AFP perguntou à porta-voz da polícia Charity Charamba se as forças de segurança estão à procura dos jornalistas do The Times, mas a representante mostrou-se surpreendida: "Não ouvi falar desse assunto (...) Tenho de verificar com o nosso departamento de investigação".
Contactado pela AFP, o The Times disse desconhecer a notícia do Sunday Mail e afirmou que iria preparar uma resposta.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
EUA encerram oito embaixadas em África
Os Estados Unidos da América vão encerrar até 10 de Agosto corrente as suas embaixadas em oito capitais africanas, incluindo Kigali (Ruanda), devido a ameaças terroristas da Al-Qaeda, anunciou o Departamento de Estado americano.
As missões diplomáticas americanas afectadas pela medida de encerramento são as de Tananarivo (Madagáscar), Bujumbura (Burundi), Port-Louis (ilhas Maurícias), Cairo (Egipto), Djibuti(Djibuti), Tripoli (Líbia) e Cartum (Sudão).
Por seu turno, a de Argel, na Argélia, encerrada desde sábado, deve ter aberto as suas portas ontem, segundo ainda o Departamento de Estado.
Ao todo foram encerradas 19 embaixadas, devido à ameaça terrorista sobre os EUA. A ameaça foi detectada pelo PRISM, o programa de vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA), de acordo com o “The Guardian”.
PM quer inibir importação de pneus usados por julgar que são responsáveis pelos acidentes
O primeiro-ministro, Alberto Vaquina, anunciou, na última segunda feira, que o Governo vai interditar a importação de pneus usados provenientes, sobretudo, da vizinha África do Sul. A medida visa reduzir os índices de acidentes de viação, uma vez que, segundo ele, os pneus de segunda mão são uma das causas.
“Nós, como um país, não podemos aceitar ser a lixeira de pneus que os outros já não usam. Eles já não os usam porque já não são seguros. Se já não são seguros para os outros países, também não são seguros para Moçambique, porque eles são tão pessoas como nós”, reclamou Vaquina, deixando claro que “temos o dever de ver como fazer para inibir aqueles aspectos que sabemos que são claramente responsáveis pela ocorrência de acidentes”.
No seu entender, as vias foram concebidas para o transporte e desenvolvimento, daí não fazer sentido que estejam a transformar-se em cemitérios dos “nossos concidadãos”.
“É urgente que se tomem medidas adequadas e as mesmas vão incidir sobre três aspectos: a qualidade de estradas; viaturas; e o comportamento e desempenho dos condutores de veículos”, afirmou, lamentando que, paradoxalmente, à medida que a qualidade de estrada melhora, também aumentam os níveis de acidentes, o que mostra que “temos que trabalhar com os condutores de veículos de modo a que possam usar responsavelmente aquilo que são as conquistas e o que significa ter uma boa estrada, que é para conduzirmos com mais comodidade e chegarmos seguro ao nosso destino. Naturalmente, que este esforço vai ser feito, por um lado, com um trabalho mais intenso da polícia”.
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