sábado, 12 de outubro de 2013
Governo de Maputo “extorque” empresários para visita da primeira-dama
A primeira-dama vai visitar nos dias 25 e 26 de Outubro corrente a província de Maputo e o Governo local está a exigir que os empresários da província contribuam para a logística que só de alimentação está orçada em mais de 126 mil meticais. Indignados com a situação, alguns empresários contactaram o Canalmoz para denunciar o que consideram “sufoco e extorsão” para o sector privado, uma vez que tanto o Governo como o próprio Gabinete da primeira-dama têm orçamentos próprios pago pelos contribuintes incluindo os empresários que são agora solicitados para pagar a logística da visita.
Em carta assinada pelo secretário do Governo provincial de Maputo, Ali Chaucale, a que o Canalmoz teve acesso, lê-se que a província “sentir-se-ia bastante honrada” com a contribuição dos empresários para receber a primeira-dama.
“O secretariado da povoação de Djuba sentir-se-ia bastante honrado com a contribuição de V. Excia em apoiar na preparação do evento contribuindo com bens e valores monetários em conformidade com a lista de produtos necessários em anexo”, lê na carta enviada aos empresários.
Na lista que está em anexo aparecem produtos como cabeças de gado, frangos, arroz, farinha de milho, refrescos, caldos até papel higiénico, que os empresários devem comprar para a recepção da Primeira-Dama.
“Isto pode parecer um pedido, mas sabemos que é uma ordem e quem não contribuir estará lixado” desabafam os empresários.
De facto não é a primeira vez que o Governo de Maputo vai ao bolso dos empresários para suportar as visitas do casal da Ponta Vermelha. Recentemente, um outro grupo de empresários baseados em Magude, contactou o Canalmoz para denunciar o Governo local estava a pedir apoio em bens e dinheiro para a apoiar visita de presidência aberta de Aramando Guebuza.
Um outro mecanismo usado pelo Gabinete da Primeira Dama, para extorquir empresários e empresas do Estado é a chamada “Revista Chama”, que é editada pelo próprio Gabinete da primeira-dama. É que os empresários recebem cartas da Revista a “solicitar” anúncios publicitários. E num País onde a esposa do Chefe de Estado também tem controlo sobre os circuitos do poder e da distribuição de cargos, nenhum empresário ousa em indeferir o pedido de inserção de publicidade na revista da primeira-dama.
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