Renúncia de
Guebuza
O líder da Renamo
revelou que tinha receio de negociar com uma Frelimo “dividida” e diz que Nyusi
não tinha liberdade
Afonso Dhlakama
não tem dúvidas: “a renúncia de Armando Guebuza à presidência da Frelimo dará
maior liberdade a Filipe Nyusi de governar plenamente o país”. Na primeira
reacção à sucessão no partido que é o seu maior adversário político, o líder da
Renamo considerou que a renúncia de Guebuza significa o aprofundamento da
democracia. Mas não deixou de sublinhar que a mesma peca por ser “tardia”, pois
acredita que Guebuza terá sido pressionado a colocar o lugar à disposição.
“Acredito que foi uma decisão sábia de Guebuza, mas não era preciso que
chegasse a este ponto, porque vai ficar na história que foi forçado”, disse.
Apesar de não
assumir que a eleição de Nyusi a presidente da Frelimo vai facilitar as
discussões políticas sobre o anteprojecto das autarquias provinciais, Dhlakama
afirma que tinha receio de negociar com um “inimigo dividido”. “Eu acho que era
problema ter três, quatro ou 40 grupos no mesmo partido. Não é fácil negociar,
porque não há consenso no grupo”, acrescentou.
Líder da Renamo
há mais de 35 anos (incluindo os tempos da guerrilha), Dhlakama diz que tem a
ideia dos constrangimentos que podem resultar da existência de dois centros
decisórios.