terça-feira, 31 de março de 2015

Dhlakama diz que Nyusi passa a ter maior liberdade para decidir



Renúncia de Guebuza

O líder da Renamo revelou que tinha receio de negociar com uma Frelimo “dividida” e diz que Nyusi não tinha liberdade

Afonso Dhlakama não tem dúvidas: “a renúncia de Armando Guebuza à presidência da Frelimo dará maior liberdade a Filipe Nyusi de governar plenamente o país”. Na primeira reacção à sucessão no partido que é o seu maior adversário político, o líder da Renamo considerou que a renúncia de Guebuza significa o aprofundamento da democracia. Mas não deixou de sublinhar que a mesma peca por ser “tardia”, pois acredita que Guebuza terá sido pressionado a colocar o lugar à disposição. “Acredito que foi uma decisão sábia de Guebuza, mas não era preciso que chegasse a este ponto, porque vai ficar na história que foi forçado”, disse.

Apesar de não assumir que a eleição de Nyusi a presidente da Frelimo vai facilitar as discussões políticas sobre o anteprojecto das autarquias provinciais, Dhlakama afirma que tinha receio de negociar com um “inimigo dividido”. “Eu acho que era problema ter três, quatro ou 40 grupos no mesmo partido. Não é fácil negociar, porque não há consenso no grupo”, acrescentou.


Líder da Renamo há mais de 35 anos (incluindo os tempos da guerrilha), Dhlakama diz que tem a ideia dos constrangimentos que podem resultar da existência de dois centros decisórios.

O filme de uma sucessão forçada com sequelas pelo meio



Ecos do Comité Central

A sucessão de Armando Guebuza começou a ser traçada na tarde de quinta-feira, logo após a saída da imprensa e de parte dos convidados, durante o processo da aprovação da agenda da quarta sessão do Comité Central (CC) da Frelimo.

O jornal O País teve acesso, através de fontes anónimas, do filme que se desenrolou na sala grande da Escola Central da Frelimo. Zeca Morgado, membro do CC, terá sido o primeiro a levantar a questão de sucessão, que até então parecia um mistério.

Após constatar que a agenda proposta pela Comissão Política para a quarta sessão do CC ia ser aprovada sem o ponto referente à sucessão na liderança da Frelimo, Morgado interpelou a mesa, dirigida por Guebuza, e sugeriu que a matéria fosse agendada. O argumento foi de que o assunto era tema de debate até nas “barracas”, pelo que não fazia sentido que o CC ficasse indiferente.

Damião José, porta-voz da Frelimo, foi das figuras que se mostraram contra o debate da sucessão, advogando a continuidade de Guebuza na liderança da Frelimo até ao término do seu mandato. As nossas fontes referem que Damião José chegou mesmo a chamar de “Judas” os que defendiam a necessidade da passagem do poder partidário a Filipe Nyusi.

Arranca hoje primeira sessão da VIII Legislatura



Inicia hoje a primeira sessão ordinária da oitava legislatura da Assembleia da República, com uma agenda que inclui 25 propostas e projectos de lei.

Trata-se de uma sessão que assume particular interesse, dada a relevância política de algumas matérias agendadas e o momento político que o país atravessa.

Basta dizer que é nesta sessão em que os deputados vão apreciar o projecto de lei que cria o quadro institucional das autarquias provinciais. O projecto foi submetido pela bancada da Renamo, há duas semanas, cumprindo assim um pré-acordo entre o Presidente da República e o líder da Renamo.

O projecto de partilha de poder representa, para a Renamo, a solução para o fim da tensão pós-eleitoral que ela mesmo desencadeou, em protesto contra a alegada fraude nas eleições de 15 de Outubro de 2014. É que a estabilidade do país depende, em larga medida, dos consensos políticos que as três bancadas podem produzir.

Magistratura Judicial expulsa juíza de Direito por acumulação de infracções



Em Inhambane


O colectivo de juízes do Conselho Superior da Magistratura Judicial reuniu-se de 23 a 25 de Março, na sua primeira sessão ordinária, dirigida pelo respectivo presidente Adelino Muchanga, e apreciou o processo disciplinar nº 19/2014 de que é arguida Ercília Maria de Assis, juíza de Direito. Ercília de Assis socorreu-se da justiça pelas próprias mãos para obrigar Ancha Tajú a pagar uma dívida de apenas 2500 meticais. Na deliberação 20/CSMJ/2015, de 25 de Março, o órgão considera improcedente as excepções suscitadas pela arguida Ercília Maria de Assis na sua defesa, cuja respectiva fundamentação consta do relatório final do instrutor dos autos.

Investir no médico é investir no futuro


Defende  Presidente da República

Filipe Nyusi convidou médicos a contribuírem na manutenção da paz

“Eu gostaria de ser médico para cuidar  do povo moçambicano de modo a ficar em paz.  E vocês vão  ajudar-me para que eu consiga este feito”. Foi com estas palavras que o Presidente da República, Filipe Nyusi, convidou a classe médica a dar o seu contributo no processo de consolidação da paz em Moçambique. Sinal inequívoco de quem busca de todas as forças vivas da sociedade o saber para a construção da nação moçambicana.

O Chefe de Estado disse ainda que o Plano Quinquenal do Governo  tem como objectivo estratégico a “expansão do acesso e melhoria da qualidade dos serviços de saúde, reduzindo a mortalidade materna, morbi-mortalidade por desnutrição crónica, malária, tuberculose, HIV, entre outras doenças”.


Nyusi reconheceu, por outro lado, a delicadeza e complexidade da actividade e os riscos que a profissão implica. “ O Governo está consciente das vossas dificuldades, por isso está a investir a sua capacidade e inteligência para, de forma sustentável, avançar para a sua resolução”.

Centenas de alunos paralisam aulas para exigir solução dos desmaios


Escola Secundária da Manhiça

Está cada vez mais assustador entrar na Escola Secundária da Manhiça. A cada dia que passa, ocorrem novos desmaios e delírios. O fenômeno estranho que afecta apenas alunas está a gerar um ambiente de descontentamento na vila da Manhiça. Pouco mais de mil alunos daquela escola paralisaram ontem as aulas, para protestar contra a demora das autoridades locais na resolução do problema que afecta a instituição desde 2013.

A paralisação das aulas iniciou por volta das 7h00, quando os alunos se concentraram em frente à escola e recusaram-se a entrar na sala para assistir às aulas. Com receio de vandalização generalizada do recinto, a direcção da escola decidiu encerrar os portões para impedir a entrada dos alunos.


No local, ainda são visíveis os vestígios de destruições de vidros de janelas causadas por alunas em delírio. Duas horas depois da concentração, os alunos marcharam pouco mais de 500 metros até à Direcção Distrital da Educação em sinal de protesto.