terça-feira, 31 de março de 2015

O filme de uma sucessão forçada com sequelas pelo meio



Ecos do Comité Central

A sucessão de Armando Guebuza começou a ser traçada na tarde de quinta-feira, logo após a saída da imprensa e de parte dos convidados, durante o processo da aprovação da agenda da quarta sessão do Comité Central (CC) da Frelimo.

O jornal O País teve acesso, através de fontes anónimas, do filme que se desenrolou na sala grande da Escola Central da Frelimo. Zeca Morgado, membro do CC, terá sido o primeiro a levantar a questão de sucessão, que até então parecia um mistério.

Após constatar que a agenda proposta pela Comissão Política para a quarta sessão do CC ia ser aprovada sem o ponto referente à sucessão na liderança da Frelimo, Morgado interpelou a mesa, dirigida por Guebuza, e sugeriu que a matéria fosse agendada. O argumento foi de que o assunto era tema de debate até nas “barracas”, pelo que não fazia sentido que o CC ficasse indiferente.

Damião José, porta-voz da Frelimo, foi das figuras que se mostraram contra o debate da sucessão, advogando a continuidade de Guebuza na liderança da Frelimo até ao término do seu mandato. As nossas fontes referem que Damião José chegou mesmo a chamar de “Judas” os que defendiam a necessidade da passagem do poder partidário a Filipe Nyusi.

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