segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Forças Armadas e homens da Renamo voltam a trocar tiros em Muxúnguè
Uma patrulha mista – composta pelos membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e das Forças de Intervenção Rápida – confrontou-se, na manhã do último sábado, com os homens armados da Renamo, em Pandja, posto administrativo de Muxúnguè, no distrito de Chibabava, em Sofala.
Durante o confronto, um sargento das Forças Armadas da Defesa de Moçambique foi atingido mortalmente, no local, e três elementos da Força de Intervenção Rápida contraíram ferimentos, dois dos quais com gravidade.
Segundo apurámos de fontes ligadas às forças armadas estacionadas em Muxúnguè, o militar morto, assim como os três polícias feridos, foram transportados para o Hospital Provincial de Chimoio, supostamente, para evitar o aparato mediático na Beira.
Um dos dois feridos graves morreu na tarde de ontem, no mesmo hospital. Neste momento, encontram-se internados dois agentes da Força da Intervenção Rápida.
As mesmas fontes contam que os confrontos ocorreram muito próximo do local onde, recentemente, a brigada mista das Forças Armadas e da Intervenção Rápida destruíram, no princípio do mês passado, as cabanas onde se acomodavam os homens armados da Renamo.
Tsvangirai contesta vitória de Mugabe em tribunal
Morgan Tsvangirai, candidato vencido nas eleições no Zimbabwe
O primeiro-ministro do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, intentou uma acção judicial no Tribunal Constitucional para a anulação das eleições presidenciais de quarta-feira passada, ganhas pelo presidente Robert Mugabe.
Tsvangirai, do Movimento para a Mudança Democrática (MDC-T), apresentou, sexta-feira última, ao tribunal, documentos que atestam alegadas irregularidades nos cadernos eleitorais, bem como fraudes cometidas pela ZANU-PF do presidente Mugabe.
Segundo a “Panapress”, o principal líder da oposição alega que o presidente Mugabe subornou eleitores com alimentos e equipamentos domésticos, o que é uma violação das leis eleitorais, de acordo com relatos da imprensa local.
Patrulhamento ‘popular’ resulta na morte de seis inocentes na Matola e Boane
Seis pessoas morreram de quarta-feira à madrugada de ontem por causa das patrulhas desorientadas dos residentes da periferia de Matola e Boane, em Maputo, em resposta à suposta circulação de um grupo de malfeitores que, para além de roubar, viola sexualmente e engoma a ferro as suas vítimas.
Segundo reporta esta segunda-feira o matutino Notícias, das pessoas mortas, três foram linchadas pela população, que acreditou se tratar de membros da quadrilha designada Grupo-20 (G-20), por integrar 20 homens. O caso mais recente de linchamento ocorreu na madrugada de ontem, defronte do posto policial da zona do Quilómetro-16, posto administrativo da Matola-Rio, em Boane, província de Maputo.
Segundo ainda aquele jornal, no Km-16, o malogrado, um jovem, fazia parte de um quarteto encontrado pelos moradores à calada da noite nas barracas junto à Estrada Nacional Número Dois (EN2), a escassos metros da unidade policial local. Após interrogatório e agitação, os residentes da zona descobriram que o grupo levava numa pasta um cassetete, uma catana e um ferro de engomar, instrumentos julgados suficientes para se acreditar tratar-se de elementos do G-20. Face à tortura, os supostos bandidos deram entrada nas celas do posto policial local.
Insatisfeita, a população invadiu a unidade policial e continuou a torturar os visados até que um dos integrantes do grupo morreu após cair de um camião que, estacionado junto à Polícia, teve de ser afastado de um pneu em chamas. Na sequência da morte, o camionista Pascoal Nhamuneque encontrava-se detido até ao fecho desta edição.
Entretanto, Jeremias Machaieie, Comandante da PRM a nível da província de Maputo, disse ontem ao jornal Notícias, que o quarteto do Km-16 não foi encontrado com um ferro de engomar, mas com uma peça de carro, cujo formato terá sido confundido com aquele utensílio doméstico.
O responsável máximo da Polícia disse que os quatro indivíduos foram interpelados por cerca de 80 pessoas que se viram diante de supostos elementos do grupo que engoma pessoas, mas que, na verdade, confundiu uma peça de carro que traziam com um ferro de passar roupa.
O comandante disse ainda que outros dois jovens foram linchados nos bairros de Intaka e Khongolote, município da Matola, nos dias 7 e 10 deste mês, respectivamente.
As restantes três pessoas pereceram num acidente de viação registado cerca das 23.00 horas de sábado na EN2, na mesma zona em que ocorreu o linchamento.
Segundo Jeremias Machaieie, indivíduos munidos de varapaus, catanas, varões de ferro e outros instrumentos imobilizaram bruscamente uma viatura na via. O cenário fez com que uma outra fosse embater-se violentamente na primeira e, consequentemente, despistar-se, acabando por atropelar nove pessoas. Das vítimas, três morreram e as restantes sofreram ferimentos, três das quais graves.
Nesse sentido, o Comando Provincial da PRM exorta a população para manter-se calma e organizar-se nas vigilâncias, abdicando do uso de instrumentos contundentes, barricadas nas estradas e queima de pneus. Os apelos são ainda no sentido de se identificar os promotores da instabilidade através de cartazes anunciando iminentes incursões do G-20.
As autoridades garantem que vão controlar a situação brevemente, sendo que uma das vias é o reforço dos conselhos comunitários de segurança, órgãos de base melhor preparados para vigilância nos bairros.
Acusados de notícias falsas: Polícia do Zimbabwe procura Jornalistas do The Times
A polícia do Zimbabwe procura dois correspondentes do jornal britânico The Times que escreveram um artigo segundo o qual Harare teria secretamente prometido vender urânio ao Irão, em violação das sanções internacionais, noticiou a imprensa oficial.
Segundo o semanário governamental zimbabweano Sunday Mail, a polícia procura os jornalistas do The Times Jan Raath e Jerome Starkey, que acusa de "difundirem notícias falsas".
O The Times citava no sábado o vice-ministro cessante das minas do Zimbabwe, Gift Chimanikire, segundo o qual o país teria assinado um protocolo com o Irão para vender urânio necessário para a construção de armamento nuclear.
O acordo terá sido assinado no ano passado, quando os EUA e a União Europeia impuseram sanções ao Irão devido ao seu polémico programa nuclear.
A comunidade internacional suspeita que o Irão quer construir a bomba atómica a coberto de um programa nuclear civil, algo que Teerão nega veementemente.
O Zimbabwe está também sob sanções internacionais que visam uma dezena de personalidades, entre as quais o presidente Robert Mugabe, que foi reeleito a 31 de julho para um novo mandato de cinco anos.
Gift Chimanikire, que faz parte da oposição com quem Mugabe coabitava há quatro anos, não pôde ser contactado pela AFP, mas o Sunday Mail escreve hoje que o político considerou que o artigo do The Times estava enviesado.
"Nenhuma licença (de exploração mineira) foi emitida. Nunca disse uma coisa tão estúpida. (...) Nós estamos a fazer prospecção, não estamos a fazer exploração (de urânio no Zimbabwe). Ele (jornalista do Times) pensou vender o seu jornal escrevendo essas mentiras e é uma história especulativa e perigosa", terá dito o responsável, citado pelo jornal oficial zimbabweano.
A AFP perguntou à porta-voz da polícia Charity Charamba se as forças de segurança estão à procura dos jornalistas do The Times, mas a representante mostrou-se surpreendida: "Não ouvi falar desse assunto (...) Tenho de verificar com o nosso departamento de investigação".
Contactado pela AFP, o The Times disse desconhecer a notícia do Sunday Mail e afirmou que iria preparar uma resposta.
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