sábado, 24 de agosto de 2013
Mugabe investido para 7º mandato consecutivo
O antigo professor de inglês na cidade central moçambicana de Quelimane foi esta quinta-feira investido para o sétimo mandato consecutivo na liderança do Zimbabwe. Robert Gabriel Mugabe, acompanhado pela esposa Grace Mugabe, chegou ao National Sport Stadium de Harare num jeep militar descapotável.
Para além de vários chefes de Estado e de governo, antigos estadistas, cerca de 60 mil espectadores, que superlotavam o estádio construído pela China em 1985, receberam no meio de aplausos um dos mais antigos estadistas africano no poder.
Apesar do intenso calor que se fazia sentir, o estadista zimbabweano ainda teve tempo de dar uma volta pela pista do Estádio na boleia do jeep militar que o transportou para o interior do estádio.
Nesta cerimónia de investidura, o vencedor das eleições de 31 de Julho disse, num dos momentos mais solenes do acto: “ Eu, Robert Mugabe, juro fidelidade e lealdade ao Zimbabwe e observar as leis do Zimbabwe, que Deus me ajude”, afirmou o estadista durante o juramento de posse. “Juro obedecer, manter e defender a constituição e todas as outras leis do Zimbabwe. Juro que promoverei tudo o que signifique um avanço e me oporei a qualquer prejuízo ao Zimbabwe.”
Centenas de camponeses erguem enxadas e catanas contra chineses
Mais de 400 camponeses do Baixo Limpopo, nomeadamente das comunidades de Marien Ngouabi, Ndlangane e Chibonhanine, estas duas últimas trabalhavam na área de Chibonhanine, distrito de Xai-Xai, província de Gaza, revoltaram-se e ergueram enxadas e catanas contra a acção chinesa de usurpação de terra. A ocorrência deu-se no passado 16 de Agosto corrente, na região de Matijelene.
De acordo com a informação do Fórum das Organizações Não Governamentais de Gaza (FONGA), os camponeses culpam o governo de não auscultar as comunidades, antes do concessionar a terra a investidores chineses. “Os chineses estão a devastar extensas áreas, colocando a população fora do perímetro de irrigação sem qualquer satisfação”, revela a denúncia do FONGA, acrescentando que “à medida que a ocupação dos chineses vai se estendendo, instala-se o desconforto entre os populares, que ameaçam semear nas áreas já lavradas pelos chineses”.
No passado dia 17 de Agosto, uma equipa do FONGA deslocou-se ao local do incidente, onde dialogou com algumas pessoas da comunidade, que confirmaram o facto. As mesmas disseram que “neste momento não têm onde fazer agricultura, apascentar seu gado, portanto, a sua sobrevivência está ameaçada.”
Os camponeses garantem que vão impedir a continuação da expansão dos interesses dos chineses, sendo que para o dia 19 do mês em curso haviam combinado semear nas áreas lavradas pelos chineses. Entretanto, tal não aconteceu porque foram informados que não o deviam fazer antes da resposta de que estavam à espera por parte das autoridades governamentais.
SACUDIDOS PELA POLÍCIA
Segundo Boavida Madonda, líder comunitário local e um dos afectados, os camponeses não foram semear no dia 19. Só que uma equipa de trabalhadores chineses iniciou, no mesmo dia, a lavragem de uma outra zona dos camponeses. “Impedimos o tractorista de lavrar e informámo-lo que não o devia fazer antes que haja uma resposta do governo em relação às preocupações que uma equipa nossa foi apresentar”, disse Madonda.
Para o espanto dos camponeses, no passado dia 21 de Agosto, o governo provincial de Gaza enviou um contingente do polícia para dispersar os camponeses, que impediam os chineses de lavrar a terra. “A polícia chegou, dispersou as pessoas e ordenou que os tractores dos chineses continuassem a trabalhar”, lamentou Madonda, assegurando que neste momento os chineses estão a trabalhar.
“Nós apenas estamos a assistir à devastação das nossas machambas e no nosso pasto. Mais do que a nossa sobrevivência, o problema é a sobrevivência do nosso gado. Agora, estão já a lavrar os nossos campos de pastagem de gado”.
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