sexta-feira, 5 de abril de 2013
Governo distancia-se da má actuação de agentes da Polícia
A ministra da Justiça, Benvinda Levi, disse, ontem, no Parlamento, que os recentes casos de actuação violenta de agentes da Polícia da República de Moçambique(PRM) contra cidadãos indefesos, não constituem procedimento normal da corporação. Levi referia-se aos recentes casos registados em Tete e em Maputo, este último que resultou na morte de um cidadão de nome Alfredo Afonso Tivane, no bairro T3, município da Matola. “As duas situações atrás descritas não são nem tão pouco devem ser vistas como a forma ou procedimento comum de actuação da nossa polícia”, disse a governante, falando durante as informações antes da ordem do dia.
Na sua intervenção, a ministra explicou que o caso de Alfredo Afonso Tivane começa quando, cerca de 00h00 do dia 20 de Março, no bairro T3, uma patrulha da polícia interceptou o jovem, de 31 anos de idade, após ter realizado manobras perigosas na via pública, vulgarmente conhecidas como rally.
Segundo conta a ministra, a viatura em que Alfredo se fazia transportar, uma mini-bus de transporte semi-colectivo de passageiros, imobilizou-se em contramão e a polícia suspeitou que se estava diante duma viatura ou condutor em situação ilegal, tendo por isso imobilizado a viatura policial em frente ao mini-bus, de modo a interpelar os seus ocupantes.
Levi anotou que, na altura, uma outra viatura de marca Toyota Corolla Conquest acabava de ser apreendida pela mesma patrulha policial, por condução ilegal do seu automobilista. Com as três viaturas imobilizadas, um agente da polícia, de nome Pasmino Manganhe, dirigiu-se ao condutor Alfredo Tivane, com vistaa exigir documentos do condutor e da viatura.
“Contrariamente à expectativa do agente, aquele (condutor), simulando estar a localizar os documentos solicitados, engrenou a mudança em marcha-trás e arrancou bruscamente, indo embater na porta lateral esquerda traseira do Toyota Corolla Conquest.
Renamo ataca posto policial e mata quatro agentes da FIR
“Se continuar a prevalecer a tendência da absolutização dos partidos políticos e o culto da personalidade dos próprios dirigentes, não será garantida a paz em Moçambique”. Estas palavras parecem ter sido escritas ontem em jeito de reacção ao cenário de guerra aberta entre as forças de defesa e segurança e elementos da Renamo no posto administrativo de Muxúnguè, na província de Sofala. O facto é que as mesmas vem contidas na Carta Pastoral dos Bispos Católicos, datada de 6 de Agosto do ano passado. Aliás, ontem, este jornal alertava para a radicalização de posições entre a Renamo e as forças de defesa e segurança na região centro do país. Em consequência desta radicalização de posições, elementos da Força de Intervenção Rápida invadiram, na quarta-feira, a sede da Renamo no posto administrativo de Muxúnguè, alegadamente com objectivo de dispersar cerca de 250 homens da Renamo que ali se encontravam concentrados.
A PRM alega que os homens da Renamo não se podiam concentrar em grande número naquele espaço partidário sem autorização prévia das autoridades. Ou seja, na óptica da polícia, são proibidas concentrações de membros de partidos nas suas sedes sem autorização prévia das autoridades!
Neste assalto à sede da Renamo, a FIR deteve 15 elementos da Renamo e encarcerou-os no posto policial local.
Pesa sobre os detidos a acusação de desacato às autoridades, alegadamente por se terem recusado a abandonar o local.
Ora, na madrugada de ontem e num claro acto de retaliação e demonstração de força, um grupo não quantificado de homens da Renamo assaltou o posto policial onde se encontravam aquarteladas as Forças de Defesa e Segurança, com especial destaque para elementos da FIR. Tratou-se de um ataque relâmpago, que encontrou totalmente desprevenida a Força de Intervenção Rápida.
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