sexta-feira, 31 de maio de 2013

“Nelson Mandela já quase não fala”




Nelson Mandela, de 94 anos, já quase não fala, disse a sua filha Makaziwe Mandela, numa entrevista que concedeu à agência noticiosa AP. Makaziwe é filha de Mandela e da primeira mulher deste, Evelyn Mase, já falecida.
“Estende-nos as mãos. São as suas mãos que falam comigo. Esse é, se me perguntarem, o momento que mais aprecio com o meu pai. Para mim, ele quer dizer: ‘estou aqui, gosto de ti, preocupo-me contigo”, disse Maki, como é conhecida a filha de Mandela, que foi baptizada com o nome de uma irmã que morreu aos nove meses.
“O meu pai não tem estado muito bem de saúde no último mês. Tem dias bons e dias maus”, declarou na entrevista exclusiva que concedeu na sexta-feira à AP, na sua casa. Líder histórico do ANC, Prémio Nobel da Paz e primeiro presidente negro da África do Sul, Mandela tem sido hospitalizado várias vezes nos últimos anos. Os 27 anos que passou na cadeia em muito contribuíram para fragilizar a sua saúde.
Na entrevista, Maki, uma das três filhas de Mandela ainda vivas, lamenta o facto de, a 29 de Abril, terem sido difundidas imagens do presidente sul-africano, Jacob Zuma, e outros dirigentes do ANC a visitar Mandela na sua casa.

Futuro do edil de Nacala nas “mãos” da Frelimo




O  futuro do actual edil de Nacala pela Frelimo, Chale Ossufo, continua incerto. Quando faltam pouco mais de seis meses para a realização das quartas eleições autárquicas, agendadas para 20 de Novembro próximo, em todo o país, o presidente do Conselho Municipal da cidade portuária de Nacala diz que ainda não sabe se vai ou não se recandidatar àquele cargo, ou seja, a decisão final continua nas mãos do partido Frelimo.
É que segundo explicou ao “O País”, Chale Ossufo ainda não foi abordado pelas estruturas competentes do partido. “Ainda não recebi qualquer informação sobre o assunto. Não fui abordado pelo partido sobre isso. Tal como vocês sabem, eu cumpro as orientações do nosso partido e, se assim entender, estou disponível”, garantiu.
Ossufo disse, contudo, que apesar de estar preparado para aceitar qualquer decisão que vier do seu partido, a sua recandidatura dependerá igualmente da vontade dos munícipes. “Os munícipes têm uma palavra a dizer e de acordo com o que estão a ver no nosso mandato, eles podem também decidir se podemos avançar para mais um mandato ou não”, acrescentou Chale Ossufo.
Porém, diga-se, Chale Ossufo não reúne consenso no seio dos “camaradas” em Nacala, facto que poderá condicionar a sua corrida ao segundo mandato à presidência do município de Nacala.

“Redistribuição não é oferta de dinheiro”




Moçambique está na lista dos países que mais crescem no mundo, com uma taxa do PIB acima de 7%. Mas este crescimento não se reflecte na vida dos cidadãos. Quais são as razões?
O país cresce a uma taxa de 7% há mais de 10 anos. Isto significa que, quando se fala de estabilidade macroeconómica, se tem em conta esta situação de que o crescimento é sustentável porque manteve um ritmo razoável durante muito tempo. O crescimento que temos tem insuficiência de produção alimentar, ele é mais influenciado pelas actividades que têm que ver com infra-estruturas, mas não se pode negar que a economia esteja a crescer.
Este crescimento tem que passar a ser mais sustentável, por sectores que produzem comida, e é por isso que o país adoptou o Plano de Acção para a Produção Alimentar, a nível  do Ministério da Agricultura, com o intuito de, primeiro, produzir comida e, segundo, produzir aquilo que fosse necessário para a exportação. A produção interna pode, também, evitar tantas importações que estamos a fazer. É verdade o que disse, mas há esforços de viragem desse crescimento económico para maior participação de sectores que produzem alimentos.
Caso isso se concretize, terá impacto na vida das populações?
Quando falava de produção de alimentos, a ideia é fazer sentir o crescimento nas populações e criar rendimentos. Por outro lado, é fazer a redistribuição através do Orçamento do Estado, e assim as pessoas poderem sentir os efeitos do crescimento, com escolas e hospitais mais próximos, oferecer serviços muito mais diversificados, construir mais estradas, barragens e fontes de abastecimento de água.

STAE tenta salvar recenseamento eleitoral




O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) está a tentar salvar o processo de recenseamento eleitoral que, desde o seu arranque, tem decorrido a meio gás, com avarias do equipamento, bem como problemas com os tinteiros das impressoras. O director-geral do STAE, Felisberto Naife, garante que, a partir deste fim-de-semana, os problemas serão ultrapassados em todos os municípios que acolherão as eleições autárquicas de 20 de Novembro próximo.
Para o efeito, este órgão encomendou, e já está a receber, um lote de 750 impressoras que vão substituir todas as que foram instaladas nos diversos postos de recenseamento eleitoral. Com o novo equipamento informático, adquirido na África do Sul, o STAE pretende, essencialmente, corrigir todas as irregularidades verificadas por incompatibilidade dos tinteiros de impressão nos postos de recenseamento.
Falando em conferência de imprensa convocada para explicar os constrangimentos que marcam o censo eleitoral, Naife disse tratar-se de uma situação que resultou do facto de não ter havido tempo suficiente para ensaios, que permitiriam que se observassem todas estas particularidades que estão a influenciar os primeiros dias do processo.
A reinstalação das impressoras iniciou na manhã de ontem nos municípios e incluía o reforço de outros materiais que já estavam a escassear no terreno. “Neste momento, já temos as impressoras e, imediatamente, vamos iniciar a distribuição das mesmas para estabilizar a situação”, disse Naife, que, depois, pediu desculpas aos eleitores e assegurou, por outro lado, que o seu direito de eleger e ser eleito não será posto em causa.