quarta-feira, 8 de maio de 2013
Crianças assistem à carreira de tiro em Munguine
A população da localidade de Munguine, no distrito de Manhiça, província de Maputo, voltou a pedir ao Ministério da Defesa Nacional para transferir a carreira de tiro por se encontrar próxima das suas residências. O primeiro pedido foi formulado em meados do ano passado aquando do encerramento do curso de guardas e assistentes aduaneiros das alfândegas.
Entretanto, o comandante da Escola Prática de Exército de Munguine, Isac Chichongue, disse ao Canalmoz que não está informado deste assunto. Acrescentou que as relações entre o quartel e a comunidade são excelentes.
A carreira de tiro é um local onde os instruendos treinam pontaria com alvos fixos usando balas reais. As demonstrações de pontaria também são feitas em alguns encerramentos de cursos.
O espaço de carreira de tiro de Munguine é separado do bairro residencial de Munguine pela linha-férrea que sai de Maputo a Chicualacuala. Segundo apurámos no local, quando se montou o quartel de Munguine, todas as famílias que se encontravam entre a linha-férrea e o rio Incomáti foram transferidas para a parte de cima. Mas volvido algum tempo a aldeia foi crescendo até este momento que as residências estão a atingir a zona considerado limite do quartel.
Um residente da localidade de Munguine disse que muitas das vezes estas actividades são vividas por crianças locais, o que pode inspirá-las a enveredarem pela criminalidade quando crescerem.
“As crianças assistem à montagem e desmontagem de AKs-47 e diversos tipos de pistolas. Também assistem às operações de ensaio de pontaria a alvos usando balas reais”, disse a lamentar-se.
No entender desse residente, a população nem devia assistir aos treinos na carreira de tiro. “Existe um tipo de armamento que nós como civis não podemos saber que existe no quartel. É verdade que as crianças assistem a filmes de terror mas quando a coisa é ao vivo, é mais complicado”, argumentou.
Uma anciã residente no bairro 1 disse que naquela zona vivem pessoas da terceira idade e que não podem assistir a estas actividades nem ouvir o troar das armas. “Tendo em conta a idade das pessoas que aqui vivem, não podemos assistir ou ouvir disparos”, disse.
Indicou que há cursos que são encerrados sem se usar a carreira de tiro do lado da aldeia. “Estas práticas às vezes são feitas em Kalidjo. Todas outras actividades que se acham perigosas deveriam ser feitas longe da comunidade”, aconselhou.
Em contacto com o Comandante da Escola Prática de Exército de Munguine, Isac Chichongue, ele disse desconhecer o assunto. Sublinhou que as relações entre o quartel e a comunidade são excelentes.
“Felizmente, temos boas relações com a comunidade. Ainda não recebi essa queixa. As comunidades têm estado connosco e nunca manifestaram esse sentimento”, disse Chichongue.
Detido funcionário acusado de falsificar certidões de aptidão física
Um funcionário do Centro de Exames Médicos, acusado de emitir clandestinamente certidões de aptidão física, está a contas com a Polícia na cidade da Beira.
Segundo Bernardo Duce, porta-voz do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), o referido cidadão foi detido em flagrante delito na posse de 25 certidões de aptidão física prontas para entregar aos respectivos donos e 45 fotocópias de Bilhetes de Identidade de pessoas interessadas na obtenção de documentos.
Na posse do mesmo indivíduo foram recuperados 105 formulários assinados e carimbados, faltando apenas a inserção de dados dos possíveis beneficiários.
Esta situação abre espaço para dois entendimentos: ou o indivíduo ora detido agia em estreita ligação com o assinante de documentos (o seu superior) ou o segundo era de tamanha incompetência que deixava os documentos já assinados propiciando a fraude.
A certidão de aptidão física é requisitada, por exemplo, para a aquisição da carta de condução, para efeitos de emprego.
Um processo corre contra um funcionário do Instituto Nacional dos Transportes Terrestes (INATTER) da Beira, igualmente detido em flagrante a averbar fraudulentamente uma carta de condução de pesado para serviços públicos.
No mês de Abril foram tramitados em todo o País 32 processos de casos de corrupção e acusados 17, dos quais 12 julgados.
TPM lança serviços de carreira executiva Maputo-Matola
Os serviços de transportes públicos do Município de Maputo acabam de lançar serviços de carreiras executivas. Numa primeira fase, estarão disponíveis duas carreiras diárias, no trajecto que vai da Vila Olímpica, no bairro Zimpeto, à praça da OMM, no centro da cidade de Maputo. Os passageiros terão de pagar, por viagem, 70 meticais, contra os actuais sete meticais e cinquenta centavos pagos em carreiras normais.
Com a iniciativa, o conselho municipal, como gestor da empresa TPM, pretende dar alternativa de transporte mais barato em comparação com o táxi ou carro próprio ao segmento da sociedade com maior capacidade financeira, ou seja, induzir os que têm carro próprio a optarem pelo autocarro e poupar custos e, ao mesmo tempo, ampliar as receitas dos TPM.
“São serviços personalizados, criados com o objectivo de atender o segmento da população constituído por trabalhadores e estudantes que tenham condições financeiras para pagar uma tarifa diferenciada em relação ao transporte normal e, ao mesmo tempo, constituir uma fonte alternativa de receitas para a empresa”, informou a presidente do Conselho de Administração dos TPM, Maria Iolanda Wane, em conferência de imprensa, em Maputo.
“Nós estimamos que, mensalmente, por esta via, podemos recolher uma receita que tenha um contributo de cerca de 5% do total das receitas que cobramos diariamente, e achamos que é uma fonte que poderá, de alguma forma, aliviar as despesas correntes de funcionamento”, acrescentou.
Ainda este ano, a empresa prevê introduzir outras carreiras executivas na rota Maputo-Matola, até Tchumene.
O facto é que a introdução destes serviços acontece numa altura em que há falta de transporte para uma maioria de que mais necessita e com o Governo a mostrar grandes dificuldades para resolver o problema. Todos os dias, muitas pessoas ficam “horas a fio” em paragens à espera do “chapa”, acabando por ser transportadas em condições difíceis, em carrinhas de caixa aberta.
Por outro lado, se as carreiras executivas forem capazes de induzir uma redução de carros em circulação nas estradas, a medida poderá aumentar o fluxo de trânsito e, quiçá, devolver a rentabilidade ao negócio no sector dos transportes.
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