terça-feira, 15 de outubro de 2013
Polícia identificou suspeitos de raptos de crianças
O ministro do Interior revelou, ontem, que a polícia identificou suspeitos de raptos de crianças, sublinhando que a sua detenção “é uma questão de tempo”.
Alberto Mondlane disse ainda que a polícia sempre esteve atenta à onda de raptos e que continuará a perseguir os malfeitores até levá-los a responder em tribunal.
Falando em Inhambane, onde avaliava o trabalho da polícia, o responsável pela ordem e tranquilidade públicas defendeu que o combate aos raptos depende da colaboração de toda a sociedade.
Nas últimas quatro semanas, duas crianças de nove anos de idade foram raptadas nas cidades de Maputo e Matola.
O rapto de crianças terá iniciado no passado dia 24 de Setembro, quando o filho de um proeminente quadro da empresa de petróleos, e empresário, foi sequestrado na avenida Marginal, também a caminho da escola.
O menor seguia numa viatura particular que foi abalroada pelos sequestradores que, aproveitando-se da surpresa causada ao motorista e ao irmão adolescente que estava na viatura, e empunhando armas de fogo levaram o menor indefeso. Mais tarde os sequestradores, por via telefónica, contactaram o progenitor da vítima e apresentaram o seu pedido de resgate. Não há informação do resgate ter sido pago, contudo, a menor regressou ao convívio familiar...
“Chapas cem” voltam a paralisar actividade
Os transportadores que operam na rota Xiquelene/Baixa, na cidade de Maputo, paralisaram, ontem, as suas actividades, em protesto contra a alegada má actuação da Polícia Municipal da capital do país.
Trata-se da segunda paralisação dos transportadores privados na cidade de Maputo em menos de um mês. Há duas semanas, foram os operadores da rota Missão Roque/Xipamanine que estacionaram os carros a protestarem contra a polícia camarária.
Os problemas levantados são os mesmos: alegam má actuação das autoridades municipais, que têm que ver com cobranças ilícitas.
“Nós, como chapeiros, estamos a reclamar a atitude da Polícia Camarária. Sempre procuram maneiras de nos extorquir. Aplicam-nos multas avultadas, parqueiam nossos carros sem motivos. Uma das formas encontradas agora para nos roubarem dinheiro é parqueando os carros. Sabem que diariamente o carro marca mil meticais”, disse Orlando Munguambe, um dos transportadores.
“A Polícia Municipal não sabe trabalhar. Fazem-nos chantagens que não existem. Cobram- nos dinheiro toda a hora. Veja só na mesma rota param em cinco pontos. Em cada posto, temos que passar e deixar dinheiro”, desabafa Celso, também transportador.
Renamo cumpre ameaça e não negoceia sem facilitadores
A Renamo “cumpriu” a sua promessa e, ontem, não aceitou prosseguir com as negociações sem a presença dos facilitadores, tal como ameaçara na semana passada.
É que, para este partido, o tempo que já se levou no diálogo sem qualquer consenso mostra que um terceiro interveniente é que pode ajudar a aproximar as posições sobre a tensão política no país.
As duas delegações reuniram esta segunda-feira durante 30 minutos no Centro de Conferências Joaquim Chissano, mas sem resultados.
Entretanto, nesta nova tentativa de resolução do impasse político que já se arrastou para a 24ª ronda, o Executivo não cedeu às exigências da Renamo de incluir facilitadores no diálogo.
Estupefacto, o governo acusa a Renamo de ter abandonado a sala de negociações.
Aliás, José Pacheco diz que não conhece as razões que levaram a delegação da “perdiz” a deixar a sala de negociações. “Quando parecia estar a decorrer normalmente, a dada altura, a Renamo abandonou a sala sem uma justificação plausível. Reiteramos a nossa disponibilidade para nos encontrarmos com a Renamo e, pelos canais próprios, faremos chegar essa vontade”, disse José Pacheco, adiantando que a delegação do Governo está pronta para mais uma sessão negocial na próxima segunda-feira.
Povo vive nas matas após assalto
A população da localidade de Samacueza, distrito de Muanza, Sofala, local onde homens armados, supostamente da Renamo, assaltaram um posto das Forças de Intervenção Rápida, vive um clima de medo e a maioria pernoitou nas matas nos últimos dois dias.
Samacueza fica a cerca de 80 quilómetros da cidade da Beira e menos de 40 do paiol assaltado há cerca de quatro meses, por homens armados.
Alberto Zacarias, residente em Samacueza, contou que, por volta das 04h00, ele e os vizinhos foram despertados com vários tiros oriundos da unidade da FIR. “Momentos depois, ouvimos gritos e vimos os agentes da FIR a correr. Nós também começamos a fugir para as matas sem entender o que se estava a passar. Cerca de uma hora depois, é que soubemos que homens armados assaltaram o posto da FIR”.
João Andrade, também residente em Semacueza, acrescentou que, depois do assalto, que culminou “com o roubo de armas, vestuários e bens alimentares de agentes da FIR, os assaltantes puseram-se em fuga sem deixar rastos. O medo e terror tomaram conta de nós. Muitos dos meus vizinhos fugiram para a cidade da Beira e outros para Dondo.
Liberto menor raptado na Matola
Regressou na noite de ontem ao convívio familiar a criança de dez anos de idade que na semana passada tinha sido raptada na cidade de Matola por quatro indivíduos ainda desconhecidos pouco depois de ser recolhido pela carrinha que diariamente o levava à escola.
A informação foi dada pelo porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique, Pedro Cossa, que afirmou que em conexão com este caso foi detido um indivíduo que se suspeita esteja envolvido no rapto.
Cossa não deu detalhes sobre as circunstâncias que ditaram a libertação do menor, não se sabendo se teria sido mediante o pagamento de resgate ou se a Polícia teria conseguido localizar os raptores e libertar a criança.
O regresso do menor à casa foi igualmente confirmada pela direcção da Escola que a criança frequenta.
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