sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Assembleia da República desfaz equívoco de Guebuza
Está instalado um incidente protocolar entre o presidente da República, Armando Guebuza, e Assembleia da República. É que no seu jeito característico de tudo fazer para atacar os críticos da sua governação, Armando Guebuza foi esta quarta-feira ao encerramento do Parlamento Infantil e disse que em Moçambique “não existe um Parlamento Juvenil”. Segundo Guebuza, os parlamentares de “palmo e meio” é que devem vir no futuro a constituir o “verdadeiro parlamento juvenil”.
Mas no País existe e oficialmente registada uma vibrante organização juvenil denominada Parlamento Juvenil que é curiosamente uma das principais vozes da sociedade civil e um dos movimentos mais críticos ao regime de Armando Guebuza. Por reconhecer a sua existência, a Assembleia da República, através da Comissão Permanente, endereçou na tarde de ontem um convite ao presidente do Parlamento Juvenil, Salomão Muchanga, de modo que este indicasse 50 jovens do seu movimento para tomarem parte,esta quinta-feira, da cerimónia de abertura da sessão extraordinária da Assembleia da República. Ou seja, para Guebuza, o Parlamento Juvenil não existe, mas para a Assembleia da República é um órgão importante.
Na verdade, o discurso de Guebuza foi tido como uma indirecta ao Parlamento Juvenil, uma mobilizadora agremiação de advocacia de assuntos juvenis que se tem notabilizado pela sua postura crítica ao regime de Guebuza. Aliás, o Parlamento Juvenil tem organizado debates a nível nacional onde os jovens têm denunciado e criticado as más práticas do regime da Frelimo e de Guebuza. O último debate realizado em Maputo, onde foi abordada a questão político-militar que se vive no País, ficou patente o desapontamento de centenas de jovens participantes, com a forma como Armando Guebuza tem dirigido o País. A postura do Parlamento Juvenil tem arrancado simpatias e apoio de várias organizações da sociedade civil e da comunidade internacional. O maior detractor do Parlamento Juvenil é o partido Frelimo, mormente o seu braço juvenil, a OJM, que tudo tem feito para descredibilizar o movimento liderado por Salomão Muchanga.
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