quarta-feira, 24 de julho de 2013

Professor pede adiantamento salarial para ir ver Papa ao Brasil

Os peregrinos que desembar­caram na cidade do Rio de Ja­neiro para participar na Jornada Mundial da Juventude fazem ma­labarismos e muitas contas para se manter durante a semana no evento. Muitos deles viajaram dos mais longínquos países não só para ver o Papa Francisco, como também para conhecer o Brasil. É o caso, por exemplo, do professor moçambicano Crispin Estevão, 24 anos, de Maputo, hospedado no Morro do Pavão­-Pavãozinho, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, que pediu dinheiro emprestado ao seu chefe para pagar a viagem que lhe permite tomar parte na Jornada Mundial da Juventude. A sorte é que Estevão trabalha para a própria paróquia. Um pa­dre adiantou-lhe 50 mil meticais (1.700 USD). Quando voltar à capital de Moçambique, trabalhará durante um ano sem rece­ber salário. “O dinheiro vai-me fazer falta, claro. Mas já está avaler a pena estar aqui. O meu país é pobre. Parece impossível uma pessoa pegar 50 mil para vir para a jor­nada. Quis mostrar que é pos­sível. É muito emocionante. O Brasil é o país de cores e alegria que eu imaginava, pela TV e pelo futebol”, diz Crispin Estevão pelo portal “Noticias R7”. “Estudo Relações Internacio­nais de dia e dou aulas de edu­cação visual à noite, na Paróquia São Joaquim. Vou ficar um ano sem receber, mas já está a valer a pena. Era um sonho vir para o Brasil”, conta Estevão. Segundo ele, a inscrição cus­tou 266 dólares USD e a pas­sagem 37 mil meticais. Desde sábado (20), está hospedado na casa de uma família na Favela do Pavão-Pavãozinho, ocupada por uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), em Copacabana, zona sul juntamente com ou­tros jovens moçambicanos. O Papa Francisco chegou ante­ontem à noite ao Rio de Janeiro para uma visita oficial ao Brasil, a primeira do seu pontificado.

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