sexta-feira, 31 de maio de 2013

“Nelson Mandela já quase não fala”




Nelson Mandela, de 94 anos, já quase não fala, disse a sua filha Makaziwe Mandela, numa entrevista que concedeu à agência noticiosa AP. Makaziwe é filha de Mandela e da primeira mulher deste, Evelyn Mase, já falecida.
“Estende-nos as mãos. São as suas mãos que falam comigo. Esse é, se me perguntarem, o momento que mais aprecio com o meu pai. Para mim, ele quer dizer: ‘estou aqui, gosto de ti, preocupo-me contigo”, disse Maki, como é conhecida a filha de Mandela, que foi baptizada com o nome de uma irmã que morreu aos nove meses.
“O meu pai não tem estado muito bem de saúde no último mês. Tem dias bons e dias maus”, declarou na entrevista exclusiva que concedeu na sexta-feira à AP, na sua casa. Líder histórico do ANC, Prémio Nobel da Paz e primeiro presidente negro da África do Sul, Mandela tem sido hospitalizado várias vezes nos últimos anos. Os 27 anos que passou na cadeia em muito contribuíram para fragilizar a sua saúde.
Na entrevista, Maki, uma das três filhas de Mandela ainda vivas, lamenta o facto de, a 29 de Abril, terem sido difundidas imagens do presidente sul-africano, Jacob Zuma, e outros dirigentes do ANC a visitar Mandela na sua casa.

Futuro do edil de Nacala nas “mãos” da Frelimo




O  futuro do actual edil de Nacala pela Frelimo, Chale Ossufo, continua incerto. Quando faltam pouco mais de seis meses para a realização das quartas eleições autárquicas, agendadas para 20 de Novembro próximo, em todo o país, o presidente do Conselho Municipal da cidade portuária de Nacala diz que ainda não sabe se vai ou não se recandidatar àquele cargo, ou seja, a decisão final continua nas mãos do partido Frelimo.
É que segundo explicou ao “O País”, Chale Ossufo ainda não foi abordado pelas estruturas competentes do partido. “Ainda não recebi qualquer informação sobre o assunto. Não fui abordado pelo partido sobre isso. Tal como vocês sabem, eu cumpro as orientações do nosso partido e, se assim entender, estou disponível”, garantiu.
Ossufo disse, contudo, que apesar de estar preparado para aceitar qualquer decisão que vier do seu partido, a sua recandidatura dependerá igualmente da vontade dos munícipes. “Os munícipes têm uma palavra a dizer e de acordo com o que estão a ver no nosso mandato, eles podem também decidir se podemos avançar para mais um mandato ou não”, acrescentou Chale Ossufo.
Porém, diga-se, Chale Ossufo não reúne consenso no seio dos “camaradas” em Nacala, facto que poderá condicionar a sua corrida ao segundo mandato à presidência do município de Nacala.

“Redistribuição não é oferta de dinheiro”




Moçambique está na lista dos países que mais crescem no mundo, com uma taxa do PIB acima de 7%. Mas este crescimento não se reflecte na vida dos cidadãos. Quais são as razões?
O país cresce a uma taxa de 7% há mais de 10 anos. Isto significa que, quando se fala de estabilidade macroeconómica, se tem em conta esta situação de que o crescimento é sustentável porque manteve um ritmo razoável durante muito tempo. O crescimento que temos tem insuficiência de produção alimentar, ele é mais influenciado pelas actividades que têm que ver com infra-estruturas, mas não se pode negar que a economia esteja a crescer.
Este crescimento tem que passar a ser mais sustentável, por sectores que produzem comida, e é por isso que o país adoptou o Plano de Acção para a Produção Alimentar, a nível  do Ministério da Agricultura, com o intuito de, primeiro, produzir comida e, segundo, produzir aquilo que fosse necessário para a exportação. A produção interna pode, também, evitar tantas importações que estamos a fazer. É verdade o que disse, mas há esforços de viragem desse crescimento económico para maior participação de sectores que produzem alimentos.
Caso isso se concretize, terá impacto na vida das populações?
Quando falava de produção de alimentos, a ideia é fazer sentir o crescimento nas populações e criar rendimentos. Por outro lado, é fazer a redistribuição através do Orçamento do Estado, e assim as pessoas poderem sentir os efeitos do crescimento, com escolas e hospitais mais próximos, oferecer serviços muito mais diversificados, construir mais estradas, barragens e fontes de abastecimento de água.

STAE tenta salvar recenseamento eleitoral




O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) está a tentar salvar o processo de recenseamento eleitoral que, desde o seu arranque, tem decorrido a meio gás, com avarias do equipamento, bem como problemas com os tinteiros das impressoras. O director-geral do STAE, Felisberto Naife, garante que, a partir deste fim-de-semana, os problemas serão ultrapassados em todos os municípios que acolherão as eleições autárquicas de 20 de Novembro próximo.
Para o efeito, este órgão encomendou, e já está a receber, um lote de 750 impressoras que vão substituir todas as que foram instaladas nos diversos postos de recenseamento eleitoral. Com o novo equipamento informático, adquirido na África do Sul, o STAE pretende, essencialmente, corrigir todas as irregularidades verificadas por incompatibilidade dos tinteiros de impressão nos postos de recenseamento.
Falando em conferência de imprensa convocada para explicar os constrangimentos que marcam o censo eleitoral, Naife disse tratar-se de uma situação que resultou do facto de não ter havido tempo suficiente para ensaios, que permitiriam que se observassem todas estas particularidades que estão a influenciar os primeiros dias do processo.
A reinstalação das impressoras iniciou na manhã de ontem nos municípios e incluía o reforço de outros materiais que já estavam a escassear no terreno. “Neste momento, já temos as impressoras e, imediatamente, vamos iniciar a distribuição das mesmas para estabilizar a situação”, disse Naife, que, depois, pediu desculpas aos eleitores e assegurou, por outro lado, que o seu direito de eleger e ser eleito não será posto em causa.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Polícia sul-africana ameaçam amotinar


Os Serviços da Polícia sul-africana, incluindo centros de controlo e esquadras, ameaçam paralisar, Quarta-feira, as suas actividades no quadro de uma greve que deverá ser observada por cerca de 50 mil homens.
A mesma foi convocada pelo Sindicato da Polícia e dos Direitos Cívicos das Prisões da África do Sul
A greve vai afectar os serviços de emergência e todas as unidades de prevenção e combate ao crime, cujo pessoal abandonará os seus postos.
Os agentes da lei e ordem também não irão atender casos de crime, nem sequer alguma viatura da corporação estará em circulação.
A causa da greve tem a ver com o incremento salarial e a recusa pela corporação de implementar um acordo sobre gestão policial que, entre outros, preconiza a incorporação do pessoal administrativo.
Uma fonte policial em Pretória, capital sul-africana, disse que a greve será catastrófica para a segurança pública do país.

MDM preocupado com irregularidades que se verificam nos postos de recenseamento eleitorais

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O Movimento Democrático de Moçambique, a nível da cidade de Maputo, convocou a Imprensa na tarde desta quarta-feira para apresentar o balanço dos primeiros dias do recenseamento eleitoral.
No balanço, o MDM diz ter constatado quatro grandes preocupações não só para si, mas para todo o povo moçambicano, nomeadamente a questão do funcionamento dos chamados móbiles, a fiscalização do processo, a composição das comissões distritais de eleições e a publicidade e educação cívica.
Numa conferência de Imprensa, o membro da Comissão Política e chefe da Bancada Parlamentar do MDM na Assembleia da República, Lutero Simango, disse que durante a primeira semana do recenseamento eleitoral, o seu partido constatou, no capítulo do funcionamento dos móbiles, que muitos eleitores não conseguiram recensear devido aos móbiles que não estão a imprimir, situação que está a obrigar a maior parte dos postos de recenseamento a não funcionarem.
Segundo o MDM, as alegações do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) tem sido de que as referências dos tinteiros adquiridos para a substituição não são compatíveis.
Lutero Simango deu a conhecer, por outro lado, que o software dos móbiles está programado para terminar o processo de inscrição e cadastro dos eleitores no dia 23 de Junho e não 25 de Julho como se pretende que dure o recenseamento.

Frelimo com mais fiscais do que previsto na lei

Sobre a fiscalização, Lutero Simango denunciou que o MDM constatou que existem locais onde estão a trabalhar mais de 2 fiscais da Frelimo e a ditarem ordens contrárias à lei eleitoral aos supervisores do STAE.
Na verdade, a lei estabelece que cada partido tenha um membro efectivo e um outro suplente na fiscalização do processo, mas, segundo MDM, a Frelimo tem tido mais elementos, violando deste modo a lei.
Por outro lado, o MDM acusa os directores distritais do STAE, na cidade de Maputo, de darem ordens aos supervisores dos postos de recenseamento para não fornecerem dados de registo diário dos eleitores aos fiscais deste partido, situação que, de acordo com Lutero Simango, tem vindo a dificultar os trabalhos de controlo e fiscalização do recenseamento.

Fabricação de eleitores

Ainda no capítulo da fiscalização, a fonte acrescentou que existem postos de recenseamento onde mais de 69 por cento dos eleitores inscritos num dia usaram testemunhas, pelo que o MDM pensa poderem ser eleitores não elegíveis para recensear naqueles postos, visto que os mesmos faziam fronteira com Marracuene.

Exclusão dos vogais do MDM nas operações

Já sobre a composição das comissões distritais de eleições, Lutero Simango disse a jornalistas que “todos os vogais do MDM nessas comissões foram colocados em outras subcomissões de trabalho diferentes daquela que achamos estratégica e importante para garantir o controlo e a monitoria da organização e operações do processo eleitoral”.
“Os nossos vogais estão a ser colocados nas comissões de finanças e educação cívica, enquanto nós (MDM) não estamos interessados com a gestão de dinheiros”, disse a fonte que estamos a citar.
Em matéria de educação e publicidade, o MDM diz estar preocupado com o facto da publicidade que tem sido veiculada pelo STAE através dos órgãos de comunicação social não esclarecer ao eleitorado que este recenseamento em curso é de raiz e que todos os cidadãos com idade eleitoral devem ir recensear, mesmo aqueles que têm cartão antigo.
“Portanto, o MDM acha que muita gente não está esclarecida sobre o assunto, porque as brigadas de educação cívica também não têm veiculado mensagens esclarecedoras ao eleitorado para todos aderirem ao recenseamento eleitoral promovido pelo STAE”, concluiu Lutero Simango.

Oswaldo Pitersburgo acusado de tratamento desumano e prepotência para com os colegas

Funcionários sem contratos e mais de três meses de atraso salarial

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Caos e má gestão no Conselho Nacional da Juventude (CNJ). Funcionários, alguns desde o inicio do mandato de Pitersburgo, trabalham sem contratos e os salários são pagos de forma irregular e atrasados. Muitos funcionários estão a abandonar a instituição.
O presidente da instituição, simultaneamente membro do Comité Central da Frelimo, Oswaldo Pitersburgo, é acusado de ser desumano, prepotência e falta de sensibilidade em relação aos problemas dos colegas. 
De acordo com o que o Canalmoz apurou,  dos quatro funcionários que trabalham a tempo inteiro, nenhum tem contrato  de trabalho. São eles Dércia Cossa, secretária executiva, Gimo Pernal, Contabilista, Bernardo Matavel, assistente administrativo e um agente de serviço que conseguimos identifica-lo pelo nome único de Muarivai.
 O estafeta trabalha para o CNJ desde a sua criação da organização (há 16 anos), a secretária executiva está  desde Fevereiro e o contabilista a partir de 1 de Março. Todos não possuem contratos.
Apurou ainda o Canalmoz que no mês passado a secretária de direcção do CNJ, Rosa David, que trabalhou desde 2011 , desvinculou-se da instituição, por falta de contrato aliada à remunerações irregulares.

Colaboradores não são pagos...

Além dos já mencionados, os colaboradores: departamentos de Associativismo Juvenil, Jurídico, Relações Internacionais, Género, Administração e Finanças, Comunicação e Imagem, também não beneficiam dos respectivas subsídios.
Prioridade ao Comité Central
Pitersburgo passa a maior parte do tempo no Comité Central da Frelimo. “Ele só vem para cá  para nos tratar como se fossemos objectos”, contam os funcionários.

Tratamento desumano, prepotência e insensibilidade de Pitersburgo

Os funcionários do CNJ dizem-se tratados de forma desumana pelo presidente e confessam que “não há calma que aguente”.
Os mesmos chegam a duvidar que “Oswaldo Petersburgo saiu da barriga de uma mãe”, por conta da forma pouco humana como trata os colegas de trabalho.

Pitersburgo em reunião sem fim…

Para ouvir a versão dos factos a nossa equipa foi ao escritório do CNJ, mas não falou com Pitersburgo porque estava numa reunião do Comité Central.

Em contacto telefónico, aquele disse que retornaria a chamada, pois estava reunido. Voltamos a contactá-lo e simplesmente não nos atendia. Entretanto até ao fecho da edição não tivemos nenhuma declaração de Oswaldo Pitersburgo.

Renamo diz que vai reagir a todas as tentativas de desarmamento dos seus guerrilheiros



A Renamo diz que vai reagir à força a tentativas de desarmar os seus guerrilheiros pela polícia da República, mas aceitará a desmobilização por via negocial. A discordância da Renamo a um desarmamento compulsivo do seu contingente residual foi reiterada pelo partido, numa conferência de imprensa sobre o incidente do último fim-de semana em Gorongosa, Sofala, em que, segundo as autoridades, nove membros da Força de Intervenção Rápida (FIR) ficaram feridos num tiroteio com guerrilheiros da Renamo. Porém, o principal partido da oposição diz que feriu 17 agentes da FIR, alguns dos quais terão morrido em consequência dos ferimentos.
O porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, acusou o Governo pela ocorrência, por manter a FIR nas imediações da antiga base central do partido, na Serra da Gorongosa, onde o presidente do partido, Afonso Dhlakama, instalou-se em Novembro do ano passado, em protesto contra a alegada governação anti-democrática da Frelimo.
Dhlakama é guarnecido por homens armados, que não foram desarmados, no âmbito do Acordo Geral de Paz (AGP) de 1992, para garantir a segurança dos altos dirigentes daquele partido. “Quando exigimos que a polícia fosse retirada da Serra da Gorongosa era para desanuviar a tensão na zona e impedir uma hecatombe, que podia resultar de um confronto entre a polícia e os nossos homens”, afirmou Mazanga.

Governo sul-africano condena nova onda de ataques xenófobos

Ameaça contra estrangeiros na África do Sul


A porta-voz do GCIS apelou aos sul-africanos e estrangeiros a “viverem em harmonia”. A violência contra os estrangeiros não será tolerada, na medida em que tem impacto negativo na economia e na imagem do país

O governo da África do Sul condenou, esta terça-feira, os ataques xenófobos contra os cidadãos estrangeiros em algumas áreas de Gauteng e Vaal. “O governo tomou conhecimento com preocupação dos chamados ataques xenófobos contra cidadãos estrangeiros... Nós condenamos vivamente a violência, não só contra cidadãos estrangeiros, mas também sobre sul-africanos”, disse Phumla Williams, a porta-voz do GCIS (Sistema de Informação e Comunicação do Governo), avança o News24.
“A África do Sul é um país democrático que acomoda cidadãos estrangeiros que estão neste país legalmente”, referiu. Phumla Williams disse que o governo elogiou a polícia pela detenção de “cerca de 100 pessoas associadas à recente onda de violência”.
A polícia sul-africana disse, na segunda-feira, que nove pessoas foram detidas por violência pública e posse de bens roubados, após o dono de uma loja ter morto dois homens em Diepsloot, no fim-de-semana. O somali alegadamente alvejou mortalmente os dois indivíduos, acreditando serem cidadãos zimbabweanos, no exterior da sua loja no domingo, disse o coronel Lungelo Dlamini.
As circunstâncias em torno dos disparos ainda não estão claras. O cidadão somali acabou sendo detido e acusado de assassinato, devendo comparecer perante a justiça sul-africana. Residentes locais aglomeraram-se defronte da loja do cidadão somali, atiraram pedras e saquearam o estabelecimento.

Associação Médica diz que encontro com Governo foi apenas um passo





A Associação Médica de Moçambique veio a público dizer que a aproximação foi apenas um passo e que a greve vai continuar até que haja consenso. “Nesse encontro, iniciou-se a primeira fase das negociações e foram colocados vários aspectos na mesa.
Reiteramos que a greve continua em todo o país, pois estes são encontros somente para definição de requisitos para as negociações,” disse o representante da Associação Médica, Hamilton Mutemba. Mesmo com o primeiro passo dado entre as partes, a Associação Médica diz reinar ainda um clima de desconfiança entre a classe e o Governo.
Quando questionado sobre as expectativas desta aproximação, o representante da Associação Médica disse não haver ainda grandes expectativas, porque não há indícios de que o cenário irá mudar. Em relação à medida imposta pelo Executivo, de excluir a Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos da mesa do diálogo, a Associação Médica afirma que a questão está fora de hipótese.
Hamilton Mutemba questiona o facto de alguns profissionais de saúde que aderiram à greve continuarem a ser intimidados. “Tivemos um informe de Nampula segundo o qual dois colegas foram escorraçados das suas casas por dirigentes provinciais. E nós questionamos: que tipo de diálogo é que estamos a ter enquanto alguns profissionais de saúde são ameaçados?”

Mulémbwè diz que revisão da Constituição é um sucesso




Eduardo Mulémbwè, disse que este processo, em curso no país, está a ser um verdadeiro sucesso. Falando segunda-feira, em Tete, na abertura do debate público do ante-projecto de revisão da lei mãe a nível daquela província, Mulémbwè disse que os debates públicos realizados nas províncias de Niassa, Nampula, Cabo Delgado, no Norte, e Inhambane e Maputo, Sul de Moçambique, bem como as mesas-redondas realizadas na cidade de Maputo, envolvendo vários segmentos da sociedade, mostraram que o processo está a caminhar a um bom ritmo e que o seu grupo de trabalho está a receber valiosas contribuições.
Na ocasião, Mulémbwè apelou a todos os cidadãos das províncias de Tete, Zambézia e Gaza, locais que acolhem debates públicos, esta semana, para que participem com o ‘espírito aberto’, dando as propostas de solução para os vários problemas que assolam o país. Só a província de Tete tem três centros de debate.
Fora da cidade de Tete, este processo decorrerá nos distritos de Angónia e Marávia, entre os dias 29 e 31. Ratxide Gogo, governador da província de Tete, que participou no debate de segunda-feira, a nível da cidade de Tete, agradeceu a sábia decisão de se submeter, ao público, o ante-projecto de revisão da Constituição.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

África deve deixar de manter pobreza para ganhar ajuda



Carlos Lopes, secretário-geral adjunto das Nações Unidas, disse que os países africanos devem preparar-se para um futuro em que a ajuda externa poderá escassear

O secretário-geral adjunto das Nações Unidas, Carlos Lopes, considera que os países africanos devem deixar de lutar para manter o estatuto de pobres como forma de ganhar ajuda externa para o desenvolvimento. Falando em entrevista a jornalistas no âmbito da 21ª cimeira da União Africana (UA), terminada esta segunda-feira em Addis Abeba, Carlos Lopes disse que os países africanos devem preparar-se para um futuro em que a ajuda externa poderá escassear.
“Não é possível que os países continuem a lutar para ter o estatuto de (país) menos avançado porque recebem ajuda”, disse Lopes, que é igualmente secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas (ECA) para África, segundo escreve AIM.
“Temos que mudar a mentalidade. Para aqueles que querem ser países de economia intermédia, devem começar a discutir o que isso significa. Significa, claro, estabilidade política, institucional, criar boas condições para o investimento; significa investir na educação duma forma diferente, etc.”, acrescentou a fonte

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Governo quer reclusos a produzir seus alimentos





Reclusos nas cadeias moçambicanas vão passar a produzir alimentos em hortas, para seu próprio sustento, visando reduzir os gastos do Governo em comida, disse quinta-feira fonte oficial à Lusa. A medida, que se insere nas reformas do sistema prisional e penitenciário em Moçambique, também pretende melhorar a dieta alimentar da população reclusa com base na produção local das prisões, além de combater a “ociosidade” dos reclusos.
“Temos o desafio de transformar os estabelecimentos prisionais em unidades produtivas”, precisou Eduardo Mussanhane, director-geral do Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP), assegurando ser necessário “humanizar e reflectir na sustentabilidade do serviço penitenciário”.
Sem avançar números, Mussanhane referiu que, actualmente, as actividades económicas nas cadeias não produzem resultados com impacto no orçamento alocado ao sistema prisional, cobrindo apenas 14 por cento das suas necessidades. Falando em Gondola, Manica, durante o primeiro conselho coordenador do SERNAP, Eduardo Mussanhane disse que as actividades de reabilitação nas prisões devem incidir na “produção económica” orientada para geração de riqueza.

Fogo cruzado entre FIR e homens da Renamo em Gorongosa




O clima de tensão voltou a escalar Gorongosa. A Polícia confirma o incidente e diz que os disparos foram “um descuido infeliz”
A Força de Intervenção Rápida (FIR) e os guerrilheiros da Renamo voltaram a trocar tiros na passada sexta-feira, tendo causado um saldo de nove feridos, todos agentes da FIR. O palco do tiroteio desta vez foi Satungira, a escassos quilómetros do quartel onde vive o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
O comandante provincial da PRM em Sofala, Joaquim Nido, confirmou o incidente e disse que tal ocorreu quando a FIR estava a fazer patrulha. Na altura, os agentes da FIR depararam com oito guerrilheiros da Renamo, ao que indica, também em patrulha, mas fora do perímetro de 15 quilómetros que a polícia atribui àqueles homens, como sendo espaço permitido para a sua circulação armados e fardados. Por essa razão, a FIR abordou-os e questionou por que estavam fora do perímetro definido.
No exacto momento e acidentalmente, a arma de um dos agentes da FIR disparou. Os homens da Renamo entenderam que estavam a ser atacados, tendo fugido para as matas e respondido também com disparados. Os agentes da FIR fugiram em debandada, abandonado a viatura blindada na qual se faziam transportar e refugiaram-se no mato.

domingo, 26 de maio de 2013

Em plena greve dos médicos Director de Saúde em Nampula abandona cargo para trabalhar na ONG

Em plena greve dos médicos e outros funcionários de Saúde no País, a direcção provincial de Saúde em Nampula, viu-se “abandonada” pelo titular máximo da pasta do Ministério da Saúde naquela região norte. O Dr. Mahomed Riaz Mobaracaly já não é director provincial de Nampula. Deixou o posto e vai trabalhar para uma organização não-governament­al estrangeira, e no caso a Pathfinder. De acordo com um e-mail confidencial assinado pela representante da Pathfinder em Moçambique, Rita Badiana, o médico generalista Mohamed Riaz passou aos quadros da organização desde 23 de Maio. “Tenho prazer de partilhar que o Dr. Mahomed Riaz Mobaracaly integra a equipa de Pathfinder como director de Serviços Clínicos a partir de hoje, 23 de Maio de 2013. Dr. Riaz estará apoiando as áreas de Planeamento Familiar e de HIV/SIDA focalizando a melhoria e aumento da utilização dos serviços pelas adolescentes, mulheres, homens e populações chaves”, lê-se no e-mail a que o Canalmoz teve acesso. Mais adiante, no e-mail que referimos, escreve a representante da Pathfinder em Moçambique aos seus colaboradores que “Dr. Riaz tem uma rica experiência na área de Saúde. Inicia pelo Distrito como médico chefe distrital, director de centro de saúde de referência, passando por cargos de Gestão na Província e mais recentemente como Director Provincial de Saúde na província de Nampula” e “é um grande prazer para a Pathfinder em todos os seus programas contar com a contribuição do Dr. Riaz”. Entretanto, Mohamed Riaz não é o primeiro director que abandona a direcção de Saúde em Nampula. A antecessora do Dr. Mohamed Riaz na direcção provincial de Saúde de Nampula, Dra. Violante Viola, abandonou o Governo, e foi trabalhar para uma ONG. O Canalmoz apurou que a renúncia do Dr. Mohamed Riaz das funções de director de Saúde em Nampula foi movida por interferências na sua gestão por parte do partido Frelimo e de outras figuras do poder político. Igualmente, associa-se ao facto de a equipa montada pelo Dr. Riaz ter sido desmontada, comprometendo assim o exercício das suas actividades, destacando-se a cessação de funções do director-geral do HCN e respectivo director clínico, nomeadamente Dr. Moisés e Dr. Anselmo Vilanculos.

sábado, 18 de maio de 2013

Homem faz 90 cirurgias plásticas para ficar parecido com ‘namorado’ de Barbie

Barbie namorado


Em busca de um corpo e rosto semelhantes ao do Ken, o “namorado” da boneca Barbie, o norte-americano Justin Jedlica, de 32 anos, passou por 90 cirurgias plásticas na última década para mudar as suas formas e curvas. De acordo com o Huffington Post, depois de gastar cerca de 105 mil dólares com operações que incluem implantes de silicone no traseiro, bíceps e tríceps, ele disse que gosta das suas mudanças. “Contrariar as normas é muito divertido”, justificou.
As operações não são só no corpo. No começo, Jedlica ficou obcecado com o tamanho do seu nariz e resolveu diminuí-lo. Cinco cirurgias depois, ele continua insatisfeito, dizendo que está próximo do esperado, mas ainda não é perfeito.
Tantas transformações podem trazer problemas para Justin, tanto que os médicos já informaram que o silicone está a colocar a sua vida em risco. Mesmo assim, ele disse que é o preço que se paga para ter o corpo perfeito e não pretende parar de fazer os procedimentos. 


Guebuza volta a lançar farpas aos seus críticos

Guebuza criticou os que apontam a simples descoberta de reservas naturais de carvão e gás como suficiente para que todos desfrutem dessas riquezas.







O Presidente da República voltou a lançar farpas contra os críticos de sua governação no país, considerando-os ignorantes. Falando num encontro com um grupo de 23 dos 220 estudantes moçambicanos residentes em Shangai, China, Guebuza disse que um dos grandes problemas que retardam a luta contra a pobreza em Moçambique é o facto de o país ainda não dispor de muitas pessoas com formação escolar à altura dos desafios de momento. E este problema é tão grave que faz com que haja ainda muitas pessoas que interpretam tudo à imagem e semelhança da sua ignorância.
O Chefe do Estado sublinhou que, quando não se está iluminado com o saber, tudo se apresenta como algo impossível, e os que não dominam a ciência e a técnica, nunca vislumbram soluções. Para Guebuza, é muito grave que, em pleno século XXI, ainda haja muitas pessoas que acreditam em coisas tão descabidas, como é o caso dos que dizem que o cloro é que causa a cólera, e que são contra o tratamento da água com este produto químico para matar as bactérias que causam a doença.
Armando Guebuza arrolou uma série de outras alegadas “mentiras” que ainda são assumidas como verdades por muitos moçambicanos que não beneficiaram da educação, como é o caso dos que ainda acreditam cegamente na feitiçaria, até ao ponto de haver filhos que acusam os seus próprios pais de feiticeiros que os querem matar.

COISAS QUE NÃO ESTRANHAMOS - Porquê um trabalho sempre inacabado?

SIMPLESMENTE descabido é o mínimo que se pode dizer do que o público é obrigado a testemunhar na capital do país. Desta feita é na movimentada Avenida Guerra Popular, mas tem sido uma prática que amiúde se repete nas artérias da urbe.


                                                                   


De há alguns dias para cá, está-se a efectuar uma espécie de limpeza sui generes de sarjetas há muito entupidas pelo plástico, lama e tudo quanto é inútil. Do bairro do Alto-Maé e pela Baixa a dentro voam quantidades de sacos plásticos, papéis entre outros resíduos sólidos que encontram alojamento nas sarjetas que tendem a perder a sua função na nossa cidade capital.
O trabalho torna-se incompleto e jogo sem rumo quando o lixo retirado das sarjetas é amontoado ao lado e, paulatinamente, desliza para o interior destas com a força do vento, das chuvas e da acção humana, pois as pessoas vão galgando os montinhos de lixo, perante o olhar passivo dos que se encarregaram de amontoá-lo. É que na “guerra” desenfreada pela busca de transporte, sobretudo nas horas de ponta, tudo vale e nessa correria qualquer lugar serve de passagem, não interessando onde pisar e como. É nessa altura que a lama já seca se desfaz e retorna às sarjetas.
O reflexo dessa obstrução é visível nos dias chuvosos, quando a praça fica inundada em pouco tempo, ainda que as precipitações sejam baixas e de curta duração, dando espaço para lamentações.
Estão às dezenas, ao longo da Avenida Guerra Popular, os montes de lixo que de alguma forma pioram a imagem daquela rodovia, caracterizada por buracos de todos os tamanhos.
A atitude dos trabalhadores da salubridade é incompreensível, deixando boquiaberto qualquer cidadão que presencia aquele fenómeno. Não se entende o que vai pela cabeça desses homens que têm a obrigação de manter as sarjetas em condições de escoar as águas pluviais.
Não faz sentido que ninguém se incomode com o que está a acontecer à vista de todos. Uma das conclusões a que se pode chegar é que nem sequer este tipo de trabalho é fiscalizado. Perante esta apatia do município, que efectivamente, deve cuidar da limpeza da cidade, pode-se dizer que se está numa situação daquelas coisas que marcam o nosso dia-a-dia, e que já não estranhamos de tanto se repetirem no nosso quotidiano.

Vilankulo regista sinais de crescimento

TRANSFORMAR o distrito de Vilankulo numa cidade moderna e cómoda para todos é o principal desafio das estruturas administrativas locais, munícipes, naturais e amigos. A pouco tempo das eleições autárquicas, os munícipes daquela que é considerada a “capital turística” do país entendem que a sua vila está paulatinamente a registar índices assinaláveis de crescimento económico, traduzidos na criação de infra-estruturas sociais e outras. 





Não obstante os avanços significativos conseguidos na região, nomeadamente a ampliação e modernização do aeródromo internacional, a edificação de um estádio de futebol, a existência de uma equipa a disputar o Campeonato Nacional de Futebol, o salto qualitativo e quantitativo das estâncias turísticas, a ampliação e modernização do campo polivalente, a gestão da rede de energia eléctrica pela EDM, o melhoramento das vias de acesso da vila, entre outras realizações, os munícipes reconhecem a existência de um rol de preocupações que emperram a conquista do estatuto que todos almejam.
Aponta-se o deficiente funcionamento da rede de esgotos e saneamento, a degradação da rua da marginal, acentuando deste modo o avanço progressivo da erosão bem como o melhoramento do abastecimento de água canalizada como sendo os principais obstáculos a serem removidos para que Vilankulo seja declarada cidade.
A avaliação positiva que é atribuída pelos munícipes de Vilankulo ao progresso socio-económico da vila, bem como dos desafios pela frente, coincide com os dados apresentados na Reunião Nacional dos Municípios.
Dados em nosso poder indicam que Vilankulo teve uma nota positiva sobre o seu desempenho, não obstante a persistência de questões ligadas à erosão costeira e à necessidade do aumento do volume das receitas próprias.
Foram apresentados nesse encontro como pontos fortes do município de Vilankulo o bom relacionamento com o Governo local, garantia da urbanização e construção de estradas e sua manutenção, abertura e reparação de furos de água, construção de mercados, segurança, ordem e tranquilidade públicas através da expansão de postos policiais nos bairros, apoio ao clube local que milita no Moçambola, assistência técnica aos camponeses locais, manutenção dos jardins, limpeza aos cemitérios, entre outros pontos.
Em contrapartida, de acordo com o documento que temos vindo a citar, Vilankulo tem como pontos fracos a fraca cobertura da rede de água canalizada e deficiente organização do mercado informal.
Badrudine Badrú
Badrudine Badrú





ANAVIL é pela inclusão social


A Associação dos Amigos e Naturais de Vilankulo pediu às estruturas administrativas locais a inclusão de todas as forças vivas da sociedade no processo de desenvolvimento de forma a permitir um desenvolvimento harmonioso e sustentável.
Apelou para pugnarem pela igualdade e justiça na promoção de oportunidades no acesso aos recursos locais bem como na satisfação das necessidades básicas desenvolvendo acções flexíveis com o envolvimento de todos sem distinção da cor da pele, religião, bem como cores políticas.
A agremiação descreve os avanços conseguidos pelo Conselho Municipal, alertando no entanto para o desenho de um projecto concreto para a manutenção e consolidação dessas vitórias, situação que, segundo a missiva de 18 de Abril, passa por uma boa participação dos munícipes nas quartas eleições autárquicas agendadas para Novembro próximo. 
Para Badrudine Badrú, líder religioso de Vilankulo e membro da Assembleia Provincial, a vila tem a sorte de ter sido dirigida por um conselho municipal com ambições no desenvolvimento e como fruto disso é a explosão do crescimento que de certa forma encontrou desprevenido a todos no que tange à criação de infra-estruturas para responder a essas necessidades.
“Repare que já não temos estradas para tanta demanda de automóveis na vila. Precisamos de imprimir maior velocidade para dar vazão ao crescimento da actividade do parque automóvel, comercial, bem como de solicitação da expansão da distribuição da energia eléctrica e água canalizada para todos”, disse Badrudine.
Aquele líder entende que o nível de crescimento daquela autarquia já não se compadece com utilização de orçamento de uma vila, mas sim como cidade, daí a necessidade de as estruturas que avaliam os padrões para tal, tomando em conta as actuais necessidades da vila.
“Quando em 1997 Vilankulo tornou-se município tinha pouco mais de 18 mil habitantes e hoje são cerca de 50 mil, isso indica que o nível das despesas públicas supera largamente uma gestão do município”, disse.
Sónia Nhachote, mutuária
Sónia Nhachote, mutuária

PERPU em embrião










O combate à pobreza urbana, uma iniciativa gerida pelo Programa Estratégico para a Redução da Pobreza Urbana (PERPU), ainda não produziu resultados dignos de realce, pelo facto de se tratar do segundo ano da sua aplicação.
Dados em nosso poder dão conta do financiamento de 33 projectos no primeiro ano, 2012, para os ramos de agricultura, comércio, pecuária, pesca e indústria. Sérgio Zacarias Vilanculos, gestor do programa no município, explicou que em 2012 foram desembolsados pelo Governo Distrital dois milhões de meticais para a área municipal e desse pacote financeiro foi possível cobrir 33 projectos de um total de 68 submetidos ao Conselho Consultivo local.
Disse também que o reembolso, de acordo com os contratados rubricados entre a edilidade e os mutuários, só começa seis meses depois do desembolso do fundo. “Entregámos o dinheiro no ano passado e agora vamos começar a fazer visitas aos projectos e recordar aos beneficiários para começarem a reembolsar o valor de acordo com o programa estabelecido em cada contrato”, disse Sérgio Vilanculos.
Para este ano o Conselho Consultivo local aprovou 34 projectos de um pacote de 64 submetidos e ainda não iniciou o desembolso dos respectivos fundos.
Explicou também que das visitas efectuadas de monitoria e acompanhamento da implementação dos projectos do ano passado nota-se uma grande satisfação por parte dos mutuários e todos manifestam a necessidade urgente de fazer o reembolso do dinheiro concedido.
Lucas Canana, 40 anos de idade e pai de três filhos, mutuário do PERPU para desenvolver um projecto de estúdio e revelação de fotografias e montagem de vídeos, disse que está disposto no próximo mês a iniciar o reembolso do dinheiro recebido do fundo.
“Recebi 85 mil meticais, é pouco dinheiro para aquilo que eu queria fazer, mas mesmo assim foi possível adquirir algum equipamento que me fazia falta na minha actividade como fotógrafo. Agora o desafio é fazer tudo para devolver o dinheiro e vou fazê-lo porque os lucros, embora poucos, me dão margem necessária para mensalmente depositar 2890,00 meticais, tal como está plasmado no contrato”, disse.
Para Sónia Bernardo Nhachote, a sua actividade - criação de frangos -, é projecto de muito risco porque há quebras pela morte de pintos, mas mesmo assim disse estar pronta para em Junho próximo começar a honrar o seu compromisso, que é depositar por mês 1450,00 meticais.
“Pedi 100 mil meticais e recebi 70, construi dois pavilhões pequenos onde cabem 250 pintos por cada vez e estou a trabalhar para que o meu negócio saia bom. Pena é que por cada lote de 250 pintos, as quebras andam por volta de 10 a 40 pintos, mas mesmo assim estou ansiosa em cumprir o meu contrato porque o meu objectivo é voltar a solicitar novo financiamento”, garantiu Sónia Bernardo, jovem de 35 anos e mãe de três filhos.
Por seu turno, Carlos Vilanculos, mais conhecido por Pandzanhane, a grande surpresa foi a aprovação do seu projecto, daí que está a se aplicar no cumprimento da sua actividade para não defraudar a confiança que teve por parte do Conselho Consultivo local.
“Fiquei muito emocionado quando recebi a comunicação sobre a aprovação do meu projecto. Não acreditei mas depois de assinar o contrato e ter o dinheiro na conta deixei de brincadeiras e comecei a trabalhar seriamente porque sei que aquele dinheiro é uma dívida, é preciso devolver e não há outra maneira a não ser trabalhar arduamente”, disse.
Suleimane Amugy
Suleimane Amugy

Rua da marginal tira-me sono









O Presidente do Conselho Municipal de Vilankulo, Suleimane Amugy, disse num breve balanço preliminar deste terceiro mandato que o abastecimento de água bem como a rua da marginal são as principais preocupações que não deixam sossegada a sua equipa de trabalho.
“Quanto à reabilitação da rua da marginal é sabido por todos que os orçamentos necessários ultrapassa as nossas capacidades e até da província, mas a nossa actividade é procurar juntos dos nossos parceiros para pôr aquilo que é chamado de varanda de Vilankulo, em ordem”, disse Suleimane, acrescentando que depois do ciclone “Fávio” em 2006 o Banco Mundial desembolsou cinco milhões de dólares norte-americanos para o projecto da marginal de Vilankulo, mas esse dinheiro, segundo suas palavras, ficou em Maputo, nunca chegou aos cofres do município.
Quanto ao abastecimento de água, o edil de Vilankulo disse que não se pode falar da crise de água no geral porque, na verdade, em todos os bairros não há grandes filas de pessoas a lutarem numa fonte de água para ter apenas 20 litros deste líquido.
“Na verdade, não temos água canalizada para todos os bairros e precisamos de melhorar o abastecimento nos locais onde a água não jorra nas torneiras”, sublinhou.
O actual sistema de abastecimento de água gerido pela EMA conta com 2440 consumidores. Existem igualmente nos nove bairros da vila 18 furos de água equipados com bombas manuais. No que diz respeito à energia eléctrica, Vilankulo tem 4704 consumidores num sistema sob gestão das EDM. Porém, a maior procura devido ao crescente volume de indústrias bem como de clientes singulares fazem com que o nível não satisfaça as necessidades locais.
“Durante o nosso mandato os munícipes locais se empenharam bastante na melhoria das suas condições de vida. Não vou nesta entrevista enumerar os feitos deste maravilhoso povo. A minha mensagem é, sim, exortar a todos para olharem para frente e atacar os problemas que ainda constituem obstáculos do nosso bem-estar, sem no entanto descurar da consolidação das nossas vitórias. Quero apenas lembrar que o nosso orçamento é bastante exíguo para as necessidades actuais. Por exemplo, neste ano tivemos como receitas 65.804.094,74 meticais e as nossas despesas foram na ordem de 66.015.562,43 meticais. Portanto, como se pode depreender, consumimos muito do que produzimos”, concluiu Suleimane, para quem a conquista do estatuto de cidade sempre foi a sua prioridade número um. Porém, tal feito só será concretizado com o envolvimento de todos.


Fracassados dois encontros com AMM: MISAU prepara-se para cenário de greve

O Ministério da Saúde disse ontem que está a criar condições para amortecer o impacto de uma eventual greve geral no sector a partir desta segunda-feira, conforme o pré-aviso lançado esta semana pela Associação Médica de Moçambique (AMM)

Desentendimentos em torno do formato das negociações levaram ao fracasso de dois encontros entre as partes, convocadas para discutir as reivindicações apresentadas pela classe médica em carta datada de 13 de Maio corrente. 

O porta-voz do Ministério da Saúde, Francisco Cândido, diz que, apesar do fracasso dos encontros de quinta e sexta-feira últimas, o Governo continua aberto ao diálogo com a AMM, aguardando a todo o momento que a contraparte reconsidere a posição que está na origem do impasse.
Com efeito, segundo dados apurados pela nossa Reportagem, o primeiro encontro, que fora convocado para quinta-feira, acabou abortando já com as partes à mesa, uma vez que o Governo exigia que se retirassem da sala os elementos que se apresentavam como representantes da Comissão de Profissionais de Saúde Unidos (PSU). Como fundamento, o Governo alega que a PSU não só não tem legitimidade para representar os profissionais da Saúde como os pontos por ela suscitados configuram novas reivindicações à margem daquelas acordadas com a classe médica no memorando rubricado a 15 de Janeiro deste ano, na sequência da primeira greve no sector. 
Sobre esta situação, o Gabinete de Informação da AMM defende-se afirmando, em nota divulgada na tarde de ontem, que a PSU é parte legítima e competente para o diálogo, e que as reivindicações que apresenta estão alinhadas com aquilo que são as preocupações já apresentadas pela classe médica.
Segundo a fonte, a inclusão da PSU no diálogo foi decidida depois da greve de Janeiro, quando os profissionais da Saúde que não pertencem à classe médica se identificaram com a causa, ao mesmo tempo que sentiam alguma falta de vontade de endereçar as suas preocupações por parte da Associação Nacional dos Enfermeiros (ANEMO).
Curiosamente, no contacto com a nossa Reportagem, tanto o Ministério da Saúde como a AMM manifestaram-se abertos ao diálogo, embora uma das partes condicione o processo à retirada da PSU, enquanto a outra insiste em que sem a PSU representada não haverá diálogo.
“Não tendo havido os dois encontros o que estamos a fazer é prepararmo-nos para minimizar o impacto da eventual paralisação enquanto aguardamos que a contraparte reveja a sua posição para voltarmos à mesa, seja no sábado ou domingo…”, disse Francisco Cândido.
Enquanto isso, a Ordem dos Médicos de Moçambique considera que apesar de o Governo ter dado já alguns passos nesse sentido é necessário que outras medidas sejam adoptadas no sentido de proporcionar condições de trabalho e de vida dignos aos médicos e outros profissionais da Saúde.
Num comunicado distribuído à Imprensa, a Ordem apela à AMM e à PSU “a prosseguirem a justa luta pela melhoria das condições de vida, através de um diálogo construtivo com o Governo”, lembrando que, nos termos da Constituição da República, a lei limita o exercício do direito à greve naqueles serviços e actividades essenciais no interesse das necessidades inadiáveis e da segurança nacional.
Apela ainda a que, em caso da eclosão da greve, a classe médica assegure a continuidade dos cuidados terapêuticos necessários aos seus doentes bem como assistência a doentes urgentes e graves.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Agentes da FIR e PT infernizam “chapeiros” e passageiros




Os agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR) e da Polícia de Trânsito (PT) que guarnecem e controlam o trânsito nos postos de controlo das estradas de Nampula infernizam os passageiros e condutores de transporte semicolectivos de pessoas e bens, através de cobranças ilícitas de valores monetários e de bens que os cidadãos movimentam para a sua sobrevivência.
Nos controlos montados pela Polícia da República de Moçambique (PRM), passageiros e condutores são recorrentemente extorquidos, mesmo não estando em auto trânsito.
O Canalmoz fez três digressões, respectivamente da cidade de Nampula ao rio Ligonha, de Nampula para Nacala e de Nampula para Eráti. Observamos in loco situações em que os agentes da PT e da FIR não pedem nada de que esteja fora da legalidade, apenas cobram valores monetários para que os cidadãos possam usar livremente as estradas.
Por exemplo, da cidade de Nampula até ao rio Ligonha, onde esta província se separa da Zambézia, normalmente há mais de quatro agentes da Polícia de Trânsito e cada um acompanhado de agentes da FIR altamente armados, para além de um posto de controlo que fica mesmo à saída do município de Nampula.
Com estes agentes, pouco se conversa senão efectuar pagamentos monetários que vão de cem meticais até ao mais alto valor, dependendo da exigência de cada agente.
Entretanto da cidade de Nampula à cidade de Nacala-Porto para além dos dois postos de controlo existentes, mais de seis agentes e respectivos homens da FIR estão na estrada com um único propósito: fazer cobranças aos cidadãos e condutores com o máximo de brutalidade possível.
Já no percurso cidade de Nampula distrito de Eráti mais de quatro agentes estão na estrada e vão exigindo para que cada condutor e passageiro que esteja na sorte deles pague algum valor monetário.
A liberdade de expressão e de opinião plasmadas na Constituição da República estão vedadas de exercícios pelos agentes da FIR aos cidadãos. Qualquer tentativa de reclamação o cidadão vê-se vítima de espancamentos por parte dos agentes.
No posto de controlo número 1, que fica à saída da cidade Nampula para o posto administrativo de Anchilo, o Canalmoz assistiu recentemente a um cidadão a ser espancando por dois agentes da PRM, um da Polícia de Protecção e outro da FIR, respectivamente.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Mais de 65% dos autocarros dos TPM estão avariados

“Não existe um cálculo linear dos autocarros avariados. As condições em que se encontram algumas estradas concorrem para a redução da vida útil dos autocarros. Agora se há indicação de que as avarias estão relacionadas com as más apostas nas aquisições dos carros TATAS e Yutongs, nós não temos essa base. É uma percepção dessas pessoas e respeitamos as suas opiniões”, - Maria Yolanda Macamo, PCA da EMTPM






A Presidente do Conselho de Administração da Empresa de Transportes Públicos de Maputo (EMTPM), Maria Yolanda Macamo, desafiou que 2013 deve ser o ano de grande viragem nesta empresa vocacionada em transporte público, viagens de serviços e turismo. Entretanto a empresa tem uma frota de 353 autocarros, dos quais 223 estão avariados. Isto equivale a dizer que mais de 63 por cento dos carros desta empresa estão paralisados.  
A PCA, que falava ontem numa conferência de imprensa por si convocada, não quis entrar em detalhes numéricos, mas sabe-se que entre os carros avariados contam-se os da marca TATA, adquiridos na Índia, YUTONG, na China, e VW na África do Sul. A senhora Macamo disse que a empresa que dirige tem uma frota nominal de 353, em que entre 110 e 130 vão à rua todos os dias.
Segundo a líder máximo dos TPM, neste número dos autocarros em circulação, sete fazem carreiras executivas e de reservados e os restantes estão alocados ao transporte público.
“Não existe um cálculo linear dos autocarros avariados. As condições em que se encontram algumas estradas concorrem para a redução da vida útil dos autocarros. Agora se há indicação de que as avarias estão relacionadas com as más apostas nas aquisições dos TATAS e Yutongs, nós não temos essa base. É uma percepção dessas pessoas e respeitamos as opiniões”, disse.

Yutongs avariados em abate

Trinta e três autocarros de marca Yutong adquiridos na China em 2005, estão em abate por se encontrar em estado obsoleto, “hoje os autocarros estão obsoletos e o fornecedor confirmou-nos que não haverá continuidade de fabrico desta marca”, disse Yolanda Macamo.
Acrescentou que este ano, 43 autocarros serão recuperados com o recurso ao subsídio alocado pelo Estado e receitas da empresa

Grande viragem  

A PCA da Empresa Municipal de Transportes Públicos anunciou a grande viragem a ser operada a partir deste ano até finais de 2014 que passa pela remodelação do sector de manutenção que no seu entender é um dos sectores pilares para assegurar a manutenção dos autocarros.
“Queremos mudar a abordagem. Todas as pessoas devem fazer todas as tarefas. Queremos reduzir o tempo das avarias. Vamos reduzir o tempo de reparação do autocarro de 24 para 8 horas. Reduzir o tempo de socorro de uma hora para 30 minutos”, disse.

Causas das avarias

Uma das razões apontadas para as avarias dos transportes públicos é o próprio regime de operação que dura entre 20 e 22 horas de circulação por dia. Este factor aparece associado à superlotação nas horas de ponta e à degradação das estradas.
“São estes factores que fazem com que haja um registo frequente de avarias. Queremos mudar a abordagem, reduzindo as avarias e o tempo de reparação”, disse.

Medidas

Maria Macamo disse que desde o ano passado tem vindo a responsabilizar a cada um dos três engenheiros que representa as três marcas que a empresa utiliza. Eles foram responsabilizados para que cada um olhe na sua marca. (TATA, Yutong e VW)
Indicou que haverá a revisão do circuito de stocks que passará a durar 6 meses. Redefinição das inspecções de piquete e oficinas gerais. A partir das 23 até às 4 horas, altura da saída dos primeiros carros, os serviços de inspecção nocturna vão trabalhar no sentido de garantir que os carros circulem em boas condições mecânicas e técnicas.
“Vamos reorganizar e apetrechar as oficinas gerais para que as reparações sejam dentro dos planos da empresa. Melhorar o diálogo com os fornecedores e fabricantes dos autocarros usados pelos TPMs”, disse.