sábado, 2 de março de 2013
Assassinato de moçambicano na RSA: Governo pede punição exemplar aos implicados
O GOVERNO moçambicano considera inaceitável e chocante a agressão de um cidadão moçambicano até à morte por agentes da Polícia sul-africana, e diz esperar que aos implicados sejam tomadas medidas exemplares de modo a desencorajar práticas do género.
Na sua primeira reacção oficial ao incidente reportado pela Imprensa nacional e estrangeira, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, disse a jornalistas em Maputo ser constrangedor saber que cidadãos moçambicanos chegam a ser mortos pela Polícia sul-africana quando encontrados ou implicados em actos criminais, sem sequer ser lhes dada a oportunidade de julgamento por um tribunal competente.
“Temos tomado conhecimento que os caçadores furtivos, por exemplo, quando surpreendidos, são mortos. Não são desarmados e levados a julgamento em tribunal. Preocupa-nos este derramamento de sangue…”, disse o ministro.
Enquanto isso, o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, também condenou a agressão, caracterizando o acto de horrível, perturbador e inaceitável. Num comunicado citado pela agência Lusa, o Chefe de Estado sul-africano afirma que nenhum ser humano deve ser tratado daquela maneira, aludindo às imagens postas a circular pela Imprensa e pelas redes sociais, mostrando o jovem Mido Macia a ser amarrado na traseira de uma viatura da Polícia e posteriormente arrastado no asfalto por pelo menos 400 metros.
A vítima, que segundo descreve a Imprensa sul-africana teria, alegadamente, se envolvido numa discussão com agentes da Polícia da RAS que o interpelaram por algo ligado ao estacionamento da sua viatura, foi levado a uma esquadra da Polícia onde terá sido espancado até à morte.
O Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder na África do Sul, também condenou a agressão, tendo apelado às pessoas que testemunharam o acto a prestarem a maior quantidade possível de informações que ajudem no esclarecimento do caso.
Por seu turno, a embaixada de Moçambique naquele país vizinho já constituiu um advogado para seguir o caso.
Numa conferência de Imprensa convocada na manhã de ontem em Pretória, o comissário nacional da Polícia sul-africana, Riah Phienga, disse a jornalistas que os agentes envolvidos no caso já foram desarmados e aguardam procedimentos internos da corporação, ao mesmo tempo que o comandante da Polícia em Daveyton, região onde se deu a agressão, foi exonerado do cargo na sequência do incidente.
O Conselho Nacional de Taxistas da África do Sul solidarizou-se com a vítima, tendo pedido aos filiados a observarem um minuto de silêncio em memória do seu companheiro moçambicano.
Outras notas de protesto foram igualmente tornadas públicas pela Imprensa sul-africana ao longo do dia de ontem, com destaque para a mensagem do Conselho Sul-Africano das Igrejas, Congresso Sul-Africano das Associações Comerciais, o Congresso do Povo, a União dos Direitos Civis, a Aliança Democrática, a Amnistia Internacional, entre outras organizações da sociedade civil sul-africana.
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