sexta-feira, 29 de março de 2013
Ramaya pede que a Procuradoria o deixeem paz
O juiz de instrução criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo ordenou, ontem, a soltura de Vicente Ramaya, detido e conduzido aos calabouços da Cadeia Civil, na última terça-feira. A decisão do juiz fundamenta-se na insuficiência de provas para a manutenção do indiciado nas celas. Na verdade, este é um duro golpe para a procuradoria-Geral da República, que viu a sua pretensão de Ramaya regressar às celas, cair por terra.
À sua saída do tribunal, Vicente Ramaya exteriorizou a sua indignação, dizendo que, ao longo dos últimos doze anos, nunca se tinha referido a assuntos processuais, remetendo-os sempre a Abdul Gani, seu advogado (...) “Quero fazer um apelo à PGR que me deixe em paz, deixe de inventar processos persecutórios. A fase da inquisição passou, é um período negro da nossa história que devia ser esquecida em Moçambique”, disse Ramaya, para depois pedir à Procuradoria-Geral da República que o deixe fazer a sua vida. “Não há absolutamente nada, nem sequer saio condicionado por uma medida de coacção”, referiu.
Na óptica de Vicente Ramaya, a sua reintegração e ressocialização está a ser difícil, doze anos depois de ter sido condenado em conexão com o caso Carlos Cardoso, e encontra dificuldades por culpa do Ministério Público. “A ressocialização não pode ser uma palavra oca das autoridades, que sirva para os órgãos de comunicação social ou organizações estrangeiras. Tem de ser um facto, com acompanhamento a pessoas que querem ser ressocializadas”, referiu.
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