sexta-feira, 29 de março de 2013
Desmobilizados prometem greve mais contundente
A Comissão dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, que diz representar 150 mil ex-militares dos 16 anos de guerra civil moçambicana, ameaçou ontem convocar uma “greve geral com intervenção mais contundente” se o Governo rejeitar “um diálogo construtivo”.
Em declarações à Lusa, o relator da Comissão dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, Agostinho Múrias, disse que a hipótese de “uma greve geral à escala nacional” resulta da recusa do Ministério dos Combatentes em aceitar que o grupo se reúna com a Comissão Inter-ministerial criada pelo Executivo para tratar das preocupações dos desmobilizados, visando a discussão de uma proposta de aumento da pensão. “Há necessidade imperiosa de nós continuarmos com um diálogo construtivo com o Ministério dos Combatentes, com o Governo e com a sociedade civil em geral, porque esse mesmo estatuto do combatente é contestado”, afirmou o relator da Comissão dos Desmobilizados.
Segundo Agostinho Múrias, inicialmente, os desmobilizados propuseram uma pensão mínima de dois salários mínimos, mas o Governo determinou o pagamento de uma pensão mínima de 600 meticais (16 euros).
“Estamos a falar de um senhor, uma senhora viúva, que necessita de alimentar a sua família e resolver outras necessidades. Seiscentos meticais não é uma pensão adequada para aquele que sacrificou a sua vida por este país”, sublinhou Agostinho Múrias, ex-analista dos Serviços de Informação do ministério da Defesa de Moçambique.
Comparando os efeitos da “greve geral à escala nacional” que a Comissão dos Desmobilizados de Moçambique poderá realizar com os constantes confrontos entre o Fórum dos Desmobilizados de Guerra, um dos grupos filiados na comissão, e os serviços de defesa e segurança, Agostinho Múrias previu “uma intervenção mais contundente”.
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